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O desdém de TRUMP em relação a América Latina pode favorecer a CHINA – Uma nova MURALHA

Há anos que os ESTADOS UNIDOS vem abrindo mão de qualquer esforço para estabelecer mais contato com a América Latina. O governo TRUMP aparentemente tem se preocupado pouco com a reversão dessa situação.

Ao contrário do que acontecia na época da guerra fria, quando os EUA faziam o possível para resguardar sua hegemonia por aqui, hoje se mostram muito mais preocupados com a Ásia e Europa.

México e Argentina sempre foram grande aliados dos norte-americanos. Mas, mesmo com estes países TRUMP tem sido, pela ótica dos mesmos, desdenhoso.

Se os EUA mantiverem esse rumo em pouco tempo podem se ver completamente cercados por países completamente dependentes de China e Rússia.  A CHINA vem aumentando rapidamente sua atuação econômica na América Latina e – no que diz respeito ao comércio exterior – já é o primeiro ou segundo principal parceiro comercial dos seguintes países: Argentina – Brasil – Chile – Peru. 

O presidente Xi Jinping já anunciou que deve investir pelo menos 250 bilhões de dólares na América Latina num prazo de dois anos. Seu governo apóia abertamente o governo de MADURO na Venezuela, o que pode ser a primeira rusga local a influir negativamente no relacionamento entre EUA e CHINA.

Na ásia a CHINA constrói uma grande rede ferroviária, com investimentos acima de 100 bilhões de dólares – dentro do projeto chamado Nova Rota da Seda – e não é um equívoco acreditar que isso pode acontecer por aqui. Todos já devem ter ouvido falar da polêmica ferrovia bioceânica, entre Brasil e Peru.

A RÚSSIA por sua vez, além de também estreitar laços com a Venezuela, procura uma reaproximação com CUBA. Há promessas de investimentos de pelo menos 2 bilhões em sistemas de transporte na ilha caribenha. Enquanto TRUMP se afasta de CUBA, PUTIN se aproveita disso para fazer do país dos CASTRO –  oficialmente ou não –  novamente uma espécie de base de observação por aqui. A comunidade de inteligência de todo mundo essa semana discutiu sobre as sugestões de se reabrir a base de inteligência da RÚSSIA em Cuba, fechada desde 2002 e bem debaixo da “janela” dos EUA.

A relação com CUBA anda se degradando. TRUMP chegou a expulsar diplomadas cubanos dos EUA após o misterioso caso, ainda não comprovado, das “ondas sonoras”. Até o momento cientistas forenses não conseguiram descobrir o que aconteceu, alguns mencionam China, Rússia e até o Irã como possíveis responsáveis pelo “ataque”.

Notadamente há um declínio do poder dos EUA na América Latina. Este poder não foi substituído – o que seria desejável – pelo surgimento de uma potência local. Rússia e China, principalmente o segundo, permanecem avançaco seu soft Power e tudo caminhando como está, em breve poderão influir decisivamente na tomada de decisões das nações locais mais influentes.

Alguns dados sobre BRASIL / EUA – Intercâmbio comercial – Fonte Ministério das Relações Exteriores

É urgente que TRUMP seja assessorado por alguém de visão que convença-o a re-estabelecer relações mais amistosas com os antigos parceiros locais. Tudo permanecendo como está é possível prever que em poucos anos os EUA estarão isolados não por um muro, mas por uma verdadeira “muralha”  comercial/burocrática construída por ordem da China, em plena América Latina.

Robson A.DSilva – Sociólogo – Militar R1 / Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar