“ficar em CIMA DO MURO” fez com que a MARINHA perdesse o Ministério da DEFESA, diz militar
Jair Bolsonaro disse nessa manhã de terça-feira: “Bom Dia! Comunico a todos a indicação do General-de-Exército Fernando Azevedo e Silva para o cargo de Ministro da Defesa”
No final de semana e nessa segunda soube-se de certo mau estar entre oficiais do exército quando divulgou-se que BOLSONARO talvez entregasse a pasta da DEFESA para um almirante. Generais alegavam que a força terrestre seria mais relevante, teria maior número de militares etc.
Na manhã dessa terça-feira foi divulgada a escolha de Jair Bolsonaro. Os comandantes souberam antes, por questão de ética.
Um oficial ouvido pela Revista Sociedade Militar diz que mais que o quantitativo de militares da força e relevância no que diz respeito à ações no contexto nacional, o fator que no último momento deve ter sido decisivo para a escolha de um oficial general do Exército Brasileiro para ministro da DEFESA foi o fato, obvio – mas por ninguém mencionado – de que a MARINHA e a Força Aérea se abstiveram de participar do processo e se mantiveram praticamente invisíveis durante todas as crises que assolaram o país desde antes da queda de DILMA ROUSSEFF.
“O exército não se absteve, sem pender para nenhum lado fez questão de dizer que estava vigilante e que não fugiria ao seu dever de proteger a democracia. Mas, comandantes da Marinha e Força Aérea praticamente desapareceram… Há muito tempo, desde o tal manifesto à nação, que os militares do EB estão se movimentando, articulando… nada mais justo que ser agora prestigiados… onde estão os almirantes da reserva? Os brigadeiros? Salvo uma ou outra exceção, todos desapareceram… ou viraram gás, como se diz no quartel.
Desses oficiais (Da Marinha e Forças Aérea) não se ouviu nada, não me lembro sequer de uma palavra impactante, de uma tuitada, um artigo em jornal… ou uma postagem de instagram em apoio às falas do comandante do Exercito, que foram tão importantes para que chegássemos até esse momento… Muito pelo contrário, o comandante da FAB, na minha ótica, chegou até a criticar veladamente o General VILLAS BÔAS por suas declarações e teve o desatino de condecorar a tão conhecida Eva Chiavon, muito mencionada por Jair Bolsonaro, dando-lhe o título de Grande Oficial…
… Quem não se lembra do discurso de Rossato comparando Temer a Napoleão? Prezado, eles tentaram ficar de fora da crise, ficar invisíveis, então conseguiram… quem fica no muro é esquecido… foi o que aconteceu. Não se trata de fazer besteira… se trata apenas de botar a cara… Nenhum presidente quer um ministro que não se posiciona. Essa é a minha humilde opinião.” Disse o capitão-tenente C.W, que não quer se identificar por motivos óbvios.
No site do MONTEDO, muito frequentado por militares, um comentarista diz: “Nâo adianta colocar omisso, o importante é nomear um cara seja militar ou civil, mas que tenha conhecimento amplo e que tenha coragem de brigar e defender a classe.”
Outro militar, colaborador da Revista Sociedade Militar, com mais de 30 anos de serviço, disse: “Me recordo quando o comandante da FAB disse algo contrário ao vilas boas. Concordo com a matéria. Marinha e FAB sempre na dependência do EB… Não consigo ver um Of. de marinha batendo de frente com quem quer que seja… “
Quanto à critica ao comandante do Exército, o militar ouvido pela RSM se refere a mensagem à tropa divulgada por Rossato logo após tuitadas do comandante do Exército, em 3 de abril de 2018, véspera do julgamento de um HC de Lula pelo supremo. Villas Bôas disse que caberia perguntar quem realmente pensa no bem do país e que o Exército, como a sociedade de bem, repudia a impunidade.
Um pouco mais tarde Rossato publicou comunicado à tropa, onde disse: “… Num momento como este, os ânimos já acirrados intensificam-se ainda mais com a velocidade das mídias sociais, onde cada cidadão encontra espaço para repercutir a sua opinião, em prol do que julga ser o país merecedor… …Por isso é muito importante que todos nós, militares da ativa ou da reserva, integrantes das Forças Armadas, sigamos fielmente à Constituição, sem nos empolgarmos a ponto de colocar nossas convicções pessoais acima daquelas das instituições.
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