Forças Armadas

Às vésperas da votação do PL 1645 acontece de tudo, depois das medalhas para parlamentares Exército cria VAGA em colégio Militar para dependente de deputada

Às vésperas da votação do PL 1645 acontece de tudo, depois das medalhas para parlamentares Exército cria VAGA em colégio Militar para dependente de deputada

Como diria um jornalista muito conhecido: “isso é uma vergonha”

Nas últimas semanas temos visto de tudo, e logo em um governo formado em grande parte por militares das Forças Armadas. A quantidade de parlamentares condecorados continua imensa, mesmo depois da vergonha em ter de recolher a medalha de José Genoíno. Na questão das medalhas a única mudança é o fato do Exército não mais citar nas portarias a ocupação do homenageado, assim dificulta-se a contagem de parlamentares, juízes, desembargadores, senadores e outros que podem fazer a balança pender para o lado das Forças Armadas em questões judiciais e no Congresso Nacional. Isso só não enxerga quem não quer, assim como em ano de eleições câmaras de deputados e assembleias legislativas distribuem medalhas a balde para angariar apoio, também ocorre nas instituições militares pelos mesmos motivos.

Bons tempos aqueles em que medalhas se concedia para quem executava um ato de heroísmo e não pelo apadrinhamento que poderá dar. Nesse caso tudo indica que é a busca de apoio para um Projeto de Lei que – segundo associações de graduados – beneficia principalmente os oficiais generais.

Dos membros da comissão que analisa e votará o PL 1645 cerca de 50% já receberam medalhas douradas das Forças Armadas.

Outro fato de arrepiar os cabelos é a criação de uma vaga no Colégio Militar de Brasilia para um dependente da Deputada Carla Zambelli. Muita gente quer matricular filhos em colégios militares e não consegue. Muitos sargentos e suboficiais, mesmo transferidos para cidades onde existem colégios militares, não conseguem. Mas, para a deputada em questão a coisa não foi tão difícil, bastou um pedido ao comandante do Exército que a vaga logo “surgiu do limbo”, como que por encanto. A parlamentar não faz parte da comissão que vota o PL 1645, mas é vice-líder do governo na câmara dos deputados.

Dizem que a parlamentar alega que seu filho corre risco de vida. Filhos de militares e de toda a população do Rio e de outras grandes cidades correm risco de vida e não obtém privilégios exclusivos. A deputada – diante das bandeiras que defende – deveria ser a primeira a se colocar em pé igualdade com seus eleitores e jamais usar de seu prestígio para alcançar privilégios.

Se isso acontecesse – um caso de parlamentar obter privilégios especiais – no governo Dilma ou Lula seria algo reprovável, mas esperado. Todavia, ocorrer logo no governo BOLSONARO… e por um decisão da lavra o comando do Exército, membro do alto escalão de um governo que se diz respeitador das leis, defensor da igualdade de oportunidades e da meritocracia!

A meritocracia no caso é ser filho de uma deputada federal do PSL?

Robson Augusto – Jornalista, sociólogo, militar R1.

Revista Sociedade Militar

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