Geopolítica

Ligação Hezbollah – Caracas – Havana . Cresce possibilidade de Surgimento de um estado narco-terrorista-islâmico na Amazônia, segundo especialista em direito internacional

Ligação Hezbollah – Caracas – Havana . O Surgimento de um estado narco-terrorista-islâmico na Amazônia é possível segundo especialista em direito internacional

“… eles vão lutar por um governo que eles já integram, por um território que já ocupam e por riquezas que eles já desfrutam, porque o modelo de negócio desses grupos é alcançar o controle total do petróleo, dos recursos minerais e, por sua vez, apoiar militarmente um regime…”, Pablo Garay (Doutor em direito internacional)

“O Ocidente subestima a crescente ameaça do islamismo radical nas Américas. “,Mary Anastasia O’Grady (Jornalista do WSJ)

Texto publicado pela jornalista venezuelana Maibort Petit (*), que repercutiu bem pouco no Brasil, trata de informações reveladas por Daniel Archer, oficial venezuelano que desertou. Archer fala sobre o estado paralelo em formação em regiões remotas da Venezuela, mais especificamente no Estado do Amazonas e ao norte do estado de Bolivar. O militar relata que há estranha interação entre oficiais de alta patente e membros do governo venezuelano com radicais islâmicos que operam comércio de minério no país. Revela também que há grandes laboratórios de refino de cocaína que depois é enviada em aeronaves oficiais para CUBA e de lá reenviada para o México, por onde então entra nos Estados Unidos da América.

O estado do Amazonas é uma região bastante desconhecida até pelos próprios venezuelanos. É o segundo maior estado do país e compartilha fronteiras com a Colômbia e Brasil.

“É incrível, no Amazonas tem tudo. Você vai para o Yapacana Base, e se vira para o ambiente (na floresta), e vai ver uma cidade construída com tábuas de madeira cobertas com plástico preto e com cordas, tremendos edifícios de madeira onde estão os bordéis, venda de telefones, centros de comunicação com telefonia via satélite, internet. Há tudo o que você pode imaginar, venda de roupas, suprimentos, remédios, tudo é vendido lá…”

Archer faz também denúncias que estranhamente não repercutiram na grande imprensa e comunidade internacional. Ele diz que cerca de 50% das crianças das tribos indígenas locais têm morrido de inanição nas regiões exploradas por mineradores islâmicos e hordas de garimpeiros brasileiros. Os indígenas deveriam receber recursos do governo, mas estes são desviados por militares corruptos. Os impactos ambientais causados pelo garimpo ilegal são incalculáveis, mas também raramente ou nunca são mencionados pela grande mídia mundial.

O ex-oficial cita locais isolados como Santa Bárbara del Orinoco, que sequer aparecem no google maps, comenta também sobre a facilidade com que balsas e equipamentos ilegais de mineração, como as perversas bombas de sucção, matracas e balsas, chegam pelo rio até os pontos de exploração de mineradoras ligadas a grupos estrangeiros.

Militar da MARINHA do BRASIL que atuou na região por muitos anos conta que, dado as peculiaridades da região, incluindo as tênues fronteiras, se esse conflito não for bem administrado a possibilidade de surgir na área uma nova zona de conflito é altíssima. Para o suboficial A.S* uma intervenção militar bem planejada, embora tenha potencial de derrubar Nicolás Maduro e até de aprisionar parte da cúpula de seu governo, poderia ter conseqüências desastrosas pois não há como desmantelar toda a gigantesca estrutura militar-narco-criminal implantada no país. “Eles não são ingênuos, estão se preparando para isso, armazenando armas, suprimentos, tecnologia. Chavez e Maduro construíram a cúpula que hoje comanda as forças armadas, não tem como colocar as mãos em todo mundo e é quase inevitável que o país se dividiria no mínimo em dois.

Possivelmente veríamos surgir um novo narco estado em diuturna busca de retomar o controle do país. Isso custaria muitas vidas a longo prazo e teria potencial de crescer, agregar novas bandeiras de reivindicação e se espalhar por toda a região, atraindo para a amazônia toda gama de insatisfeitos, todo mundo que se acha revolucionário de esquerda: Tupamaros lá do Sul, gente da Colômbia, obviamente, militantes do MST do Brasil. Por lá já tem de tudo, desde gente do Hezbolah a guerrilheiros do ELN a traficantes de drogas de vários locais da América do Sul. seria o paraíso – ou inferno – da esquerda nos trópicos. E com o apoio dos cubanos, é lógico. ”, diz.

Segundo o DR. PABLO GARAY, doutor em direito internacional, na Venezuela, sobretudo no Estado do Amazonas (na Venezuela), a atividade de radicais islamitas, traficantes com métodos e técnicas importadas do “ETA, IRA e ISIS” e exploração e comercialização ilegal de minério seriam componentes da potencial mistura explosiva que pode sustentar a eclosão de uma nova região de intenso conflito transnacional com consequências trágicas para toda a América Latina.

Em um de seus textos GARRAY, que também presta assessoria para a ONU, menciona a estreita ligação do governo da Venezuela com Jihadistas, já mencionada por veículos como o The New Your Times e a própria Revista Sociedade Militar do Brasil (Ver artigo: Maduro, passaporte para terroristas). O especialista menciona inclusive o estranhíssimo vôo Caracas x Teerã, que nunca teve mais que 10% de ocupação de assentos, o que o torna economicamente inviável.

Para Garray a Venezuela é o quartel general do Hezbollah na América Latina. 

É relevante aqui lembrar que em 2007 com Abur kadir, um dos terroristas presos e condenados a prisão perpétua por planejar explodir o aeroporto JFK nos EUA, foi encontrada uma reserva para o vôo Caracas x Teerã.  Na época Nicolás Maduro era o chanceler de Hugo Chávez.

Conversando conosco por telefone o especialista conta que tem informações de que com muita frequência ainda decolam vôos suspeitos para o Oriente Médio e Moscou partindo da Venezuela – possivelmente transportando minério e/ ou drogas e que a pista utilizada é a já lendária PISTA 4 do aeroporto de Maiquetía, de onde só decolam aeronaves que servem ao alto escalão do governo venezuelano.

1 – Revista Sociedade Militar – Boa tarde, agradecemos pela entrevista. Em um de seus textos sobre a situação da Venezuela o senhor diz que há atores que, embora não “precisem de passaporte” são capazes de influenciar muito na questão Venezuela. O senhor cita Hezbolah e ELM. Pergunta: Há evidências concretas que ajudem a comunidade internacional e enxergar isso, reconhecer essa parte do problema para então tratá-la da maneira correta?

DOUTOR PABLO GARAY – Claro, porque segundo o que eu conheço do ambiente, desde o ano 1984 há evidencias de que o sr. Hugo Chavez esteve envolvido com atividades de grupos terroristas. Confirmado por o relatório de inteligência do Geral Peñaloza, que foi chefe maior do exercito da Venezuela. E alem disso ele escreveu dois livros “O império de Fidel” e “El delfin de Fidel” onde explica os perigos de deixar passar a ameaça terrorista na região.

 Outra questão interessante é o ingresso de vários terroristas que estão debaixo da proteção do narco-regime de Maduro como Arturo Jose Cubillas Fontan, que hoje é funcionário do ministério de Agricultura y Tierras da Venezuela, Maria Asuncion Arana Azun, viuva do histórico terrorista da ETA Jose Miguel Peña Aran também é funcionária no mesmo Ministério. E ela foi deportada com ordem de perseguição da Argelia em 1989. Entre outros.

 Há documentação fidedigna. Nos anos do Governo de Felipe Gonzalez (Espanha) e de Carlos Andrés Perez (Venezuela) concordaram em fazer um encontro e convidar a Fidel Castro e o Presidente de México, e assinaram um acordo para dar refúgio a 40 terroristas do ETA que na visão deles eram perseguidos pela justiça da direita internacional”. O objetivo desse acordo seria lidar com terroristas e grupos de alto perigo e enviá-los ao pais onde não estejam sendo procurados. No caso de Venezuela, CAP (Carlos Andrés Perez) declarou: “eles podem ser perseguidos pela justiça burguesa da Espanha, mais na Venezuela eles tem ficha limpa. Por isso terão passaporte e poderão viver em paz aqui.  Outro terrorista, Jose Ignácio de Juana Chaos, ingressou em Venezuela no ano 2010, achando que a conexão de colegas do ETA na Venezuela é muito melhor que morar na Irlanda, onde ele passou três anos.

(*) Bibliografia no final do artigo

2 – Revista Sociedade Militar – O senhor mencionou que mercenários russos podem ser usados como elementos para criar zonas de instabilidade, colocando sob controle recursos minerais e outras riquezas naturais. Acredita – portanto – que a Rússia poderia estar diretamente interessada, junto com lideranças de grupos terroristas como Hesbolhah e ELN, na manutenção do governo nas mãos de Nicolás Maduro com o objetivo (entre outros) de ter a seu dispor fontes inesgotáveis de determinados recursos, que passariam ao largo dos rígidos controles exercidos sobre o comércio internacional?

DOUTOR PABLO GARAY – Claro, uma questão muito moderna é o fato que agora atualmente são muito requeridos os minerais de Lítio e de Urânio. O primeiro para uso na eletrônica, ate de criação de placas eletrônicas de robôs, e o segundo para o uso nuclear.  Por isso a Rússia tem um vôo direto da Aeroflot de Caracas a Moscou, que so passa por La Habana as vezes, quando e preciso, mais tem ligação direto com a Rússia. E o mesmo vôo que utilizou Carlos “O Chacal” quando ele era estudante adolescente da escola de doutrinação de idéias comunistas.

O doutor lembra ainda do misterioso avião russo – um Boeing 777 – que aterrissou em Caracas em janeiro passado. Jornais disseram que o objetivo era transportar para a Rússia cerca de 15% das reservas de ouro do país. A Rússia jamais informou o destino e objetivo da aeronave.

Ver: https://www.lanacion.com.ar/2215799-un-enorme-avion-ruso-llego-venezuela-oposicion

3 – Revista Sociedade Militar – Embora condene veementemente as atitudes do governo venezuelano e inclusive denuncie em seus textos e entrevistas as ligações dos militares das FANB com narcotraficantes e terroristas islâmicos o senhor parece acreditar que o reconhecimento de Juan Guaidó como presidente por parte de governos como EUA e Brasil não foi uma atitude coerente. Pode explicar isso?

DOUTOR PABLO GARAY – O problema é o seguinte. Nós os Doutores em Direito Internacional muitas vezes ficamos estudando tratados e acordos que acabam sendo um “canhão do museu” porque são coisas muito teóricas, mais que na realidades podem passar 80 anos e nunca terem sido adaptadas à realidade.

Um exemplo é o Reconhecimento de Governos. Sobre isso só temos um livro completo interessante no mundo, é do ano 2001 e o autor é Stefen Talmon. Foi escrito pensando na analise da crise dos Bálcãs, e a atomização da ex Yugoslávia.

A critica que eu faço é que nos anos 70 e nos anos 80 e em oportunidades os anos 90 os Estados Unidos esperavam a situação da efetividade no controle do poder, agora isso mudou. O Presidente Guiado goza da legitimidade absoluta porque o Poder Legislativo ordenou ele de Presidente, mas o usurpador Nicolas Maduro não deixa o controle do Poder Executivo, e o mais atemorizante é que os militares ainda tem obediência cega às ordens do grupo usurpador.

Acho que presenciamos a criação da uma nova modalidade de guerra e de impossibilidade de achar uma estratégia efetiva.  Primeiro, hoje com as redes sociais os ataques também são psicológicos. Os novos conceitos de “guerra hibrida” ou “guerra molecular” ou “guerra de alta, media e baixa intensidade” são invenção de ideólogos marxistas, com isso mudam e escondem as reais intenções que tem no momento de chegar a controlar um território. E alem disso criam confusão a os neófitos, porque podem chegar a beber do veneno de termos como “direita internacional” ou “ingerência estrangeira”.

O que os grupos terroristas tem no momento é um território que eles governam em 90%, uma economia que não controlam muito porque Caracas esta em crise, mais o negocio principal deles, que é a extração dos minerais e o transporte de droga que chega da Colômbia. Eles pagam com armas, e com dólares. E o petróleo que tem extração praticamente artesanal, tem baixo custo, e muita qualidade, só falta uma refinaria, e esta está em Cuba. Por isso agora estamos na fronteira, no limiar de assistir a criação de um Estado Islâmico na América do Sul. O que colocaria em perigo toda a região.

 E a guerra e a mesma que faziam os faraós no Antigo Egito há milhares de anos, com estratégias e com planejamento. Sô que agora é mais tecnológica e o combatente terrorista islâmico esta profundamente entrincheirado como um cisto no interior da população. E alguns pseudo intelectuais marxistas chamam de guerra hibrida.

 4 – Revista Sociedade Militar –  Em última análise o senhor crê que se a Venezuela sofrer uma intervenção armada por parte dos EUA ou de uma coalizão internacional há possibilidade de testemunharmos a criação de uma nova grande zona de conflito nos moldes do que aconteceu nos Balcãs – haja vista que partes de seu território estão ocupadas por terroristas islâmicos protegidos por unidades militares? Pode falar sobre isso?

DOUTOR PABLO GARAY – Na verdade, o que é triste e um povo que sofre e que não tem respostas por quem deveria estar já mesmo fazendo uma intervenção militar. Tem sobrados exemplos de intervenção Sem autorização do Conselho de Segurança das Nações Unidas, Por exemplo, agora estou vendo que no caso da crise de Ruanda 1994, se gerou um problema alimentício muito forte, logo depois começou os “jogos da mente” e e foi aí que as Nações Unidas agiu.  

 Na Venezuela, pode ser que os Estados Unidos estejam com muito desejo de lutar contra o mesmo inimigo que derrubou as Torres Gêmeas, o Al Qaeda residual, que de residual lá não tem nada, porque o filho de Osama Bin Laden, Hazma Bin Laden esta totalmente em conexão com o narco-regime de Maduro. O grande problema é que os EUA não tem conhecimento do terreno para agir sozinhos, e precisam de mão de obra latino americana.  E isso já depende das ondas mutantes da Diplomacia.

 Garray mencionou ainda a chamada Toyota War, onde militares do Chade sem equipamentos pesados e contando apenas com Pick-ups Toyota e seu conhecimento do terreno causaram derrotas enormes em exércitos regulares da Líbia de Gaddafi, que contava com tanques T-55 e artilharia regular.

Ver dados interessantíssimos no documentário “Venezuela, um santuário para a ETA”  / A colonia de ETA na sulamerica e em https://www.elmundo.es/elmundo/2010/03/01/espana/1267457515.html 

Site de Maibort Petit – https://maibortpetit.blogspot.com/

DOUTOR PABLO GARAY, entrevistado é DOUTOR EM DIREITO INTERNACIONAL –  @Doctoratlaw WZP: +54.297.592.2286

Texto de Robson Augusto. Militar R1, jornalista, sociólogo

Revista Sociedade Militar

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar