Forças Armadas

BRASIL, fronteira. Preparando para a nova onda de violência na COLÔMBIA

BRASIL, fronteira. Preparando para a nova onda de violência na COLÔMBIA

Nossos militares não são alarmistas, não têm o costume de reclamar da dureza do trabalho e tem de estar preparados de antemão para todas as ameaças que possam surgir. A maior parte da sociedade brasileira não faz a menor idéia dos riscos que corre quem presta serviço nas fronteiras do NORTE do país.

Na quarta-feira à noite o presidente colombiano Juan Manuel Santos divulgou para o mundo o que seria o fim do conflito em seu país. O governo colombiano concluiu um acordo de paz com o maior grupo rebelde do país, as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC).

Os guerrilheiros, com contatos estreitos com grupos de esquerda de Brasil e Cuba deverão depor as armas, abandonar o comércio de drogas e ser reintegrados à vida civil. O acordo foi negociado em CUBA. Mas, ainda precisa ser ratificado por um plebiscito na Colômbia e aprovado pelo CONGRESSO, onde há parlamentares que se posicionam veementemente contra. Uma missão da ONU deve ser deslocada para o país para monitorar os próximos passos.

A imprensa internacional não faz questão de mencionar que há uma infinidade de grupos armados no país, dissidentes ou não das FARCS, que não aceitam se submeter aos acordos.

Grande parte da sociedade colombiana também é contra o acordo de paz. Um dos itens mais rechaçados é a concessão de anistia para os guerrilheiros que cometeram crimes como roubos ou extorsões. Apenas seriam processados os que tenham cometido crimes como tortura, assassinato, sequestro, estupro ou aliciamento de menores. Muitos colombianos acreditam que eles devem ser punidos por todos os crimes que cometeram, assim como acontece com qualquer cidadão comum.

O governo também aceitou pagar para cada ex-guerrilheiro um salário pelo prazo de dois anos.

Militares e analistas mais sérios de diversos locais do mundo acreditam que o acordo pode ser um erro, um atestado de incompetência do governo colombiano no que diz respeito ao combate ao exército revolucionário, que cometeu crimes no país durante décadas.

Alguns questionam se acordos desse tipo não poderiam incentivar outros grupos paramilitares a implementar suas milicadas revolucionárias sabendo que no futuro poderão ser presenteados com anistia ampla e irrestrita.

Na própria COLÔMBIA já proliferam diversos grupos – dissidentes ou não das FARCS – se preparando para tomar posse dos territórios que pertenciam ao antigo exército revolucionário. Em alguns locais, como nos ALTOS DE LA FLORIDA, crianças de até 10 anos de idade são forçadas a se unir aos grupos guerrilheiros  que adquiriram grande parte das cerca de 45 mil armas de propriedade das FARC. 

Outro potencial problema grave está nos guerrilheiros mais violentos, aqueles que cometeram crimes que não serão incluídos no acordo de anistia. Estes, agora sem a estrutura das FARC, tendem a decidir não se entregar. Com sua experiência esses homens podem se tornar líderes criminosos locais ou, pior para nós, tentar se evadir para países mais próximos, como Brasil e Venezuela. 

As próximas semanas serão importantes. Serviços de inteligência estão atentos e observam com atenção o problema da Colômbia e suas implicações.

Operações interagências, como a TRAÍRA, que estabeleceu postos de fiscalização de documentos e controle do transito fluvial são exemplo do que deve acontecer nos próximos meses na região fronteiriça.

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar