CARACAS. Por que Eles escolheram os EUA como inimigo?

CARACAS. Por que Eles escolheram os EUA como inimigo?

    A Venezuela está em um estado lastimável. A economia do país deve contrair no mínimo 7% esse ano. A falta de itens de primeira necessidade esta crescendo. Absorventes, Sabão e fraldas tornaram-se itens de luxo. Os índices de criminalidade estão subindo na medida em que a pobreza aumenta no país.

Não será uma surpresa quando se verifica que o partido de MADURO deve tomar uma grande surra nas próximas eleições para o legislativo. O que MADURO pode fazer quanto a isso, já que não tem qualquer possibilidade de fazer seu país voltar a crescer?

A resposta, ao que parece, é muito fácil. Invente uma conspiração, faça-se de vítima de um inimigo muito mais forte. Maduro anunciou em 12 de fevereiro que foi alvo de uma tentativa de assassinato. De acordo com o presidente, oficiais subalternos da Força Aérea do país planejava bombardear o palácio presidencial com um pequeno avião de hélice de treinamento que teria decolado de um aeródromo na Colômbia.

Dias depois, o prefeito da Grande Caracas, Antonio Ledezma, que é também um dos principais membros da oposição, foi preso pela polícia secreta e acusado de cumplicidade na suposta tentativa de golpe, da qual até hoje não se exibiu as provas. Eles foram levados para a mesma prisão militar onde o líder da oposição Leopoldo López é mantido em isolamento por mais de um ano.

Hoje mesmo (23/-5/2015) a esposa de Leopoldo Lopez se deslocou até a prisão onde seu marido estaria detido. A falta de informações a faz se manter em vigilância constante. Lilian Tintori quer notícias consistentes que lhe deem certeza sobre o verdadeiro estado de seus marido e de outros presos políticos.

Maduro atacou adversários internos, mas ele guardou suas críticas mais vorazes para os Estados Unidos, do qual ele diz que está concentrado em derrubar o seu regime. Maduro disse que diplomatas dos EUA “continuam a assediar oficiais militares e tentar comprar jornalistas, colunistas e líderes.”

“Ninguém mexe com a Venezuela”, disse Maduro durante um discurso televisionado.  “Respeite a Venezuela, seus malditos Yankees. Respeite nosso país”

O Departamento de Estado dos EUA negou todas as acusações de Maduro. Em vez disso, Washington, a Anistia Internacional, a Organização dos Estados Americanos, e até mesmo, surpreendentemente, o Brasil, cujos governantes são aliados de Caracas, manifestou preocupação com a deterioração da situação política entre Maduro e seus oponentes.

Maduro tem um estilo copiado do falecido presidente Chaves. O ex-motorista de ônibus serviu em uma variedade enorme de cargos no governo, incluindo ministro das Relações Exteriores, antes de ser escolhidos a dedo por Chávez para ser seu sucessor. Então, é pouca surpresa que Maduro use as mesmas estratégias usadas por Chaves. Durante seus 14 anos no cargo, Chávez disse que “descobriu” pelo menos 19  conspirações de assassinato que, muito curiosamente, coincidiram com fases em que o Chavismo fracassava economicamente.

A estratégia de MADURO é obvia, quer distrair as pessoas, inventando um problema maior ele pretende engajar toda a sociedade em resolve-lo, fazendo-os esquecer os problemas já existentes ao mesmo tempo que elege seus “inimigos’ como causadores dos mesmos. A frase dita implicitamente é: “a oposição e os EUA são os causadores da desestabilização, vencendo-os nosso país será o novo paraíso bolivariano”.

Há um mês Maduro mandou prender donos de drogarias. A escassez de moeda forte está tomando um problema em quase todos os aspectos do comércio. “Nós não temos sementes, fertilizantes, inseticidas para vender”, diz Roberto Chávez, que dirige uma loja de ração. “Nosso fornecedor disse-nos que há adubo, mas ele não pode vendê-lo para nós, porque não há sacos para colocá-lo. Os sacos são importados, mas ninguém deu-lhes dólares para trazê-los.”

Em uma economia que importa cerca de 70 por cento dos produtos que consome, o resultado da falta de dólares é a paralisia.

Segundo as últimas pesquisas, sonegadas da sociedade venezuelana, menos de um quarto da sociedade apóia ainda o sucessor de Hugo Chaves. Mais de 70% da população quer que MADURO saia antes de terminar o seu mandato.

Robson AD Silva — Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar