SEPARATISTAS – Eles têm esse direito

SEPARATISTAS – Eles têm esse direito?

Essa semana vimos em algumas redes de TV da Europa imagens surpreendentes, mas a questão foi pouco mencionada nas redes nacionais, parece que há certo tabu em torno do assunto, como se fosse uma espécie de crime sequer pensar na possibilidade de uma sociedade que não está satisfeita com um governo central constituído clamar pela independência, e por um governo próprio, que administre racionalmente e aplique os recursos no local onde são gerados, sem a despesa extra de carregar o peso de alimentar um governo incompetente e corrupto num local longínquo.

   Mais de um milhão e quinhentas mil pessoas marcharam terça feira (11/09) em Barcelona pedindo a independência da Catalunha, a marcha organizada pela Assembléia Nacional Catalã já é considerada a maior manifestação desse tipo na história. A Comunidade Européia já declarou que não admite a possibilidade dessa independência ocorrer. A crise econômica que assola a Espanha desde o início da década afeta drasticamente a Catalunha, que se sente prejudicada na distribuição de recursos. A região gera mais de 20% da riqueza da Espanha, e tem, em contrapartida, apenas 16% da população do país.{jcomments on}

   O surto de separatismo catalão está fundamentado na convicção de que Madri está sugando a região financeiramente. O governo central recolhe a maioria dos impostos, e distribui a 17 regiões da Espanha, para que gerem suas próprias escolas e hospitais. Cada ano os catalães dizem que pagam 16 bilhões de euros a mais em impostos do que é aplicado na região.

   A questão na Espanha nos faz lembrar da situação do Sul brasileiro, onde milhares de pessoas acalentam a vontade de instituir um governo próprio. O movimento, que já foi acusado de racista, nos últimos anos ganhou novo fôlego, e já tem mais de 30.000 associados. Eles advogam a criação de um novo país, formado por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Mas esbarram numa cláusula pétrea da constituição, que diz que a União é indissolúvel. Para alguns o movimento é delirante, mas temos que admitir que é um delírio de muita gente. Há poucos meses, sem pudor, se falou bastante em alterar uma cláusula pétrea da CF1988, o princípio da anuidade, quando foi proposta uma reforma política a valer já para o ano que vem.

  Vamos aguardar, mas pelo que parece essa questão ainda vai durar muito tempo. Cremos que o melhor mesmo seria um plebiscito, toda a sociedade saberia realmente qual é a vontade da população do Sul.

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Sociedade Militar