Política Brasil

General Villas Bôas. Comunista para uns e arquiteto da intervenção militar para outros.

Robson Augusto / Rio de Janeiro
General Villas Bôas, o vilão. Comunista para uns, para outros é o arquiteto da intervenção militar e para outros é o homem certo no lugar certo.

Sem sombra de dúvida o General de Exército José Eduardo Villas Bôas é na atualidade o militar mais criticado das Forças Armadas brasileiras. Ele é vítima de extremistas de esquerda e de direita. Para alguns as críticas são conseqüências óbvias da grande exposição do general em questão. Por seu perfil comunicativo e bem articulado o militar não se furta em responder às solicitações da imprensa. Ele é o grande responsável pelo significativo aumento na interação do exército com a sociedade com o uso das redes sociais. Só no Facebook a força hoje tem mais de 3.6 milhões de seguidores. 

*Imagem de redes sociais“Diferente do que ocorria há apenas alguns anos, antes de Villas Bôas, hoje a força terrestre não depende mais da mídia tradicional para interagir com a sociedade. Com o uso das nossas redes sociais, e das forças amigas, somos capazes de nos comunicar eficazmente com a sociedade e até de receber seu feedback”, diz um militar ouvido pela Revista Sociedade Militar.

Villas Bôas Intervencionista

A última grande polêmica envolvendo Villas Bôas foi por conta de declarações do General Hamilton Mourão.

Após o general Mourão ter declarado em reunião na Maçonaria que se o país enveredar por uma situação de caos irreversível as Forças Armadas terão que assumir temporariamente o controle do país a polêmica acerca da chamada intervenção militar cresceu bastante, muitos políticos de esquerda exigiram a punição de Mourão e/ou que comparecesse no CONGRESSO para dar explicações. Villas Bôas se negou a punir o subordinado e se limitou a dizer que suas palavras foram feitas em privado e/ou mau interpretadas.

Para muitos jornalistas, políticos e sites de extrema esquerda Villas Bôas faz parte de parcela significativa das Forças Armadas que conspira para uma intervenção MILITAR

Para Kennedy Alencar o general dá margem “a ações golpistas”.

O jornalista declarou: “Villas Bôas… disse que não haverá punição ao general Antonio Hamilton Mourão, secretário de economia e finanças dessa força. Segundo Villas Bôas, na iminência de um caos, a Constituição daria um mandato para que se faça uma intervenção militar… O comandante do Exército faz uma interpretação que dá margem a ações golpistas no país…

O periódico CAUSA OPERÁRIA, de extrema esquerda e ligado a partido político homônimo publicou em 15 de novembro de 2017:

há um setor expressivo no Exército que defende uma intervenção imediata no país. Esse setor que tem sua maior expressão no general Hamilton Mourão é um setor que não esconde aversão à esquerda e que defende as idéias fascistas… O golpe militar é uma realidade. A deposição da presidenta Dilma só foi possível devido ao apoio dos militares ao golpe. Uma intervenção militar vem no sentido de fazer aquilo que os golpistas de primeira hora não estão conseguindo fazer. Será o golpe dentro do golpe e as consequências para os trabalhadores serão ainda mais nefastas”.

O partido causa OPERÁRIA, que também é beneficiário do fundo partidário é o mantenedor do periódico em questão, que nada agrega de racional a discussão política no país. Mostrando total falta de senso o “jornal” em questão chega a dizer que declarações de um tal “Sargento Roseno” seria um indício de que a intervenção militar estaria em preparação.

Abaixo recebimento de verba do fundo partidário em janeiro e fevereiro de 2017

Villas Bôas Comunista

Visivelmente irritado, Villas Bôas chegou a dizer que quem pede intervenção militar é “tresloucado”. Em outro momento ele ironizou os intervencionistas acampados em São Paulo.

“É curioso ver essas manifestações. Em São Paulo, em frente ao Quartel-General, tem um pessoal acampado permanentemente. Eles pedem intervenção militar constitucional (risos). Queria entender como se faz.”

Quando Aldo Rebelo assumiu o Ministério da Defesa Villas Bôas o recebeu de forma amistosa, chegando a declarar que são amigos pessoais.

Em nome do Exército, e como seu amigo, ministro Aldo, venho saudar e dar as boas-vindas. Não haveria escolha melhor, de alguém tão comprometido e com identificação com a causa da defesa, dos valores próprios dos militares e com a consciência da importância da estrutura defesa para nosso país. Somos amigos…”, Disse Villas Bôas

Essas declarações geraram indignação contra o militar.

Percebendo esse tipo de pensamento o general declarou que o Brasil perde tempo em uma polarização já superada há décadas no resto do planeta.

Todavia, grande parte da animosidade contra o general vem também de falsas informações. Citamos abaixo, a titulo de curiosidade apenas alguns boatos sobre o militar em questão:

“ele é pai da Ticiana Villas Bôas, portanto é ligado a Friboi”

“ele morou 15 anos na China, é comunista”

“é membro do partido comunista do Brasil “

Um militante intervencionista diz, em comentário feito em site de notícias: “A fala desse melancia assumido é uma CORTINA DE FUMAÇA para esfriar os ânimos da CASERNA que na sua maioria esta revoltada e a beira do MOTIM! Nunca se viu um comunista se tornar MINISTRO DA DEFESA e ser tão efusivamente exaltado, homenageado e chamado de “meu amigo”!! O vídeo desta traição dos 3 melancias é bem claro, mostra a rendição dos comandantes comunistas ao PCdoB!

O homem certo no lugar certo

Para a maior parte dos militares não há duvida de que Villas Bôas é o homem certo no local e momento exatos. Ele é sem sombra de dúvida um dos responsáveis por manter a tropa extremamente coesa em um momento crítico vivido pelo país. É responsável pelo braço forte que não se dobrou à histeria de Dilma Rousseff ao saber das declarações de Mourão quando esteve a frente do Exército no Sul do país e pelas FA não ter sido usadas para o cogitado Estado de Emergência.

A sapiência nas declarações ultrapassam as barreiras da força terrestre, fazendo do oficial em questão um porta voz de militares das três forças, que vivem momentos de dificuldades financeiras, mas não podem se deixar levar pelo clima de polarização existente no país.

Villas Bôas, Mourão e outros oficiais generais na ativa têm deixado bem claro o posicionamento das FA. Se chegar o momento em que os militares deverão intervir de alguma forma eles estarão preparados, mas em hipótese alguma membros das FA contribuirão para aumentar o clima de insegurança jurídica / econômica desse país.

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar