MILITARES. Reajuste de 20% em uma só parcela creditada em janeiro de 2016. É essa a luta?

VEJA AGORA.

MINISTRO DIZ QUE REAJUSTE pode ULTRAPASSAR ÍNDICES propostos pelo governo para o restante do FUNCIONALISMO

   


Estamos a pouco mais de seis meses do que pode-se considerar a “data base” para reajuste dos Militares das Forças Armadas. Outras categorias, como membros do Legislativo e Judiciário, já definiram seu próprio reajuste. Os servidores do Judiciário, por exemplo, pedem 59.4% em média. O Ministro da fazenda já disse que reconhece a importância de seu pleito e que deve fazer uma contraproposta.

  Os militares, como sempre, não sindicalizados e sem representantes oficiais, não obtiveram ainda qualquer promessa. Mas, ao que parece, não pretendem ficar parados dessa vez.

   Nas últimas semanas os Militares federais tem se agrupado em torno do Deputado Cabo Daciolo, que tem se empenhado por organizar a categoria, convocando militares da ATIVA e RESERVA para uma reunião que será realizada em frente ao Congresso Nacional no próximo dia 30 de junho. Daciolo tem insistido em mostrar aos militares que não ha proibição alguma que impeça que participem de uma reunião em um lugar público. A intenção do deputado, pelo que se percebe, é a partir daí organizar datas, valores e objetivos a ser alcançados ao longo dos próximos meses. 

  Em 2012 o governo decidiu, depois de manifestações, abaixo assinados etc. por um reajuste de 30% para os militares das Forças Armadas. A reposição, que não agradou, foi creditada em três parcelas e, segundo as associações de militares, que falavam em números acima de 100%, não corrigiu as perdas inflacionárias. Como resultado, a família militar continuou como a categoria do executivo que possui mais perdas acumuladas. O que, no fim do processo, faz com que o material humano das Forças Armadas, cada vez mais usado em missões antes atribuídas a policiais, mata-mosquitos e até agentes de limpeza pública (garis), se sinta desprestigiado e desestimulado.

  Os militares federais se consideram como uma das categorias mais prejudicadas em relação ao salário. Pesquisa realizada pela Revista Sociedade Militar em maio (Veja Aqui), com nível de confiança de 95%, atestou que mais de 75% dos entrevistados, entre militares da ativa, reserva e pensionistas, têm dívidas com empréstimos consignados. Na pesquisa também se apurou que 89% dos entrevistados que estão na ativa se sentem desestimulados e 46.5% acreditam que a situação atrapalha o seu desempenho profissional.

  Um reajuste parcelado, quando chega aos bolsos já está corroído pela inflação.

  Muitos militares de carreira tem abandonado as Forças Armadas, isso depois que o governo investiu dinheiro público nos mesmos, em anos de preparação em escolas de oficiais e sargentos. Hoje é muito fácil encontrar um sargento que está estudando para um concurso público, ou fazendo cursos técnicos ou superiores com o intuito de dar baixa das Forças Armadas.

  Lembrando que no final de 2014 o salário da Presidente da República, chefe do Executivo, foi reajustado em cerca de 20%, em uma só parcela, hoje Dilma recebe R$ 30.934,70. Em 2008 o presidente recebia pouco mais de 11 mil reais. Portanto, em apenas 7 anos acumulou cerca de 200% de reajuste.

  Os dados oficiais indicam que a inflação de 2013, 2014 e 2015 (estimada) correspondem a, respectivamente 5.9%, 6.46% e 8.4%. Portanto, estima-se, que só para retornar o poder aquisitivo dos militares ao mesmo patamar de 2012 o governo já teria que prever agora um reajuste de aproximadamente 20%. O país vive hoje um momento complicado. O governo diz cortar gastos e logo poderemos ter uma ideia da disposição que possui em manter essa palavra,  basta acompanhar a negociação do aumento solicitado pelo Judiciário, que, embora peça em média 59%, possui, para alguns cargos, índices de reajuste de até 78%.

  Usando a ferramenta abaixo pode-se constatar que em maio de 2014, apenas 12 meses (de 05/2013 a 05/2014) após a primeira parcela do reajuste ter sido creditada, os militares já haviam perdido 8% de seus soldos.

  Use a ferramenta abaixo e calcule as perdas oficiais.

  As associações e grupos que iniciam a jornada de concentrações de militares e negociações com o governo já devem ter números exatos em mente ao apresentar as demandas. Contudo, as solicitações não deverão ultrapasar em muito a inflação oficial dos últimos 3 anos. Daciolo tem se reunido com militares do quadro especial de sargentos do Exército e com ex-soldados da Aeronáutica. Ha inclusive uma reunião marcada no Rio de janeiro no próximo dia 21, sábado. O deputado tem buscado se inteirar das situação de cada categoria e as demandas relacionadas.

  Tudo indica que o inicio da campanha salarial deve ser selado na reunião com Daciolo e outros políticos, marcada para o próximo dia 30 de junho.

Revista Sociedade Militar.  Robson A.DSILVA – Cientista Social /

Veja também: Daciolo convoca militares da ATIVA para reunião em BRASÍLIA.


O articulista desse texto informa que as opiniões expressas nesse espaço refletem única e exclusivamente suas opiniões pessoais, baseadas em pesquisas de campo, analises de informações colhidas por meio de entrevistas, sites e textos acadêmicos. Tudo isso realizado de forma independente e autônoma. 

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Sociedade Militar