Sim. Tudo indica que a Rússia mentiu. Eles bombardearam a Ucrânia no segundo semestre de 2014.

Sim. A Rússia mentiu. Eles bombardearam a Ucrânia no segundo semestre de 2014. Vejam só que interessante.

Revista SOCIEDADE MILITAR – https://sociedademilitar.com.br

Em se tratando de geopolítica, guerras e disputa por território, são poucos os que jogam limpo. Vejam esses interessantes dados que permitem que qualquer pessoa, com um mínimo de conhecimento e acesso a internet, desmascare um grande líder mundial, como Vladimir Putin.

As forças armadas ucranianas posicionados perto da fronteira russo-ucraniana foram atacadas por fogo de artilharia no segundo semestre de 2014. Entre 09 de julho e 5 de Setembro de 2014, o Serviço de Fronteiras da Ucrânia e da Segurança Nacional e Conselho de Defesa informaram que ocorreram mais de 120 ataques de artilharia vindos da Rússia. As autoridades russas, no entanto, negaram veementemente a ocorrência de quaisquer ataques em direção à Ucrânia.

Em julho de 2014, as forças armadas ucranianas lançaram uma “operação anti-terrorista” contra os separatistas pró-russos e obteve ganhos territoriais significativos no leste da Ucrânia, recuperando o controle sobre uma grande parte da fronteira russo-ucraniana. 

No entanto, em 11 de julho de 2014, a situação mudou de repente. Um ataque de artilharia enorme e inesperado em unidades na região de Zelenopillya matou 30 e feriu mais de 100 soldados . Nos dias e semanas que se seguiram, ocorreram dezenas de ataques de artilharia contra as unidades de fronteira.

A pressão dos ataques fizeram com que as forças armadas ucranianas perdessem o controle de centenas de quilômetros de território fronteiriço. Contudo, com um artifício simples, as imagens do Google Earth, que mostram parte da Ucrânia oriental de julho, agosto e setembro de 2014 podemos achar evidências de que pode sim ter ocorrido ataques de artilharia. 

Em meados de julho de 2014, um bombardeio maciço reverteu a vantagem ucraniana e contribuiu para o cerco de algumas tropas das forças armadas ucranianas. A ofensiva separatista em todo leste da Ucrânia começou simultaneamente com os ataques de artilharia, levando os separatistas a capturar grande parte da fronteira russo-ucraniana, juntamente com vastas áreas de Donetsk e Lugansk. Esse link / Link mostra que em julho ocorreram ataques vindos do Sul, e intensos combates contra insurgentes pró-rússia.

Isso prova que os ataques de artilharia contra as forças da Ucrânia, perto da fronteira foram um fator importante que pode ter revertido a situação em favor dos separatistas que contam com a simpatia de Putin.

Usando uma análise de imagens de satélite disponíveis para qualquer pessoa na internet, esta investigação, superficial é claro, traz interessantes evidências que mostram que ferramentas como google earth e google maps podem ser usadas para ajudar a esclarecer origens de ataques de artilharia, nesse caso, contra as forças armadas ucranianas.  

Obviamente não temos como ir a Ucrânia para realizar todo o procedimento para determinar a direção de onde partiram os morteiros. Os procedimentos padrão seriam, basicamente, fincar uma estaca no centro da cratera. Fincar uma segunda estaca no início do sulco da espoleta. Tentar determinar a direção. Se houver mais de uma cratera pode-se tirar a média.

Observe que, usando a própria indicação do norte do Google Earth, pode-se estimar que os ataques vieram realmente de um ângulo próximo de 190 graus.

A distância não é possível precisar. Mas, logo ao sul fica a fronteira com a Rússia. 

  Vasculhando as imagens da fronteira com a Rússia em datas aproximadas às datas dos ataques, como já fizeram jornalistas investigativos da Europa, pode-se encontrar dados interessantes, marcas de pneus e solo queimado. 

Observe nessa imagem ao lado, de um disparo, que o ataque com o MLRS pode criar uma marca de solo e vegetação queimada atrás do veículo. Veja marcas que poderiam ter sido causadas por disparos na imagem abaixo, bem como marcas de pneus no solo.

Hoje, em 21 de fevereiro de 2015, não se percebe mais as marcas no solo, é preciso resgatar a imagem de 15 de julho/2014 no google earth. Veja imagens dessas coordenadas 47° 45′ 59.52″ N 38° 30′ 47.63″ E. (Atenção, usamos o google earth, o link acima é para o google maps)

Veja agora abaixo: Pelo angulo de impacto nas crateras tudo indica que o ataque pode realmente ter partido do local mostrado, a cerca de 14 quilômetros. Obviamente, não ha como determinar o ângulo de lançamento. Mas, pela proximidade da fronteira, o local mais provável para os lançamentos é o já mencionado. 

Afinal, os ataque vieram ou não da Rússia, que nega veementemente? Acreditamos que sim. Mas, você tira suas conclusões.

Acreditamos que as autoridades da OTAN simplesmente fazem vista grossa quanto a esse tipo de informação. Esse método foi usado originalmente por jornalistas investigativos do site bellingcat.com. 

O presidente russo, Vladimir Putin é corajoso, e tem ambições que vão além da Ucrânia. Mostramos acima com muita probabilidade de acerto, que ele não tem respeitado as convenções internacionais, e tem mentido.

Se os EUA e a OTAN não se posicionarem de forma dura, ele poderá continuar aos poucos “testando” a coragem que a comunidade internacional tem para se opor a sua ações. Essa opinião é compartilhada pelo  ex-secretário-geral da Otan Anders Fogh Rasmussen, que acredita que o líder russo, ex KGB, poderia atacar um país báltico para testar a determinação dos países ocidentais.

Robson A.D.Silva – Revista Sociedade Militar.

Imagem sobre analise de cratera, de: https://www.globalsecurity.org/military/library/policy/army/fm/6-50/Appj.htm // Demais imagens retiradas de google earth em 21 de fevereiro de 2015.  // Método utilizado por jornalistas de https://www.bellingcat.com/

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Sociedade Militar