Reajuste. BOLSONARO diz que MILITARES podem ser manipulados a se voltar CONTRA O FUNCIONALISMO. Como assim BOLSONARO?

Reajuste. Deputado diz que MILITARES podem ser manipulados a se voltar CONTRA O FUNCIONALISMO. 


Revista Sociedade Militar

Jair Bolsonaro fez uma postagem no site do jornal O Dia, convidando os leitores a acessar seu facebook, onde daria maiores explicações sobre o reajuste dos militares. Na rede social o deputado escreveu o óbvio, o mesmo que havíamos postado aqui logo depois da mensagem da Jaques Wagner anunciando o “reajuste”. Que a reposição seria realizada em 4 parcelas, sendo que a primeira provavelmente será de 5.5%.

O político diz que Wagner omitiu a realidade, não falando sobre o parcelamento. Sim, é verdade que no site do Ministério da Defesa o Ministro não falou de parcelamento. E pior ainda, o ministro diz que pode haver reajustes diferenciados dentro da tropa, coisa que ninguém deseja, já que estão todos no mesmo barco.

Esse reajuste de 21.3%, parcelado, é exactamente o estipulado pelo Ministério do Planejamento para todo o funcionalismo público federal e amplamente divulgado no último dia 25 de julho passado.

O líder da Federação de Sindicatos dos Trabalhadores Técnico-Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil (Fasubra), Rogério Marzola, disse o que certamente os militares gostariam de ouvir da boca de seus corajosos e valorosos COMANDANTES, que a proposta do governo é “extremamente insuficiente”. “É um acordo em que a gente perde para a inflação em todos os anos seguintes, a começar pela primeira inflação, que é agora a desse ano. O acordo não conseguiria contemplar a metade da inflação que nós estamos vivenciando nesse momento. Por isso, a proposta é muito ruim“, disse o líder.

O Deputado Jair Bolsonaro, que tem mais de 1.5 milhões e seguidores nas redes sociais disse, em postagem fixada no topo de seu site, que o governo, ao anunciar esse reajuste de forma um tanto quanto “estranha”, quer “jogar os militares contra os servidores”.

Na mesma postagem, nos comentários, Bolsonaro lembra que a “terceira pessoa mais influente no Ministério da Defesa é casada com um líder do MST”.

O político militar fala muitas verdades e é uma grande força, principalmente na defesa da família. Contudo, a colocação que fez é um tanto quanto desprovida de lógica.

O reajuste é pequeno, não cobre a inflação, é uma sacanagem… Isso tudo é verdade. Mas, quando diz que militares ficarão contra os civis e aposentados (!) Bolsonaro extrapola a realidade. E essa colocação, além de ser sensacionalista, numa rede com mais de 1,5 milhões de seguidores, em nada acrescenta. 

Se os membros das Forças Armadas chegassem a acreditar que teriam um reajuste diferenciado, mais ou menos justo e em uma única parcela de 21.3%, coisa que não aconteceu. Não teriam qualquer razão para sentir qualquer mágoa de categorias civis, que receberiam seu reajuste parcelado.

Se ocorrer o contrário e os civis receberem seu reajuste de uma só vez e os militares o receberem parcelado – como já virou moda – nem assim haveria qualquer mágoa. Os militares vêm sendo prejudicados em relação a seu poder aquisitivo há anos, e nunca se posicionaram contra nenhuma categoria civil, e muito menos contra os aposentados.

A tropa não é formada de ingênuos que acreditariam que a culpa de receberem salário cada vez menor é de outras categorias. Muito pelo contrário, os soldados sabem que o que define a situação é o facto dessas categorias possuírem representantes eficazes sem relação de subordinação com o governo, sem carreirismo e medo de exigir direitos para seus pares. 

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