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A “EVOLUÇÃO” DA POLÍTICA REALIZADA PELOS MILITARES em busca da Bancada Militar

A “EVOLUÇÃO” DA POLÍTICA REALIZADA PELOS MILITARES em busca da Bancada Militar. Um raciocínio rápido, porém urgente. https://sociedademilitar.com.br

Robson A. Silva – Cientista Social – Escreve para Revista Sociedade Militar. https://sociedademilitar.com.br

28 de maio de 2013

Os militares brasileiros tem sido representados há bastante tempo pelo senhor Jair Bolsonaro, que ao contrário do que se poderia imaginar, vem sendo mais bem votado a cada pleito. Lembramos que Bolsonaro começou como vereador em 1988. Em 1990 se elegeu deputado federal. Nas últimas eleições ele recebeu mais de 120 mil votos, se consagrando como o 11º entre os 46 deputados eleitos pelo Rio de Janeiro. Eu mesmo vi o jovem Bolsonaro em frente ao Quartel de Marinheiros no Rio, em sua campanha de 1990, fazendo o corpo-a-corpo.

De algum tempo para cá o senhor Bolsonaro parece ter conquistado um novo público, as pessoas que se identificam com suas posições em relação à família, e isso praticamente lhe garante uma posição consolidada em Brasília, mesmo que os militares não estejam tão satisfeitos com sua atuação.

Poucos estados da federação são tão “propícios” para o início da formação de uma bancada militar no Congresso como o estado do Rio. Lá se concentra a maior parte do efetivo das forças armadas. O Rio de Janeiro é densamente povoado por militares e familiares, podemos citar várias cidades metropolitanas e localidades periféricas onde residem milhares de militares e familiares. São Gonçalo, Duque de Caxias, São Pedro da Aldeia e o próprio município do Rio de Janeiro são cidades em que já deveriam existir vários vereadores oriundos das forças armadas.

Muitos membros das forças armadas que vão para a reserva, mesmo tendo migrado para o Rio por conta de transferências a serviço, permanecem residindo no estado. Deveria ser de se estranhar que Jair Bolsonaro tenha permanecido desde 1990 como único que representa a família militar. Os militares estão demorando muito a se unir em prol de eleger representantes para o congresso. Será que muitos não têm ainda consciência dessa necessidade, ou simplesmente agem desleixadamente nesse sentido?

O eleitorado tem que fazer sua parte, não adianta colocar todos os candidatos na cesta dos possíveis corruptos e desistir de tentar mudar. Mesmo os militares que vão para a reserva hoje, e até os que não concordam com o sistema representativo, tem que se importar com a questão, pois permanecerão – junto com suas famílias – dependendo das políticas do governo para as forças armadas pelo resto de suas vidas.

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Aos candidatos e suas equipes cabe um planejamento sério, a avaliação das possibilidades e a apresentação de uma proposta de trabalho também séria. Mesmo os candidatos a vereador e a deputado estadual podem, e devem, apresentar para a família militar uma proposta de trabalho. Afinal, muitos dos grandes políticos desse país começaram como vereadores.

Um dos indicativos mais importantes a ser levado em conta é o custo por voto, e não pode-se ter pudor em pensar nisso. É obvio que há um custo, é obvio que o candidato tem que investir em sua imagem. Afinal, como o eleitorado vai saber que ele existe, como vão tomar conhecimento de sua proposta, como ele vai se deslocar? A disponibilização de uma conta corrente para recebimento de doações é indispensável, e a própria movimentação de doações na conta será um indicativo de sua performance na campanha.

Só para sua informação, o custo médio por voto para deputado federal no estado do Rio de Janeiro ficou na casa dos R$ 11 reais, nota-se que para o eleitorado militar esse valor é menor, mas ainda assim é necessário investir.

Por que o custo é menor para os militares?

Os militares dificilmente ficarão impressionados com um trio elétrico passando na sua rua, ou com a distribuição de brindes ou em receber camisetas com a cara do candidato. Enquanto o custo médio por vota no Rio foi de R$ 10,88 o Deputado Jair Bolsonaro precisou investir somente R$ 1,63. 

O que esse eleitorado deseja é uma pessoa séria com uma proposta de trabalho consistente. Consultando alguns militares do Rio de janeiro constatamos que apenas 5% tinham conhecimento da proposta de trabalho de pelo menos um candidato militar para a eleição passada (2012). Isso mostra a grande necessidade de investir em mídia, realizar algum tipo de contato com o eleitorado.

As doações aparentemente insignificantes levaram Marina ao terceiro lugar no pleito para presidente. Foram milhares de doações de R$ 5 e R$ 10 reais. Dinheiro faz muita diferença quando se trata desse assunto. Não podemos investir 10 mil reais em uma campanha e achar que podemos superar facilmente candidatos que investem 200 mil, 500 mil ou 1 milhão. 

Há ainda algo interessante que já se constatou, os pequenos doadores, ou seja, aqueles que investem 50 reais, ou mesmo 10 reais em um candidato, se tornam cabos eleitorais tremendamente eficazes, suas famílias e seus amigos normalmente acompanham seu voto. Afinal, eles não “falam da boca pra fora”, eles confiaram no candidato a ponto de investir no mesmo.

    — o número de votos não foi tão expressivo —

Utilizando ainda o Rio de Janeiro como exemplo, e os candidatos a vereador que se propuseram a representar os militares no estado, percebe-se que o número de votos não foi tão expressivo, somaram somente por volta de 7.000 votos. Pela enorme quantidade de militares, familiares e pessoas comprometidas com a família tradicional, honestidade e amor verdadeiro à pátria, temos certeza que somente no Rio de Janeiro a família militar poderia eleger mais um ou dois deputados federais além de Bolsonaro, sem contar os vários deputados estaduais, mas para isso será necessário um trabalho de base, já insinuado acima, que comece com urgência. Os militares na verdade estão ansiosos por um representante a altura de seus anseios e ideais, não importa se é oficial, sargento ou mesmo um familiar, o importante é que seja um candidato que atue de forma inteligente para transformar a política sufocante que tem sido imposta pelo governo federal.  

Há também de se considerar a possibilidade de se angariar contribuições para a campanha, as doações aparentemente insignificantes levaram Marina ao terceiro lugar no pleito para presidente. Foram milhares de doações de R$ 5 e R$ 10 reais. Dinheiro faz muita diferença quando se trata desse assunto. Não podemos investir 10 mil reais em uma campanha e achar que podemos superar candidatos que investem 200 mil, 500 mil ou 1 milhão. Bolsonaro investiu quase 200 mil reais em sua campanha.

Há ainda algo interessante que já se constatou, os pequenos doadores, ou seja, aqueles que investem 50 reais, ou mesmo 10 reais em um candidato, se tornam cabos eleitorais tremendamente eficazes, suas famílias e seus amigos normalmente acompanham seu voto. Afinal, eles não “falam da boca pra fora”, eles confiaram no candidato a ponto de investir no mesmo.

O Problema da REPRESENTATIVIDADE INÓCUA

Já publicamos aqui em https://sociedademilitar.com artigo mostrando que um deputado federal agindo de forma inteligente e angariando apoios certos poderia ser muito eficaz. E há mudanças necessárias a ser discutidas. Sabe-se que a iniciativa legislativa para qualquer modificação no tratamento dispensado aos militares tem de partir do próprio “patrão”, ou seja, leis que alterem salário e condição profissional dos militares tem de sair de dentro do planalto. Se trata de uma norma tremendamente arbitrária. Ora, se vivemos em uma democracia representativa, os representantes dos militares deveriam ter o direito de propor aquilo que interessa aos representados. Mas, os militares não tem esse direito!

Podem eleger representantes, mas estes não podem legalmente os representar! Contudo, o texto pode ser mudado na medida em que os militares forem mais bem representados, qualitativa e numericamente. É preciso modificar o item do texto do artigo 61 da Constituição Federal que concede ao executivo a exclusividade da iniciativa legislativa em assuntos atinentes aos militares, ou pelo menos criar uma forma de fazer com que todas as categorias militares sejam ouvidas durante a elaboração das propostas.

E além da iniciativa privativa ainda há o artigo 63, norma que impede que no parlamento sejam propostas modificações nos projetos do executivo referentes aos militares se estas implicarem em aumento de despesa, ou seja, o governo se “blindou” muito bem nessa questão, tornando o chefe do executivo um verdadeiro ditador no que diz respeito a situação profissional e salarial dos membros das forças armadas.

Os militares tem se movimentado cada vez mais. Recentemente enviaram propostas seguidas de discussão ao SENADO, uma delas colheu mais de 300.000 (trezentas mil) assinaturas. Um número incrível, mas parece que nem isso sensibilizou a instituição, até agora nada parece ter acontecido como consequência da movimentação do pessoal. 

Veja: Art.61 CF1988 – § 1º – São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que:Disponham sobre: f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e …   e  Art. 63 CF1988 – Não será admitido aumento da despesa prevista: I – nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República…

Robson A. Silva – Cientista Social – Escreve para Revista Sociedade Militar. https://sociedademilitar.com.br

Robson A. Silva – Cientista Social – Escreve para Revista Sociedade Militar. https://sociedademilitar.com.br

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