Militares sofrem com a contenção de despesas em Portugal e promoções agora são uma espécie de FAVOR.

Militares são os que mais sofrem com a contenção de despesas em Portugal.

“As barbaridades contra os militares continuam … O que mais dói é que não há um único general ou chefe militar na ATIVA que venha a público colocar as coisas como elas são”

“As únicas nações que têm futuro, as únicas que se podem chamar históricas, são aquelas que sentem a importância e o valor das suas instituições e que, por conseguinte, lhes dão apreço” (Tolstoi)

O Ministro da Defesa de Portugal veio a público essa semana e anunciou que as promoções dos militares, que estavam bloqueadas, seriam desbloqueadas. Isso significa que 6088 militares serão promovidos, com despesa aproximada de 6,8 milhões de euros.

O que soa como estranho é que ninguém mencionou que isso não é mais do que obrigação do governo. Ao contrário disso, a mídia portuguesa tratou isso como se fosse uma espécie tratamento preferencial dado aos militares. (Vide manchete acima da tvi24)

Todos se comportam como se estivessem a fazer algum favor à Instituição Militar (à “tropa” como, eufemisticamente, usam apelidar) ou aos seus profissionais, que são, sempre os mais dedicados servidores da causa pública. Podem ser chamados a qualquer momento, para atuar em qualquer função.

E o que mais dói é que não há um único general ou chefe militar da ATIVA, que venha a público explicar as coisas como elas realmente são.

Essa semana 150 oficiais da reserva dos três ramos das Forças Armadas, entre os quais antigos chefes de Estado-Maior, se reuniram para um jantar. Eles acusaram o Governo de pôr em prática ações que degradam a capacidade das Forças Armadas. Dois anos depois de, em Fevereiro de 2013, terem manifestado o seu desagrado, voltaram agora ao tema.

“O discurso laudatório às medidas que têm sido tomadas, apresentadas como reformas estruturantes, não têm sido mais do que ações avulsas, cujo efeito tem sido o degradar da instituição militar”, diz o comunicado final. Esta degradação, explicita o texto, atinge “a organização, capacidades e efetivos, bem como a situação profissional e pessoal de quantos nela [instituição militar] servem e, também, dos seus familiares”.

Um dos alvos dos oficiais são as novas regras, que suscitam, na sua visão, uma desqualificação perversa dos direitos e deveres. “Há indícios de uma aparente vontade de funcionalização dos militares”, alertou à entrada do jantar o general Loureiro dos Santos, porta-voz da iniciativa. “Os militares não são vistos como a instituição que defende a perenidade da Pátria e a independência nacional”, lamentou o antigo ministro da Defesa Nacional dos IV e V governos constitucionais, liderados por Mota Pinto e Maria de Lurdes Pintassilgo. Numa breve fórmula, o militar sintetizou a situação: “Há muitos deveres e menos direitos”.

Articulista português do explica que fazem anos que são raríssimos os oficiais que se expuseram e tenham dito a verdade sobre os factos e intenções. Ele diz que e com o seu silêncio os oficiais permitiram que basbaques da classe política e jornalística desconsiderassem, distorcessem, mentissem, prejudicassem e até humilhassem, não só a eles próprios, como as forças armadas, Instituição que integram e, supostamente comandam.

Lembramos aqui que ha alguns anos o governo português simplesmente “congelou” as promoções de todos os militares. Isso acaba com qualquer projeto de vida e de carreira. Agora as promoções são “descongeladas” e o governo é tratado como herói? Que isso sirva de exemplo para outras nações onde os militares também são tratados como a escória do serviço público.

Revista Sociedade Militar. https://sociedademilitar.com.br

Informações de https://www.publico.pt/portugal/noticia/as-barbaridades-contra-os-militares-continuam-1700250?frm=ult

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Sociedade Militar