Não podemos RIR da desgraça do BRASIL. A coisa está cada vez mais séria.

Não podemos RIR da desgraça do BRASIL. A coisa está cada vez mais séria.

Caro amigo leitor, possivelmente, depois de ler esse texto você ficará com a impressão que estou profundamente indignado com o que a corja esquerdista está fazendo com o nosso país. É essa a intensão. Eu tenho pais, tenho filhos, pretendo ter netos. E essa gente está comprometendo passado, presente e futuro. Que bando de safados!  Eu sou livre e vivo num país livre. Portanto, pelo menos por enquanto, e luto para que permaneça assim, eu posso expressar a minha opinião acerca daqueles que dirigem nosso país.

   Se eles desviaram todos esses recursos são mesmo um bando de SAFADOS, se ela administrou mau o dinheiro que não lhe pertence, que é arrecadado por meio de tributos que incidem sobre quem trabalha duro, ela é mesmo uma mau caráter, uma sem-vergonha, que devia ser chutada o mais rápido possível da posição em que está.

   A má administração, que joga no bolso de lideranças partidárias e ladrões de colarinho branco, bilhões de dólares, mata mais que os traficantes, mata mais que os terroristas do Estado Islâmico. É desleal com o passado por deixar nossos idosos sem a assistência e saúde que eles já pagaram, é desleal com o presente porque mete a mão nos nossos bolsos para satisfazer anseios pessoais e filosofias burras e caducas e, por fim, compromete o futuro, porque submete nossos jovens a educação fracassada e ideologizada, que forma uma massa de idiotas úteis, meros servos da canalha que controla nosso país. São jovens facilmente manipuláveis e semi-hipnotizados que, ao som de palavras mágicas de convocação se comportam exatamente como reza a cartilha esquerdista.

    Temos que nos indignar seriamente, temos que parar de brincar. Impuseram-nos uma tendência exagerada de “ludicizar” (*) o dia-a-dia. Quanto menos encararmos com seriedade os acontecimentos que acabam com nosso país, mais tendemos a acreditar que somos meros expectadores e que é normal achar engraçadinho o que de ruim ocorre no palco do quotidiano brasileiro. Não, não somos expectadores de uma comédia. Na verdade, queiramos ou não, seremos sempre atores desse drama. E como atores sociais, devemos entender e reagir aos acontecimentos da maneira certa, permitindo-nos as reações adequadas para cada um deles, sem medo.

            Fulano roubou um milhão de dólares… E eu reajo fazendo piadinha com isso! Rindo de meu amigo que votou no PT!    Caro amigo(a) quem se ferrou nessa história foi você, e seus filhos.

                 Tenho amigos oriundos de países como Dinamarca e Holanda, uma das coisas que observei neles é a clareza que têm ao expressar insatisfação. Eles deixam bem claro, de forma séria, que não estão gostando de alguma coisa. Não fazem rodeios. Como queria que aqui fosse assim.

          Você já foi a um julgamento? Percebeu ali alguém rindo? O promotor, testemunhas, juiz… Todos estão tensos o tempo todo. Pois o que normalmente está em jogo é o futuro de uma ou mais pessoas. O nosso dia-a-dia é a mesma coisa. Quando você percebe os erros e testemunha isso para aqueles que estão ao seu redor, age como uma testemunha de acusação, ou como a vítima. Se fizer o seu papel sorrindo e gracejando a sua credibilidade será próxima de zero.

                Dizem que ha em voga uma tal teoria da diversão, que defende a tese de que ludicizando o dia-a-dia as coisas parecerão mais leves. Mas, não é pra parecer mais leve. Tem que parecer o que é realmente. Não podemos contribuir para maquiar o que de ruim está acontecendo. Temos é que colaborar para que as pessoas percebam a realidade como ela é.

           O excesso de bom humor é extremamente nocivo e serve como um tipo de filtro que dificulta a percepção de que há um massivo sentimento de indignação. A ludicização impede que a indignação se espalhe e torna praticamente impossível uma reação em massa à altura do que está ocorrendo no país.

 “Você leva tudo a sério!”. Quem já ouviu essa acusação?

     Há três anos, em uma manifestação chamada de parada Gay, algumas imagens sagradas para a religião católica foram exibidas com vestes e poses sensuais, em volta havia muita gente sorrindo, dançarinos seminus e gente com trejeitos engraçadinhos. A intenção que se escondia por traz do ato em si obviamente era ridicularizar o cristianismo.

Se isso fosse realizado de outra forma que não a lúdica (engraçada. Teatral), a população católica reagiria com indignação. Porém, esse sentimento estrategicamente instigado no brasileiro, para que não reaja com seriedade ao que é imposto com “bom humor”, mais uma vez foi eficaz. Os organizadores da manifestação debocharam a seu bel prazer da religião católica, e não houve reação, por parte da justiça, dos fieis e muito menos da igreja. Todos foram ludibriados pelo lúdico.

O único que ousou reagir publicamente nem era católico, foi um pastor evangélico, Silas Malafaia. E contra ele logo irromperam várias acusações de mal-humorado, fundamentalista, incitação ao ódio etc.

O deputado Bolsonaro é outro que vez por outra reage na medida certa, com seriedade, é assim que deve ser.

Quando nas rodas de amigos dizemos que o processo tal, ou a CPI tal vai dar em pizza, sem que percebamos, já atenuamos em nossa mente a indignação que aquela situação nos causaria se fosse usada a maneira correta para descrever o fato. Que seria algo como: Fizeram um lobby no local tal e decidiram enganar a sociedade abafando o processo. Ou, “os envolvidos tem muita influencia e usaram o corporativismo para não sofrer as consequências dos seus atos”. Contudo, como em nossa mente foi introduzida uma única palavra – pizza – o significado real, mais amplo, se perde no simplismo, e as reações que poderiam ser causadas também vão junto. Sem querer ajudamos nossos algozes.

Sutilezas como representar casos sérios com termos engraçados ou distorcer a representação do real usando “quase-sinônimos” já vêm surtido efeito negativo-minimizador há algum tempo em nosso país. Por exemplo, trocar invasão por ocupação ou roubo por expropriação.

Em uma sociedade sub-intelectualizada como a nossa esse tipo de artifício tende a cada vez obter mais êxito.                

Pelo simples fato de estamos vendo “de dentro”, a desconstrução que aqui fazemos pode soar como algo estranho, desnecessário. Mas DEFINITIVAMENTE não é. As categorias e significados, quando desenvolvidos corretamente na linguagem e raciocínio, são sobremaneira importantes para a condução inteligente do quotidiano de uma sociedade.

Manifestantes comandados pela esquerda usam bastante a cultura lúdica do brasileiro também para atenuar a reação dos órgãos de segurança. Quando interrompem o direito de ir-e-vir do restante da população, vandalizam ou “ocupam” alguma instituição pública, quase sempre há manifestantes aparentemente bem-humorados, com “caras pintadas”, máscaras etc. Dando a impressão de que é uma manifestação bem humorada, inteligente, “pacífica”. Contudo, quando impede o direito de ir-e-vir dos outros, ou destrói o patrimônio alheio, uma ação, seja individual, coletiva, bonitinha ou risonha, jamais poderia ser considerada pacífica.

Que bonitinho, todos rindo! Alguém sempre diz. Nada disso, a coisa é séria quando estão obstruindo o direito de outras pessoas.

Temos visto cada vez mais as revistas online, grupos no facebook e sites que se opõem aos desmandos ocorridos em nosso país representar fatos reprováveis por meio de charges, caricaturas engraçadas, ou textos com grande pitada de “bom” humor.

Embora a nossa cultura cada vez mais propicie isso, que chamamos aqui de sub-representação lúdica, acreditamos que na verdade é uma prática nociva e não tão inteligente quanto aparenta, como já dissemos acima, acaba atenuando as próprias conclusões/reações da sociedade. E, por fim, desestimula o confronto.

Quase sempre o ato de rir da “piada” se torna a única reação. Chegou a hora de representar o dia-a-dia com exatidão e seriedade, de dizer o que realmente achamos, sem rodeios e maquiagens para “doer menos”. Se você está indignado, expresse sua indignação com as palavras e gestos certos. Se isso for feito coletivamente será uma grande alavanca para uma mudança real em nosso país.

   Por exemplo, se você quer dizer que odeia a proteção que Dilma fornece para Nicolás Maduro, faça isso de forma bem clara, pode dizer apenas: “Eu odeio a atitude de Dilma em relação ao presidente da Venezuela”. Isso, de forma coletiva, surtirá muito mais efeito do que centenas de cartazes complicados e bem humorados postados nas redes sociais.

    Se você quer que Dilma saia junto com todos seus auxiliares, nada melhor do que um cartaz como o que está aí nessa figura ao lado.

Enquanto estivermos representando e interpretando com bom humor as situações que deveriam gerar em nós sentimentos de grande repulsa e indignação estaremos atenuando a realidade. E, sem querer, convergindo para a falência moral de nosso país, cuja cultura imposta tem cada vez mais a propriedade de fazer com que transformemos falcatruas em comédias, atores em espectadores e malfeitores em simples palhaços, sempre nos induzindo a achar graça de nossa própria desgraça.

Robson A.D.Silva é Cientista Social. Escreve para Revista Sociedade Militar – https://sociedademilitar.com.br

 

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Sociedade Militar