Os militares portugueses já há muito tempo têm se politizado. Mesmo na ativa frequentemente vão para as ruas (sem farda) se manifestar contra aquilo que consideram incorreto e por isso têm conseguido manter seu status perante a sociedade e classe política de Portugal. A sociedade militar portuguesa, assim como no Brasil, tem alto índice de popularidade e é uma grande formadora de opinião.
Perante uma sala meia cheia, e sobretudo cheia de militares na reseva ou na reforma, o candidato presidencial Sampaio da Nóvoa manifestou-se contra as políticas de descapitalização da defesa e da segurança porque, assim, “não conseguiremos definir as respostas que os nossos concidadãos exigem, num quadro mundial de violência e de guerra”.
Sampaio da Nóvoa, estava acompanhado de um general (Eanes) e discursava numa conferência realizada nessa terça-feira sobre “Portugal e a defesa nacional” no Museu do Oriente. Na ocasião vários generais relataram um quadro dramático sobre a situação das três Forças Armadas.
“É necessário encontrar novos equilíbrios e, certamente, dar uma atenção maior aos temas da defesa e da segurança, com todas as consequências que daí resultam, desde as questões orçamentais às questões europeias, desde o controlo das fronteiras ao controlo público dos aeroportos e de sectores vitais como a energia, a água ou os transportes”, afirmou o candidato no seu discurso de encerramento da conferência.
Tiveram oportunidade de discursar o Professor Jorge Miranda, o Almirante Melo Gomes, o General Pinto Ramalho, o General Luís Araújo, o Major General Carlos Branco, o Vice-Almirante Pires Neves, o General Pezarat Correia, o Comendador José Arruda, o Major General Norberto Bernardes, o Coronel Pereira Carcel, o Sargento Mor Lima Coelho, o Cabo Luís Reis e o Professor Sampaio da Nóvoa, no encerramento.
Revista Sociedade Militar