Exércitos privados, mercenários. É esse o futuro?


Exércitos privados. É esse o futuro?

   A Espanha acaba de anunciar o fim de suas forças armadas e outros países da Europa já avaliam a possibilidade de fazer o mesmo. A tendência é de que esses países, em caso de necessidade se valham da contratação de exércitos privados. Já existem grandes empresas que oferecem esse tipo de serviço, como a blackwather e DynCorp Internacional, que treinam milhares de pessoas por ano para a atuação em áreas que vão desde proteção particular a abordagem de navios.

Em se tratando de exércitos privados, ou simplesmente grandes empresas que fornecem segurança, não há novidade nisso. Desde o século XVI que se faz uso de pessoas pagas para realizar serviço militar, sem compromisso de amor a pátria e lealdade a instituições nacionais. O que manda nesses casos é o dinheiro. Os holandeses usaram mercenários para ocupar partes do litoral brasileiro na época do descobrimento. Portanto, esse tipo de trabalho realmente nada tem de novo.

Recentemente os norte-americanos usaram e abusaram de empresas de segurança para a ocupação do Iraque e Afeganistão. Normalmente instituições desse tipo têm entre seus funcionários ex-militares de forças especiais, comunicações e manutenção de armamento, mas também contam com muitos funcionários que nunca foram militares profissionais. No Iraque e Afeganistão empresas como a Blackwater, DynCorp Internacional realizam várias ações, entre elas a proteção de diplomatas e outros funcionários americanos.

A Blackwather é uma das maiores empresas no ramo da segurança, e já treinou dezenas de milhares de pessoas para trabalhar no ramo da segurança pessoal em áreas de conflito ao redor do mundo. A empresa mantém sua sede no estado da Carolina do Norte o Blackwater Training Center, que trata-se de um enorme complexo que dispõe de uma pista de pouso com 1.800 metros, um “quartel-general”, inclui 300 quartos (alojamentos), estandes de tiro para armas de variados calibres e instalações para simulação de resgate de reféns. No complexo de treinamento os funcionários são preparados para operar de forma efetiva nas mais diversas áreas em conflito ao redor do mundo e recebem treinamento específico em explosivos, tiro, abordagem de navios, resgate, etc.

 Nas instalações a empresa mantém três navios para adestramento de abordagem. A empresa conta com mais de 40 aeronaves, entre elas o avião brasileiro Super Tucano, e mantém mais de 3.000 funcionários atuando fora dos EUA.

    A empresa recentemente aderiu a um programa do governo americano para a contratação de veteranos da guerra no Iraque e Afeganistão. Para ser admitidos na empresa os candidatos devem ser aprovados num curso de oito semanas de duração que custa 20 Mil dólares. O salário de um mercenário é bastante atraente, enquanto o exército dos EUA paga por volta de 40.000 dólares anuais a um soldado a Blackwather pode pagar até 360.000 dólares a um mercenário. Porém, pelo que apuramos, os salários mais comuns estão por volta de 90.000 dólares anuais.. Contatos com o setor de treinamento da empresa podem ser realizados pelo E-mail  train@academi.com ou em inglês pelo telefone: Telefone: 252-435-2035 (Estados Unidos).

A Empresa Blackwather atualmente trabalha como nome de academi, e oferece abertamente seus serviços a governos de todo o planeta, a única condição é que estejam dispostos a pagar seus altos preços. Veja: “Nós temos a capacidade de nos instalar  globalmente de forma rápida e eficiente para criar um ambiente mais seguro para os nossos clientes. Temos orgulho de nossa agilidade, velocidade e capacidade de execução, respeitando também a cultura circundante. Temos conseguido garantir e operações de grande escala e estabilidade mundial. Unidade militar ou Consultas a Agência de Formação do Grupo favor contatar: Telefone: 252-435-0075 – Email: gov@academi.com

Atuação de mercenários no BRASIL.

Soldados do exército brasileiro já denunciaram ainda em 2007 a presença de mercenários americanos na Amazônia, mas o governo parece não se importar muito com isso.

Depoimento do militar ao jornal O Dia: “Coronel que até o ano passado comandava batalhão na região da (reserva indígena) Yanomami contou que estava fazendo patrulha em um barco inflável com quatro homens em um igarapé quando avistou um sujeito armado com fuzil. Um tenente disse: ‘Tem mais um cara ali’. Eram cinco homens armados. O tenente advertiu: ‘Coronel, é uma emboscada. Vamos retrair.’ Retraíram. Perguntei: ‘O que você fez?’ Ele disse: ‘General, tive que ir ao distrito, pedir à juíza autorização para ir lá.’ Falei: ‘Meu caro, você, comandante de um batalhão no meio da Amazônia, perto da fronteira, responsável por nossa segurança, só pode entrar na área se a juíza autorizar? Ele respondeu: ‘É. Foi isso que o governo passado (Fernando Henrique) deixou para nós. Não podemos fazer nada em área indígena sem autorização da Justiça”.

É isso.

https://sociedademilitar.com

 

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Sociedade Militar