Um presidente é mantido no poder mesmo com um índice de reprovação maior que 90%. E na medida em que a voz da sociedade não é ouvida aumenta o risco de que o país entre numa convulsão social. A situação em Brasilia nessa segunda também foi tensa. Um manifestante conseguiu subir no “teto” do Congresso, o que irritou bastante a polícia legislativa. Há também informações de por conta da manifestação de caminhoneiros falta combustível no aeroporto do DF.
A mídia minimizou. Mas, houve caos no Planalto nesse final de semana.
Nesse 15 de novembro havia na Esplanada dos Ministérios membros de dois grupos distintos. Embora ambos repudiem o governo atual, uns desejam que a deposição de DILMA ROUSSEFF seja por meio de um impeachment e outros preferem uma ação dos militares, nos mesmos moldes do que ocorreu em 31 de março de 1964, e lutam para que isso ocorra. Eles exaltam os militares e defendem líderes como o General Mourão, sancionado por conta de declarações que incomodaram algumas lideranças de esquerda.
Pelo que se percebeu, os dois grupos – “Impeachmistas” e Intervencionistas – se misturaram nesse 15 de novembro. Contudo, o protagonismo maior foi dos intervencionistas. Estavam em maior número (Veja Aqui) e com mais “volúpia” do que normalmente têm os “impeachmistas”, que aguardam com relativa tranquilidade que os parlamentares empreendam um processo de impeachment contra Dilma.
As lideranças intervencionistas, no comando de mais de 1000 pessoas, divergiam entre si sobre as ações a tomar para que seus pleitos fossem ouvidos pelas Forças Armadas.
Algumas ações tresloucadas e uma tragédia podem ter sido por pouco impedidas.
Segundo Ben Avraham, conhecido ativista intervencionista, com milhares de visitas em vídeos no YouTube, nesse dia 15 foi por pouco abortada uma tentativa de jogar caminhões contra o Congresso Nacional. O líder intervencionista diz que discordava dessa “estratégia” porque colocaria em risco a vida de várias pessoas. Ele teria pedido a “Dedeco”, que seria uma liderança dos caminhoneiros, para desistir da ação.
Avraham diz que repudiou a ação com caminhões, mas apoiaria uma “invasão pacífica” do CONGRESSO NACIONAL, para impedir que os parlamentares “trabalhassem” essa semana. No vídeo ele conta que “comandou” uma tentativa de invasão do Congresso Nacional nesse dia 15, mas que logo em seguida desistiu da ação por conta da repressão feita pela polícia.
No relato o intervencionista diz:
“Haveria uma tentativa de …com carros pesados, uma tentativa de invadir lá Congresso… Solicitei que ele parasse, uma tentativa dessa poderia matar as pessoas… então acionei os órgãos competentes… “
“se tivéssemos aqui pelo menos 15 mil pessoas nós teríamos feito”.
Avraham ao final de seu vídeo agradece a Marcello Reis, do Revoltados Online, que teria lhe dado apoio e “sabia o que a gente ia fazer”.
Na tarde dessa segunda-feira lideranças dos caminhoneiros divulgaram vídeo informando que não havia intenção de usar caminhões contra o parlamento, disse que “inventaram coisas”. No filme “Dedeco” diz ainda que: “o movimento dos caminhoneiros foi levantado nesse país para derrubar esse governo, pra acabar com o comunismo… e falácias falsas (sic) de pessoas que não tem o que fazer, mas isso é mentira… hoje há novos pontos de paralisação…”
Por volta de meia-noite desse domingo foi veiculada, segundo informações recebidas, por Rede Brasil, uma rádio intervencionista, que realmente haveria por parte de algumas lideranças uma intenção de invadir o Congresso Nacional durante a manifestação de 15 de novembro. Os locutores deixaram claro que houveram inúmeros desentendimentos entre os líderes, que não apoiariam ações radicais e que inclusive teriam denunciado o caso.
Disseram que o caos em Brasília foi “trabalho da esquerda… nós somos pacíficos… invasão ao congresso, pessoas pregando a invasão do Congresso, que iam arrebentar… Ocupar o Congresso…“
Pois bem. Pequenos episódios e desentendimentos como esses servem para atestar que os movimentos oposicionistas em nosso país ainda estão bem longe do nível que se espera. Será mesmo que o Brasil acordou?
Revista Sociedade Militar
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