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Bolsonaro, medo aumenta. Todos os analistas erraram sobre TRUMP. Também errariam em sua análise sobre Bolsonaro?

Bolsonaro, medo aumenta. Todos os analistas erraram sobre Donald TRUMP. Também errariam em sua análise sobre Jair Bolsonaro?

Alguns analistas alegam que dificilmente Jair Bolsonaro seria eleito. O texto abaixo discorda desse posicionamento. Com base no vem acontecendo com Donald Trump e teorias usadas na ciência política, como o gráfico de Anthony Downs, o articulista mostra que, até mais do que candidatos ligados aos grandes partidos, Jair Bolsonaro tem potencial para chegar aos primeiros lugares na disputa de 2018.

Ainda antes das primárias norte-americanas, analistas de todo o planeta diziam ser impossível que o milionário Donald Trump se consagrasse como o candidato dos republicanos. Ainda assim, por via das dúvidas, o chamavam de ultraconservador e xenófobo. O candidato foi caminhando da sua maneira, sem disfarçar seu caráter, sem deixar de responder incisivamente às críticas e, em resumo, sem deixar de ser ele mesmo.

Nos Estados Unidos, assim como no Brasil, a esquerda conseguiu transformar a palavra conservador num adjetivo pejorativo. Ser conservador já é por aqui, e por lá, sinônimo de radical, preconceituoso etc.

Vejamos apenas um dos pontos tocados por TRUMP, que rendeu-lhe adjetivo de xenófobo e ultraconservador.

Trump propôs que se construa um muro entre os EUA e o México. Os EUA proíbem a imigração ilegal pela fronteira com o México. Ali está localizado um grande efetivo de policiais e equipamentos justamente para coibir a prática. Imigrantes ilegais presos atualmente são deportados de volta para seus países.

Se existe a proibição, um “muro legal” já existe. O muro de TRUMP apenas torna visível a barreira legal.

TRUMP está apenas sendo prático, realista. Portanto, constata-se facilmente que a oposição, que o chama de xenófobo, está sendo apenas hipócrita. Se são a favor da imigração deveriam lutar para derrubar a legislação vigente e apoiada pelo governo de OBAMA e não contra o muro de Donald Trump que asseguraria de forma literalmente CONCRETA o cumprimento mais eficaz da lei que, reiteramos, já existe

A hipocrisia típica da esquerda – os liberais nos EUA – admite que o muro legal permaneça, mas não suporta um muro de concreto, porque este seria ofensivo, deixaria bem evidente que a norma existe.

O que é afinal um posicionamento conservador ou de direita em política?

Não vivemos mais no contexto dos séculos passados, hoje há um sem número de possibilidades que cabem dentro de cada opção política. Uma pessoa que se declara conservadora, ou de direita pode ter preferências distintas de outros também de direita em relação a diversos assuntos.

Quem abraça o posicionamento acima quase sempre têm em comum a defesa das posições a seguir. Contudo, uma ou outra variação não significa que o indivíduo seja “de esquerda”.

  • A defesa da honestidade na gestão do patrimônio público;
  • A redução dos impostos;
  • Ajuda para quem precisa e não para quem não quer trabalhar;
  • “Bolsas” ou auxílios sociais não devem ser definitivos;
  • O livre mercado;
  • A propriedade privada é intocável;
  • Estado menor;
  • Estado deve ser menos intervencionista;
  • Tribunais devem ser eficazes e rigorosos;
  • Fim do assistencialismo eleitoreiro;
  • liberdade de expressão.
  • Liberdade religiosa.

Essas posições e mais algumas poucas, geralmente derivadas das mesmas, quase sempre bastam aos conservadores.

O que deve acontecer agora com Donald TRUMP?

Trump foi escolhido pelos eleitores empolgados com uma perspectiva de mudança e apegados a ideais de direita e conservadores, os republicanos que se alinham com a filosofia original do partido. O slogan principal de Donald Trump é Make America Great Again (Faça a América grande novamente) Mas, para ser eleito presidente dos Estados Unidos o candidato republicano precisa dos votos daquelas pessoas que normalmente não saem às ruas com faixas de partido e muito menos comparecem a convenções partidárias, o chamado eleitor mediano. Por isso acreditamos que a partir de agora TRUMP adotará um discurso mais apaziguador, com vistas a conquistar o eleitor posicionado mais ao centro.

Jair BOLSONARO

Alguns eleitores de Jair Bolsonaro negam que o mesmo possua características que o aproximariam de Donald Trump, outros concordam com euforia e acreditam que assim como o candidato republicano dos EUA disparou e tem tudo para disputar voto a voto a Casa Branca, Bolsonaro também deve chegar às primeiras posições na corrida para o Palácio do Planalto.

Donald Trump é um milionário. Jair Bolsonaro, por sua vez, não demonstra ter condições de competir com os grandes partidos no financiamento de uma campanha presidencial. Contudo, o histórico do Capitão-deputado demonstra que seu discurso é capaz de convencer muita gente sem artifícios eleitoreiros como grande comícios-show e distribuição de brindes.

A Revista Sociedade militar publicou comparativo entre campanhas realizadas por Bolsonaro e outros candidatos considerados populares. Os gráficos publicados mostram que enquanto, nas eleições de 2010, o gasto médio dos candidatos a deputado federal por voto no Rio foi de R$ 10,88 o Deputado Jair Bolsonaro precisou investir somente R$ 1,63 para cada voto recebido.

Veja o gráfico sobre as eleições de 2014 para Deputado Federal no Rio de Janeiro

Nas eleições de 2014, como pode-se ver acima, o gasto de JAIR Bolsonaro foi equivalente a R$ 0.87 por voto, contra a média nacional que foi de R$ 12.86 por voto recebido. 

Dilma (PT) x Bolsonaro

O deputado militar atualmente ocupa a 8º posição nas pesquisas para a ainda longínqua eleição de 2016. Para ser eleita em 2014 a candidata DILMA ROUSSEFF gastou oficialmente R$ 6.44 por voto recebido.

Por enquanto, como Donald TRUMP, Bolsonaro ocupa a preferência entre aqueles posicionados mais a direita na linha de preferências políticas.

Sabe-se que no Brasil o posicionamento à direita predomina, ainda que a grande mídia omita essa informação. Confira isso na tabela abaixo construída pelo DATAFOLHA, com base em pesquisas sobre o posicionamento político do brasileiro. Assinalamos, para melhor visualização dentro do contexto nacional, os 8% de eleitores que votariam em Bolsonaro segundo pesquisas recentes.

Acredita-se que a medida em que o tempo passe, Jair Bolsonaro, ainda considerado por alguns como de “extrema-direita” tenda a se aproximar mais do centro, conquistando assim os eleitores de centro-direita e centro.

Diferente dos candidatos de esquerda, que para se aproximar do eleitorado médio, hoje precisariam abdicar de posicionamentos considerados inegociáveis por sua militância, Jair Bolsonaro tem ampla possibilidade de transitar mais para o centro, justamente porque não precisaria abrir mão de suas opiniões sobre imposição da ideologia de gênero nas escolas, menoridade penal, estatuto do desarmamento, estado menor etc, que são os posicionamentos também defendidos pela maior parte da sociedade posicionada mais ao centro.

Para crescer, atingindo o eleitor das camadas centrais do gráfico acima, o candidato Jair Bolsonaro não precisará abdicar de seus posicionamentos, deverá apenas investir em imagem, proferindo discursos mais apaziguadores e lutar para angariar apoio por parte de personalidades consagradas na defesa de pilares como como liberdade de expressão, propriedade privada, honestidade e defesa da família.

Robson A.DSilva – Cientista Social – Militar R1

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar