Brasileiros se preparam para combater o Estado Islâmico
A Revista Sociedade Militar recebe emails e mensagens de vários jovens solicitando informações sobre alistamento para combate contra o Estado Islâmico. Como sempre, informamos que o Brasil não possui nenhum programa oficial de envio de voluntários para o Oriente Médio.
Ainda que seja comum que enviemos nossos navios para o oriente Médio, em missões comandadas pela ONU, o nosso país não participa das forças de coalizão que lutam diretamente contra o ISIS ou Daesh, como o Estado Islâmico é conhecido na Europa. Por aqui as autoridades evitam tocar no assunto e ,ao que parece, preferem que o Brasil fique de fora nessa questão. Provavelmente temem que o envolvimento mais profundo traga para o país o problema do terrorismo, que já assola Asia, Europa e Estados Unidos.
Entretanto, fomos informados que há vários grupos independentes em formação com o objetivo de organizar viagens e alistamento em exércitos que lutam contra o Estado Islâmico. Alguns planejam ingressar na região pela cidade de suleymanye, no Iraque. Outros pretendem ir por outro caminho, há informações de que BRIGADAS VOLUNTÁRIAS são recepcionadas entusiasticamente pelo exército sírio.
Como esses brasileiros, jovens de vários países resolveram dedicar parte de sua vida a essa causa. Sabe-se que o YPG, no Curdistão, aceita voluntários de qualquer nacionalidade. Mas, cada combatente tem que arcar com as próprias despesas. Ha informações de que já existem alguns brasileiros alistados nesse exército. Outros brasileiros se agregaram à 9.º Brigada da Peshmerga e atualmente permanecem na sua base em Dokuk, 40 quilômetros ao sul de Kirkuk, atuando na área médica no combate contra o DAESH.
Na região eles preferem chamar o ISIS de daesh porque no idioma local o termo, além de “estado islâmico do levante”, significaria “semeadores da discórdia” , o que os terroristas detestam.
Voluntária brasileira conhecida como Heloísa
Veja em: Lutar contra o ISIS. Combatentes de várias nacionalidades, incluindo BRASILEIROS, se alistam no YPG
A maioria dos inscritos nesses grupos voluntários são jovens do sexo masculino, grande parte possui alguma experiência nas Forças Armadas como conscrito ou como militar temporário e todos têm em comum uma grande aversão contra as atrocidades cometidas pelo Estado Islâmico no Oriente Médio e em atentados ocorridos em vários locais do planeta.
A linguagem usada nas conversas é repleta de termos militares, como “qap”, “qsl”, “adsumus” etc. Nos grupos os voluntários trocam telefones e formam redes em whatsapp com a intenção de combinar a viagem, arrecadar fundos etc.
Alguns dos brasileiros que pretendem partir em breve têm adquirido equipamentos como coletes, coturnos de deserto e luvas.
O líder de um desse grupos, denominado Força Voluntária Brasileira explica nas redes sociais que forças locais na Síria tem um programa de recrutamento e treinamento de voluntários de todo o mundo. Segundo o jovem, eles fornecem todo o equipamento que os grupos de voluntários necessitam. “nós estaremos prestando ajuda a eles, mas não vamos receber ordens deles”, diz na rede social.
“Como não vamos receber ordens dos sírios, eu preciso que qualquer um que tenha algum tipo de experiência em combate ou tático fale comigo,pois precisamos de mais lideres.(o exercito sírio vai nos fornecer também informações sobre o terreno e etc.não seremos largados a própria sorte,teremos todo apoio necessário(isso ta dificil de entrar na cabeça de alguns)dos sirios).
A FVB não luta por religião e nem por opinião politica,nós não lutaremos contra os rebeldes sírios,apenas contra o ISIS.o exercito sírio esta ciente que os voluntários vão até la apenas combater os extremistas.”
Segundo informam, já foram realizados contatos com a embaixada da Síria e a viagem estaria agendada para o final de agosto. Um dos líderes diz que é desejável que se agreguem mais pessoas, de preferência com algumas especialidades necessárias como medicina e informática.
“Nossa viagem está praticamente agendada. Nos falta unicamente reunir o contingente mínimo(100 voluntários). Nosso grupo aqui no face possui mais de 100 membros, preciso saber quantos daqui estão prontos para a viagem, e se todos estão no nosso grupo no whatsapp. …”
A Revista Sociedade Militar fez contato com membros do grupo FVA. Apresentamos algumas perguntas sobre a presença de ex-militares, sobre contato com militares na Síria e atuação no local. Um dos líderes nos explicou que a intenção é séria, que dispensam quem deseja apenas o “oba oba” e fez um resumo dos procedimentos adotados pelo grupo, que parece estar bem organizado.
“Nós da FVB somos um grupo de voluntários todos de nacionalidade brasileira, unidos unicamente pelo objetivo de combater o estado islâmico. Dentro de nossas fileiras temos desde ex-militares de variados segmentos à civis que por motivos eloquentes, decidiram se unir a causa. Temos mantido contato com alguns oficiais do próprio exército sírio, que ofereceram nos toda uma logística tanto de transporte, equipamentos, treinamento e apoio humanitário para nos juntarmos a eles nessa causa. Nós fazíamos contatos com a embaixada, mas por motivos de inteligência decidimos manter contato direto, na época percebemos que uma das embaixadas honorárias estava recrutando gente para facções rebeldes, fato confirmado pela ABIN. Hoje mantemos contato direto com oficiais do exército sírio alocados em damasco, onde provavelmente será nossa futura localização. Não contamos, ainda, com nenhum apoio de quaisquer organização ou movimento. Estamos todos por conta própria.“
Informações de Força Voluntária Brasileira
Revista Sociedade Militar
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