Tudo indica que pode ter ocorrido uma conversinha interessante entre pessoas ligadas aos partidos aliados do governo e donos das empreiteiras ligadas ao Petrolão, que são as mesmas que realizam gigantescas doações de campanha para os partidos e candidatos.
Empreiteiro: __Amigo, no ano passado doamos mais de 800 mil reais para a campanha do seu candidato… Outros amigos do “clube” também fizeram doações. Até pros cara que estavam presos nós doamos, você sabe. Sem a nossa ajuda vocês teriam perdido a eleição. E agora, vão deixar a gente sifu?
Membro do partido: __Companheiro, não se preocupe, logo virá outro escândalo. Vamos empurrar esse negócio todo por mais dois anos, aí chegam as olimpíadas e a sociedade esquece. Quem sabe um decreto ou uma medida provisória mudem alguma regra… Não se preocupam, a gente vai dar um jeito. Tamo JUNTO.
Empreiteiro: __É bom mesmo, eu não gostaria de ter de dizer no Jornal Nacional tudo que sei, e principalmente para o bolso de quem foi a maior parte daquele dinheiro.
Alguém duvida de que uma conversa desse tipo possa ter ocorrido?
Vejam só essa notícia: Integrantes da força-tarefa do Ministério Público Federal encarregada da Operação Lava Jato rechaçaram uma sugestão feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) de limitar a punição às empreiteiras envolvidas em esquema de fraude na Petrobras. A CGU defendeu que as empresas tivessem como punição máxima o pagamento de multa e não fossem declaradas inidôneas, condição que as impediria de fechar novos contratos com o governo.
De acordo com a reportagem de O Globo, os investigadores recusaram a proposta, considerada uma tentativa de salvar as empreiteiras que tocam as principais obras do país. Os procuradores alegam que não é possível restringir a punição às empresas, que ainda resistem em colaborar com as investigações. O secretário-executivo da CGU, Carlos Higino, disse que a declaração de inidoneidade provoca grande possibilidade de fechar a empresa. Segundo ele, é melhor aplicar multa agora do que esperar o curso natural dos processos penais e administrativos.
A CGU, que é um órgão ligado a Presidência da República, teve a frente até 2/01/2015 Jorge Hage, nomeado por Lula, que foi substituído por Valdir Moysés Simão, que ocupava o cargo de Secretário Executivo da casa Civil.
A entidade alega que processos penais e administrativos não gerariam lucro nenhum para o país, e pior, diz que a declaração de inidoneidade acabaria por quebrar as empresas, gerando mais prejuízo sem se recuperar nada para o país. Citou-se ainda os prejuízos para a economia brasileira em caso de quebra das empresas.
As empreiteiras envolvidas na Lava Jato já propuseram pagar R$ 1 bilhão em conjunto para abrandar a pena. Mas a proposta foi rechaçada pelo Ministério Público Federal, que cobra a colaboração dos executivos dessas empresas nas investigações sobre desvio de recursos na Petrobras.
A pagina de frente do site da CGU estampa a nota: CGU expulsou mais de 500 servidores por práticas ilícitas. Ok, muito bom. Se são corruptos, eles foram expulsos com razão. Contudo, já que se propõe apenas multas para as empresas envolvidas no Petrolão, por que se age com mais rigor contra essas pessoas? São “peixes pequenos”?
Não pode haver pessoas ou empresas com privilégios ou qualquer tratamento diferenciado nesse país. A lei é igual para todos. Ou pelo menos deveria ser.
No nosso ponto de vista TODOS devem ser julgados e condenados se culpados. O prejuízo MORAL em se perdoar crimes desse tipo seria muito maior para o país.
Como podemos punir exemplarmente um ladrão comum, ou um traficante, se não punirmos os “peixes grandes”?
Sempre podem surgir empresas idôneas no mercado. Se não surgirem, abram a concorrência para empresas estrangeiras, cobrariam menos e não seriam obrigadas a dividir o dinheiro com partidos políticos e diretores da empresa.
https://sociedademilitar.com.br – Informações de CGU, O Globo e Congresso em Foco.
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