A entrevista com o General Heleno, publicada pela Revista Veja, muito mais do que as informações desejadas pela revista, revelou que a assessoria de Jair Bolsonaro está cada vez mais desconfiada da grande mídia, além de preocupada com a unidade do discurso.
O general, como não poderia deixar de ser, deixa evidente que vem da caserna, onde se fala o menos possível e muito menos daquilo que não nos diz respeito. Não ha qualquer demérito em se dizer: Não sei, isso não é da minha alçada etc.
Heleno conseguiu ficar no telefone aproximadamente 20 minutos e não ser pego em nenhuma armadilha. Ao que parece Bolsonaro deve fazer o mesmo que Donald Trump, que dribla a mídia e fala direto com os cidadãos por meio de publicações nas redes sociais, que não permitem a manipulação. (Veja o texto: TRUMP DRIBLA A GRANDE MÍDIA)
Heleno se limitou a responder questões relacionadas à pasta que vai assumir.
Pergunta: A imprensa tem aventado vários nomes para o Ministério de Relações Exteriores. O senhor terá participação na escolha?
Resposta: Eu não fui perguntado sobre isso. Jogam o verde para colher maduro. Não tenho a menor ideia. Tenho muito pouco contato com o presidente. Falo com ele cinco minutos. Estou longe (em Brasília), não tenho condições de estar no Rio de Janeiro. Não tenho nenhuma participação nisso aí. Zero.
Pergunta: O governo dos Estados Unidos estuda uma possível intervenção militar na Venezuela. (Qual a posição do Brasil?)
Resposta: Não vou entrar nesse assunto porque é do ministro das Relações Exteriores
Pergunta: O governo Bolsonaro vai cortar as relações diplomáticas com Cuba?
Resposta: Não tenho a menor noção.
Pergunta: Há alguém assessorando o presidente-eleito na área internacional?
Resposta: Não sei. Eu não sou o assessor dele na área internacional.
Pergunta: … soube que o senhor seria o Golbery (general Golbery do Couto e Silva) do governo Bolsonaro…
Resposta: Está doida! Estou fora, ainda mais de ser o Golbery do governo. Pode tirar o meu nome disso.
Revista Sociedade Militar