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Militares temporários – Como ficam as FORÇAS ARMADAS?

Militares temporários – “desprofissionalização” das FORÇAS ARMADAS?

Alguns dos exércitos mais poderosos do planeta, como o dos Estados Unidos da América, diminuíram ao longo dos anos a contratação de militares de carreira. Ressaltamos aqui que os EUA proporcionam para muitos de seus “temporários” a experiência prática em campo de batalha e que estes, após sair das FA, são eternos defensores dos militares e da necessidade de se possuir instituições fortes.

A economia com aposentadorias

No Brasil as declarações dos comandantes da Marinha, Exército e Aeronáutica atestam que o aumento do número de militares temporários é uma forma de economizar, na medida em que as Forças Armadas não terão despesas com a aposentadoria desses homens e mulheres, que após 8 anos de serviço – em média – serão dispensados.

Difusão de valores militares

Segundo Sergio Guida, Capitão de Mar e Guerra, a contratação de cidadãos já formados em cursos técnicos ou superiores para servir por apenas alguns anos aumenta o “fluxo de profissionais que iniciam sua formação no meio civil, passam pela experiência militar e retornam novamente ao meio civil, o que permite a difusão dos valores militares pela sociedade como um todo, e um incentivo à produção acadêmica de assuntos militares nas instituições civis…”

Evitar pressa e currículos encurtados

Em comentários nas redes sociais, após a visualização da gravação acima, a coisa ultrapassou em muito a crítica pelo fato de um pelotão inteiro de oficiais em sua própria formatura não estar seguro o suficiente para prestar a continência no momento correto. Muitos militares, mencionando a gradual substituição de grande parte do efetivo antes de carreira, por temporários, comentaram sobre a sua formação. Alguns usaram termos como “apressada” e “sub-formação”.

É impossível para um militar não perceber quando outro possui deficiência em sua formação, principalmente se este for superior hierárquico. É costume enxergar o superior como uma espécie de professor, confiando que é alguém que vai resolver o problema se tudo der errado em uma missão. Com o incremento no número de militares temporários, a depender de sua formação, essa visão pode ser jogada por terra.

Na opinião de muitos, o despreparo na formação militar de um oficial ou sargento temporário pode gerar insegurança e consequente hesitação por parte do subordinado que eventualmente atue sob seu comando.

É obvio que não se discute a capacidade técnica que cada um desses homens e mulheres possui dentro das especialidades para as quais foram selecionados. Discute-se a formação militar. Já que a substituição de parte do efetivo de carreira por temporários parece ser uma tendência irreversível, espera-se que as forças estejam aperfeiçoando os currículos e que aqueles militares temporários egressos dos cursos de formação, que não são os culpados pelas restrições orçamentárias e eventuais encurtamento de grades curriculares, estejam realmente aptos a executar as atividades básicas previstas. Não podemos deixar que as restrições orçamentárias atrapalhem o bom andamento do serviço.

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar