A lei, com o ridículo nome de “lei habilitante anti-imperialista” foi aprovada por maioria e passa a valer depois de publicada na gazeta oficial.
Para justificar esta nova solicitação, Maduro afirmou ontem na Assembléia Nacional que, com estes poderes especiais, poderia “enfrentar” as “ameaças” dos Estados Unidos.
Setores da imprensa norte-americana reclamam da imprensa internacional e perguntam o “por que” da demonização dos EUA nessa questão, na medida em que Obama tem denunciado violações de direitos humanos na Venezuela. É evidente que o governo da Venezuela usa de uma retórica anti-americana. A acusação, feita por Maduro, de que os EUA financiam um golpe de estado junto com políticos de oposição é algo já batido e rebatido por tiranos de todo o planeta.
A esquerda brasileira, por exemplo, insiste nisso até hoje. Mas nunca forneceu provas concretas.
O que a imprensa brasileira deixa de mencionar são as sanções que a Venezuela impôs a funcionários norte americanos e turistas na Venezuela. Poucos dias antes da ação de Obama, o presidente da Venezuela proibiu George W Bush e outros americanos de entrar no país sul-americano, rotulando-os de “terroristas”.
A imprensa também não menciona as provocações do governo infantil e irresponsável da Venezuela, que chegou ao extremo de oferecer asilo a Edward Snowden, ex-funcionário que denunciou a espionagem eletrônica dos EUA e hoje está exilado na Rússia.
“Implicâncias” desse tipo, que são toleradas, quando muito, entre alunos de jardim de infância, podem gerar consequências desastrosas para as relações entre países.
O assunto na verdade é pouco explorado pela mídia brasileira e sul-americana em geral. Talvez falte à imprensa coragem política para se aprofundar nesse tema.
Quais são de fato as medidas dos EUA contra a Venezuela?
A ação tem apenas como alvo sete funcionários venezuelanos, que terão seus bens apreendidos nos EUA e não poderão entrar nos Estados Unidos. A ordem também faz com que fazer negócios com os indivíduos seja um crime para um cidadão norte-americano.
“As autoridades venezuelanas que no passado e no presente violam os direitos humanos dos cidadãos e se envolvem em atos de corrupção pública não serão bem-vindas aqui, e agora temos as ferramentas para bloquear seus bens e o uso dos sistemas financeiros dos EUA”, disse o porta-voz de Obama, Josh Earnest.
Os funcionários sancionados incluem o chefe do serviço de inteligência do estado, o diretor da Polícia Nacional, um ex-comandante da Guarda Nacional, três outros oficiais militares e um procurador da República.
Veja a lista: Antonio Benavides Torres, Gustavo González López (diretor-geral do Serviço de Inteligência), Justo Noguera Pietri (ex-comandante da Guarda Nacional), Katherine Haringhton Padron (promotora), Manuel Pérez Urdaneta (diretor da Polícia), Manuel Bernal Martínez e Miguel Vivas Landino (inspetor-geral das Forças Armadas Bolivarianas).
O que levaria membros do alto escalão de um governo socialista, entre eles vários militares, a manter bens nos Estados Unidos? Isso não pode ser considerado algo suspeito?
O porta-voz do governo Obama disse que falta seriedade do governo MADURO no trato com as questões importantíssimas que ocorrem no país. Nicolás maduro insiste em jogar no que chama de “imperialismo americano” toda a culpa pela falta de alimentos, inflação alta e desordem generalizada que hoje existe na Venezuela.
“Temos visto muitas vezes que o governo venezuelano tenta distrair a partir de suas próprias ações, culpando os Estados Unidos ou de outros membros da comunidade internacional por eventos ocorridos dentro da Venezuela… Esses esforços refletem uma falta de seriedade por parte do governo venezuelano para lidar com a grave situação que enfrenta.”
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