Oficiais no LIMITE? General Pimentel, que representa militares, da ATIVA e RESERVA, publica nota, em tom mais incisivo. “Cuidado com a língua”

O Clube MILITAR aos poucos parece que vai se posicionando de forma mais veemente acerca da série de episódios absurdos que o país vive nos últimos dias.

Há apenas cinco dias Pimentel havia publicado nota advertindo para que os políticos tomassem cuidado para não fazer o Brasil reviver os anos de chumbo.

Hoje, um dia após as declarações criminosas do líder da CUT, o presidente do Clube Militar faz uma declaração mais veemente. As seguidas falas de Pimentel podem ser um sinal de que os Generais estão incomodados com a situação atual e com os cada vez mais insistentes pedidos de intervenção militar

O General Pimentel sabe muito bem que o Clube Militar, que representa o pensamento de militares da Ativa e Reserva, e que ele diz só possuir força no campo das idéias, foi o estopim de vários momentos históricos importantes no país.

Texto do General:

CUIDADO COM A LÍNGUA

       Em recente artigo, observamos que a situação de desgoverno e de caos do país lembrava a de 1964. Fomos interpelados por alguns leitores, temendo ver em nossas palavras uma ameaça velada de intervenção militar, sem considerar que o Clube Militar não tem competência para tal, inclusive por ser uma entidade de direito privado, sem qualquer vínculo de subordinação com as Forças Armadas.

          Sua influência restringe-se ao campo das ideias, quando procuramos interpretar o pensamento da maioria de nossos associados.

          Comentamos, poucos dias depois, que o diálogo prometido pela Presidente Dilma iria limitar-se aos 7% da população que ainda apoia seu governo.

          Ontem o “diálogo” começou. Após um encontro de Dilma com os “movimentos sociais” no Palácio do Planalto, o Presidente da CUT, Vagner Freitas, ameaçou “pegar em armas” em defesa do governo. Declarou estar preparado com “armas” e um “exército” para barrar qualquer tentativa dos “coxinhas” de tirá-la do poder. Na defesa do governo, declarou estar pronto para ir para as ruas entrincheirado, com armas na mão.

          À noite, em programa de televisão de audiência nacional, afirmou que houvera um mal-entendido, que não pensara em incitar a violência, que usara uma figura de linguagem ao falar em armas. Disse, também, que seu exército era composto de organizações de trabalhadores, greves e atos públicos, na defesa da democracia. Naturalmente, referia-se à sua democracia sindicalista, dona do monopólio do poder e da verdade, no seu entendimento.

          É bom lembrar que o Brasil só tem um Exército, que dispõe legalmente do monopólio da força, em defesa do Estado Brasileiro. Qualquer outro grupo armado que venha às ruas terá que enfrentá-lo.

        Cuidado com a língua e com as ameaças, Vagner Freitas. Você terá oportunidade de esclarecer em juízo o verdadeiro sentido de suas palavras, na ação que será movida a esse respeito.

Gen Gilberto Rodrigues Pimentel é Presidente do Clube Militar.

 

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Sociedade Militar