“Acabei de receber informações de que um homem teve o carro roubado, o mesmo sabe onde o carro está, mas a polícia não pode ir ao local porque seria muito perigoso”, diz uma mensagem. E essa situação é recorrente no RJ.
Um cabo da polícia militar foi assassinado faz poucos dias. A polícia teria recebido informações sobre seu paradeiro, mas não foi ao local porque considerou muito perigoso! Segundo mensagens nas redes sociais o comando da polícia militar considerou arriscado realizar o resgate e resolveu agir somente na manhã seguinte: “Essa covardia, feita por esses animais, só não foi maior do que a covardia de quem tomou conhecimento do policial sequestrado às 19hs de ontem e só agiu hoje de manhã!“, diz uma das mensagens
Como assim? Essa situação não pode permanecer desse jeito. Não pode haver locais onde nem a polícia entra.
Se a polícia e as forças armadas não podem ir a alguns locais do Rio de Janeiro porque eles são muito perigosos alguma coisa tem que ser feita com urgência. O comandante da polícia Militar, o Secretário de Segurança Pública e o Interventor federal têm que exigir meios e garantias para fazer cumprir a lei. São militares experientes, são homens maduros, que têm tropas sob seu comando, não podem se submeter a essa situação ridícula, humilhante. Estão sendo afrontados por gangues de jovens traficantes que submetem populações inteiras aos ditames do tráfico. Portanto, que se lembrem de seu juramento. Juraram defender o povo, não se submeter a politicagens. Que se unam e façam exigências ao poder público, se as condições de trabalho não forem dadas que venham a público e forneçam para a sociedade os nomes dos responsáveis.
No RIO DE JANEIRO ações comuns como utilizar um GPS, que fornece o caminho mais curto para os motoristas, se tornou algo perigosíssimo. Na REGIÃO metropolitana da cidade há dezenas de locais onde para que o cidadão comum transite é necessário a permissão de traficantes locais. Se entrar em uma rua errada e adotar comportamento considerado como “suspeito” pelos traficantes o cidadão pode ser cortado ao meio por um fuzil .50 ou 7.62.
Em muitas das vias existem barricadas fixas ou móveis que impedem automóveis de se deslocar.
A Revista Sociedade Militar questionou motoristas de UBER que declararam que não aceitam mais corridas para São Gonçalo. Um deles declarou: “eu telefono ou envio mensagem e pergunto para onde vai… Se for para São Gonçalo eu não vou… prefiro perder dinheiro que perder o carro, ou a vida… “.
Em vários locais do Rio e Região Metropolitana traficantes e milicianos assumem o papel de “protetores” das comunidades, ameaçando punir quem praticar roubos e outros delitos.
Isso é uma grande evidência da falência das instituições de segurança e do fracasso em estabelecer uma ação sinérgica entre as Forças de Intervenção e os poderes legislativo e judiciário. Enquanto os militares não possuírem garantias legais para combater o crime de forma incisiva a coisa vai permanecer como está, com as instituições sendo desafiadas e envergonhadas por jovens que submetem bairros inteiros a sua vontade.
“‘Tem Barricada Aí?’ é um canal do Jornal O São Gonçalo criado para reunir denúncias de barreiras impostas pelo tráfico de drogas nas cidades de São Gonçalo, Niterói e Itaboraí. Agora transformado em mapa, as barricadas estão organizadas por cidades e bairros, separadas por cores para facilitar a visualização. Quem quiser denunciar uma barreira pode enviar o relato para o WhatsApp (21) 97220-6423… LINK para o JORNAL “
O MAPA acima mostra as barricadas existentes em Niterói e São Gonçalo. Foi elaborado pelo jornal o SÃO GONÇALO com base em informações recebidas de leitores. Segundo o mapa existem pelo menos 350 barricadas.
Robson Augusto é MILITAR R1, Sociólogo e Jornalista.
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