China se nega a sancionar Coréia do Norte. Tensão na fronteira.

China se nega a sancionar Coréia do Norte. Tensão na fronteira.

O Líder norte-coreano Kim Jong Un recebeu um presente de aniversário bastante irritante nessa sexta-feira quando a Coreia do Sul iniciou transmissões de alto-falante bastante críticas ao longo da zona fronteiriça.

Os Militares da Coréia do Norte, em resposta, aumentaram o número de tropas posicionadas na fronteira. As forças do sul estão em alerta máximo.

A retomada das transmissões, usando a série de torres de alto-falante estacionados ao longo do lado sul-coreano da zona desmilitarizada (DMZ) aumenta potencialmente a chance de um confronto militar com a Coréia do Norte.

A Grã-Bretanha pediu sexta-feira para a Coréia do Sul a abster-se de reiniciar as transmissões de modo a não agravar as tensões fronteiriças.

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Guerra psicológica

A Coréia do Sul diz que retomou as transmissões de sexta-feira em retaliação ao recente teste nuclear de Pyongyang. As autoridades sul-coreanas dizem que a programação é uma mistura de notícias e música popular, mas teria também incluído comentários críticos sobre as políticas e o comportamento do ditador norte-coreano.

Durante a transmissão dessa sexta-feira um locutor sul-coreana disse que o teste nuclear da Coréia do Norte desencadeou grande condenação mundial e aumentou as tensões globais.

“Testes nucleares da Coréia do Norte é um incidente muito sério, o que poderia conduzir a península coreana a uma crise”, disse o locutor.

O regime de Kim Jong Un considera estas transmissões como altamente ofensivas e guerra psicológica. A Coréia do Norte controla rigorosamente a imprensa no país e sempre se refere ao seu jovem líder como uma espécie de divindade, que não erra e não pode ser criticado. Contudo, nos últimos anos tem ocorrido um aumento de informações que entram no país através da porosa fronteira com a China.

Os militares da Coréia do Sul também aumentaram o nível de alerta de segurança cibernética na sexta-feira. Usinas de energia nuclear da Coréia do Sul teriam sofrido ataques cibernéticos no passado recente e autoridades disseram que foram causados ​​por hackers norte-coreanos.

Os Estados Unidos estão pressionando por fortes sanções das Nações Unidas sobre o comércio norte-coreano e finanças, e pedindo que navios norte-coreanos sejam impedidos de atracar em portos internacionais.

Para as sanções internacionais serem mais eficazes, a China – principal apoiador econômico da Coréia do Norte – deve concordar em participar das medidas punitivas.

Alguns analistas internacionais alegam que a China poderia trazer pressão intensa e imediata sobre a Coréia do Norte.

“A China precisa bloquear um oleoduto ou bloquear o fluxo de bens para a Coreia do Norte”, disse o analista Ahn Chan-il do Instituto Mundial de Estudos da Coréia do Norte.

Mas, Pequim tem relutado em tomar medidas drásticas que possam criar instabilidade em sua fronteira. Embora tenham denunciado um recente teste nuclear de Pyongyang, nenhuma autoridade chinesa se manifestou para deixar claro se vão ou não apoiar sanções mais fortes.

Ao contrario disso, um jornal da China, ligado ao Partido Comunista, nesse sexta-feira publicou um editorial criticando o que chama de suposta”política hostil” da Coréia do Sul, Estados Unidos e Japão em relação à Coréia do Norte.

Robson A.DSilva – Revista Sociedade Militar