A escalada do terror pode se ampliar com base nos textos sagrados.

O Estado Islâmico usa o ALCORÃO e acaba por constranger os islamitas a simplesmente agir como “está escrito”. A escalada do terror pode se ampliar com base nos textos sagrados.

Em um noticiário na noite passada uma repórter do Oriente Médio afirmou que ISIS está operando com base em uma profecia do Alcorão, que diz que chegará o final dos tempos.

Uma pausa. Ser cristão significa acreditar na Bíblia e em todos os seus textos, que foram confirmadas por Jesus Cristo e dizem que o mesmo é um ser sobrenatural, filho do próprio Deus. Portanto, acreditar que Jesus Cristo sobrenaturalmente é filho de Deus é uma das premissas para que alguém se considere um cristão. Se em um templo católico ou evangélico o sacerdote fizer uma citação bíblica sobre a característica divina de Jesus, o céu ou a salvação da alma, e certo individuo presente discordar das colocações, mesmo que só internamente, se sentirá completamente deslocado, um estranho em meio aqueles crentes. A essência do “ser alguma coisa” está em incorporar em sua existência, em sua filosofia de vida, a fé assumida. De outro modo dir-se-ia “eu pratico cristianismo”.

Da mesma maneira, ser islamita significa acreditar no Alcorão como um todo e vivê-lo. Não acreditar em uma ou outra parte do livro significa invalidar a própria fé. Assim como não se pode ser meio cristão, não se pode ser meio islamita.

Não se pode ser meio islamita. Ou você é ou você não é.

É justamente nessa encruzilhada que se acham os grandes líderes islâmicos do mundo atual. Ao mesmo tempo em que acreditam que a escalada de terror é desumana e deve condenar o que está acontecendo, se vêem confrontados com regras de fé que tem de ensinar para seus fieis. Regras que autorizam a guerra como método de expansão da religião.

Imagine um neófito perguntando: Ué, mas aqui está escrito que vamos lutar contra os judeus. O que devo fazer?

A raiz do problema está sim na própria religião. Qualquer islamita honesto, que estude sua doutrina enxerga as diversas determinações que o convocam para a guerra.

Seria islamofobia dizer isso aqui? Veja alguns trechos da doutrina.

Combaterão pela causa de Deus, matarão e serão mortos. (Sura 9:111)

Esta Hadith, que é considerada tanto quanto o Alcorão, foi relatada por al-Hâkim e Ahmad: “Se você ver as bandeiras negras vindo da direção de Khurasân, então va ate eles, mesmo se você tiver que rastejar, porque entre eles estará o Mahdi, o Califa de Allah.

Agora veja isso: A coleção de Hadith de Sahih Muslim numero 6985: “Abu Huraira disse que o Mensageiro de Allah (paz seja sobre ele) disse: A ultima hora (Juízo final) não chegara ate que os Muçulmanos lutem contra os Judeus e os Muçulmanos os matarão, ate ao ponto que os Judeus se esconderão atrás de uma rocha ou de uma arvore, e a rocha ou a arvore dirá: ‘Muçulmanos, ou servos de Allah, tem um Judeu atrás de mim; venha e o mate’; Mas a arvore Gharqad não dirá isso, porque ela é uma arvore dos Judeus.”

A bandeira negra não é um acaso, é justamente para convocar os islamitas a cumprirem sua lei.

Normalmente iríamos ignorar os comentários da repórter citada no inicio do texto, que fala sobre o fim dos tempos, a profecia final do islamismo. Mas, essa repórter disse o que poucos do ocidente tem coragem de dizer, que o plano para a ação do ISIS foi colocado em prática por causa da fé islâmica.

O estabelecimento do califado faz parte da esperança islâmica. Os membros do ISIS dizem que as divisões que existem no Oriente Médio foram definidas por ocidentais, e não admitem isso. Eles atualmente dominam uma área maior do que o Reino Unido.

O novo califado que se levanta – é triste admitir isso, mas é a verdade – ao contrário do que somos induzidos a crer, está longe de ser baseado num retorno a idade média. O grupo usa bastante tecnologia, é estratégico e antenado em questões geopolíticas, sabendo muito bem das limitações e temores que os EUA e aliados têm em armar grupos étnicos que se oporiam a sua expansão, como os curdos.

Tudo indica que o ISIS deseja que os EUA novamente desembarque seus soldados no Oriente Médio, assim estará lutando contra ocidentais, aumentando seu status entre os árabes.

A mensagem do novo califado, tempos de paz e união entre os islamitas, chega no momento em que o Oriente Médio vive mais uma crise. O califado colocaria por terra a autoridade de todos os líderes árabes da região, já que o Califa, o sucessor de Maomé, tem a autoridade endossada pelos livros sagrados.

Enquanto a bíblia dos cristãos, que são decaptados aos montes, diz que as armas são espirituais, os livros dos islâmicos dizem que devem matar, cortar mãos, atirar de prédios etc.

E agora. Os líderes islamitas terão a coragem de impor uma nova interpretação da doutrina islamita ou se submeterão ao novo califado?

Robson A.D.Silva – Revista Sociedade Militar.

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Sociedade Militar