Resposta para centenas de e-mails. Apesar de acreditarem na culpabilidade da presidente, para muitos o Impeachment não serviria.

Resposta para centenas de e-mails.  Apesar de acreditarem na culpabilidade da presidente, para muitos o Impeachment não serviria.

Muitos leitores e colaboradores tem nos enviado comentários na linha dos expostos abaixo. Vejam. Depois retorno. 

É justo que a sociedade esteja tremendamente decepcionada com tudo o que tem ocorrido. A corrupção é prática generalizada nesse país. A matança de inocentes, o mau uso dos impostos escorchantes é realmente de indignar qualquer um.  Contudo,  é um momento de usar a cabeça, de agir estrategicamente.

Por três dias seguidos publicamos aqui na Revista Sociedade Militar estatísticas que mostram que o IMPEACHMENT está na boca do povo. Isso é uma oportunidade única. Em 9 de fevereiro as menções ao impeachment no twitter chegaram a quase 50 mil, no mesmo dia as menções a intervenção militar não chegaram a 200.

Enquanto as menções ao impeachment crescem, a aceitação da presidente Dilma decresce abruptamente. Se a sociedade for as ruas vai acrescentar muito combustível ao processo que está em andamento.

Não podemos ser infantis e acreditar que as coisas se obtém instantaneamente. O desgaste político do presidente de um país gigantesco como o nosso não ocorre de uma hora para a outra. É um trabalho árduo e por isso não pode haver dispersão. 

A possibilidade de ser aberto um processo de impeachment só agora começa a se aproximar da realidade. Ao contrário disso, a possibilidade de ocorrer uma intervenção militar é quase nula. Vários militares, inclusive o atual comandante do exército, já declararam publicamente que não há possibilidade de solução de continuidade do sistema democrático que o país vive. Qual general arriscaria a cabeça numa empreitada desse tipo, que inclusive não conta com o apoio da maior parte da sociedade?

O Parlamento começa a sinalizar uma oposição forte aos ditames da atual presidente. O atual presidente da câmara, Eduardo Cunha, se mostrou corajoso essa semana quando desafiou algumas vezes a agenda governista.

Sim, é verdade, o processo de impeachment poderia fazer com que o vice presidente assumisse, ou que o seguinte assumisse. Os dois atualmente compartilham dos privilégios e são subservientes? Tudo indica que sim. Mas, será que temos que vencer a guerra de uma vez? Temos que derrubar todos de uma tacada só. Claro que não.

Devemos vencer batalhas uma a uma. Derrubar Dilma e Lula seria um golpe tão eficaz que é quase certo que deixaria o Partido dos Trabalhadores inerte por bastante tempo. 

Se em seguida o PMDB “trabalhar” na mesma linha, o que será difícil, ante a demonstração de força da sociedade, já seremos fortes e experientes o suficiente para virar o jogo novamente. O congresso foi bastante renovado na última eleição. Com o impeachment de Dilma a renovação na próxima legislatura seria maior ainda.

Soa como absurdo algumas coisas que temos ouvido. Alguns nos mandam e-mails dizendo que o impeachment é uma estratégia da esquerda.  Como assim? Isso é uma teoria plausível? A esquerda se autodestruiria?

Outros dizem que, em caso de intervenção militar, Jair Bolsonaro assumiria como presidente e eliminaria os infiltrados da maçonaria! Como pode ser isso? Como Bolsonaro assumiria. O que lhe dá esse direito?

Bolsonaro inclusive já declarou que é  contra a intervenção militar. Já sei. Vão dizer que é uma estratégia.

Vejam abaixo o ponto até onde chegam algumas mentes doentias. Será que também deveríamos apoiar isso? Lembrando que o autor das declarações é dirigente de um partido político.

Não podemos nos dividir. Não podemos nos dispersar. Podemos agir estrategicamente dentro das regras vigentes. Enquanto não houver quebra da ordem democrática não podemos compactuar com nada que não esteja previsto na lei.

Robson A.D. Silva

https://sociedademilitar.com.br

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Sociedade Militar