O FIM DA CREDIBILIDADE – General Clovis Purper.

O FIM DA CREDIBILIDADE

Internamente, o governo Dilma já tinha perdido qualquer traço de credibilidade.

Era questão de tempo. Todos os analistas, economistas e curiosos tinham certeza de que o grau de investimento atribuído pelas agências internacionais de classificação de riscos seria rebaixado em curto prazo.

De fato, nesta semana uma das três grandes agências, a Standard & Poor’s, rebaixou o conceito do Brasil, que era grau de investimento, para grau especulativo.

Ou seja, não garantem mais com tanta certeza que o dinheiro do cliente esteja seguro quando investido no Brasil. Isso é muito grave, se considerarmos que ¾ do dinheiro do mundo é investido, até mesmo por exigência legal, nos mercados com grau de investimento.

Consequência: o montante de recursos à disposição para investimentos em nosso país diminuiu drasticamente, logo, ficou mais caro.

Três foram as principais razões para o declínio da credibilidade e consequente rebaixamento.

Em primeiro lugar, a previsão de um déficit fiscal de 30,5 bilhões de reais na proposta de orçamento para 2016, que será o terceiro ano seguido com rombo nas contas públicas. As tentativas desesperadas de tapar o rombo por parte da Fazenda são vistas como contas de chegar ou cambalhotas fiscais. Se os números fossem críveis, não teria sido apresentado o orçamento deficitário.

Em segundo lugar, a falta de coesão e de comando no ministério de Dilma, com choques não resolvidos entre Fazenda, Planejamento, Casa Civil etc.

Finalmente, o impacto na economia da Operação Lava-Jato, que semanalmente descobre mais casos de corrupção e ligações incestuosas entre empreiteiras, partidos políticos e autoridades.

Por tudo isso, a economia não anda, os investimentos não acontecem, todos esperam soluções que nunca aparecem. Pelo contrário, a confusão e a indecisão crescem diariamente. Como investir nessas condições?

A confusão política agrava a econômica, refletindo-se em sérios e gravosos resultados para a combalida situação nacional.

Os capitais saem do país, gerando aumento de inflação, de desemprego e diminuição do crédito.

O governo, tardiamente, declara que vai diminuir as despesas, preservando o Bolsa Família e o FIES e cortando algo do Minha Casa Minha Vida e do Pronatec. Desta maneira, os grandiosos programas sociais criados na época das vacas gordas, começam a desmoronar numa realidade mais adversa, como era previsto por todos os analistas sérios.

Fala, também, em aumentar impostos já escorchantes – principalmente o imposto de renda – e em recriar a antiga CPMF, de tão má memória.

Ainda há gordura para cortar, como os absurdos trinta e nove ministérios e grande parte dos mais de 30.000 cargos comissionados, apenas para ficarmos na esfera federal.

O custo político da falta de coragem para tomar medidas impopulares se manifesta nos crescentes, mas ainda descoordenados movimentos pró-impeachment da presidente, tanto no Congresso quanto nas redes sociais da internet.

A credibilidade é o maior capital de que um governo dispõe. Quando ela se vai, governar fica cada vez mais difícil, e o povo paga a conta do desgoverno.

Do General Purper, do Clube Militar – RJ.

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Sociedade Militar