Sinalização Náutica. 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. A lenda viva dos faroleiros.

Marinha – Sinalização Náutica.

Presente 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. A lenda viva dos faroleiros.

De norte a sul do país, onde você nem imagina, há homens e mulheres cuidando para que seu caminho permaneça iluminado.

Muitos brasileiros não se dão conta que aquelas “luzinhas” que piscam no mar, nas baias e rios, são boias de sinalização náutica.  Poucos também, além de apreciar sua beleza, que parece dar o “toque final” ao nosso belíssimo litoral, sabem que as luzes emitidas pelos faróis espalhados pela nossa costa são extremamente importantes para o navegante.

Engana-se aquele que pensa que por conta do GPS, radar e outros equipamentos, o sinal náutico é hoje menos importante. Quem já navegou em meio a uma grande tormenta e sentiu a sensação de alívio ao ter todas as dúvidas sanadas quando avistou-se a luz de um farol ao longe, a piscar, sabe do que estamos falando.

A maioria das pessoas dificilmente saberia dizer exactamente para que servem e muito menos quem cuida desses sinais náuticos, tão importantes para a navegação costeira do Brasil.  Hoje possuímos mais de 200 faróis e cerca de 800 boias luminosas.

É importante saber que a maior parte dos produtos que chegam e saem de nosso país o fazem por via marítima e que sem uma sinalização náutica eficaz atividades de importação e exportação estariam sensivelmente prejudicadas.

Quem não se lembra do acidente com o Exxon Valdez, que após se chocar contra o recife Bligh derramou milhões de litros de óleo no litoral do Alasca? Mantendo nossa costa bem sinalizada temos tranquilidade em relação a acidentes desse tipo, que causam perdas irreparáveis.

A Marinha do Brasil há décadas mantém um grande grupo de profissionais exclusivamente dedicados ao estudo, operação e manutenção de equipamentos voltados para a sinalização náutica.

Eles são os conhecidos faroleiros. São militares que voluntariamente escolheram uma das mais antigas profissões do mar. É um ofício que se confunde com a própria navegação. Talvez, ainda que se utilizando hoje da tecnologia mais moderna possível, a SINALIZAÇÃO NÁUTICA seja uma das atividades que menos mudou em sua finalidade.

No Brasil os profissionais da sinalização náutica, além do próprio faroleiro, englobam um número limitado de profissionais voltados para a atividade. Hoje existem mecânicos de sinalização náutica, eletricistas, artífices, telegrafistas etc. Todos formados pelo Centro Almirante Moraes Rego e especializados em atividades que tem como fim manter iluminado o caminho do navegante.   

Quem já viu um faroleiro arrastando pela lama das margens do Oiapoque (AP) uma bateria de mais de trinta quilos e depois ainda enfrentar – e vencer – um gigantesco enxame de marimbondos dentro do farol Orange; ajudou a desembarcar uma lanterna super frágil em meio às ondas enormes que lavam os Penedos de São Pedro e São Paulo num dia de tormenta ou caminhou em meio aos arbustos habitados pelas cobras mais venenosas das Américas, na lendária ilha de Queimada Grande, não tem qualquer dúvida sobre o amor que esses profissionais tem pela profissão que escolheram.

Não haverá luz se não houver quem a acenda..

Como todos os militares, os faroleiros fazem a sua parte, sem alarde.

Farol

Em nuvens que tapam a visibilidade / Em sons de ondas a bater
Eis que surge uma luz / Que ajuda a quem aparecer

É uma luz que guia / Que ajuda ao destino chegar
E todos ficam felizes / Quando em terra conseguem os pés colocar

Mas no farol vive também / O senhor faroleiro
Que em tempos passados ligava uma fogueira / E sempre era bem elogiado

Todos conheciam o faroleiro
E sempre perguntavam se algum barco estava a chegar
Uns dias ele dizia triste que ainda nada
Mas outros com alegria dizia que estavam prontos a atracar

Como no farol é como na vida / Sempre temos uma luz para nos guiar
Mas se ninguém a acender / Nunca ao destino vamos chegar

Blue Heaven

Robson A.D.Silva — Revista Sociedade Militar

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar