Forças Armadas

O Comandante sádico – “O comandante digno busca justiça. O indigno busca vingança”

Postagem de leitor/colaborador

Existem dois tipos de problemas psiquiátricos dentro das Forças Armadas.
Os verdadeiros e os falsos.

Existem dois tipos de comandantes.
Os dignos da posição de comando e os indignos.

E como um comandante diferencia um problema psiquiátrico falso de um problema verdadeiro?

Não diferencia! Não tem como. As vezes nem o próprio psiquiatra tem certeza do que se passa na cabeça de um paciente. O Que dirá um militar que recebeu instrução voltada somente para administração e liderança.

É aí que aparece a diferença entre o comandante digno da posição de comando para o indigno.

O digno tem uma visão que vai além do próprio umbigo. Ele entende que não é melhor do que ninguém e se ele é comandante é porque recebeu instrução e tem experiência para a função, e não que é melhor do que seus subordinados.

Um comandante digno sabe que ele é apenas um servidor público nomeado para executar ordens de acordo com o interesse da instituição ou da nação.

Já o indigno não se vê como um servidor. ele se vê como um sócio.
alguém que tomas as dores da instituição.

O comandante digno usa a punição como instrumento de disciplina.
O indigno usa a punição como instrumento de prazer.
Ele tem prazer em punir. Não é um digno, é um sádico.

Enquanto o comandante digno usa a punição em último caso para evitar uma injustiça, o indigno pune diante de qualquer oportunidade.

Os problemas “humanos” dos militares não são simples quanto questões matemáticas ou orações gramaticais. São problemas sociais complexos.

E um comandante que aprende a evitar punições, quando possível, na verdade evita problemas para ele mesmo.

Podemos abreviar a ideia de “problemas psiquiátricos falsos” usando a palavra “vagabundo”, e o comandante digno entende que o vagabundo lesa a instituição e os outros companheiros, sendo assim ele procura soluções disciplinares, mas antes de tudo procura a certeza de não estar cometendo uma injustiça.

O comandante digno busca justiça. O indigno busca vingança.

Os problemas de pessoal chegam até o digno.
Os problemas pessoais são caçados pelo indigno.

O comandante indigno caça usando o faro aguçado para aquilo que chama de vagabundagem, pois qualquer oportunidade de punir é uma oportunidade de prazer. Mas as vezes a pessoa suja de carvão não é a pessoa que provocou o incêndio, e sim a que ajudou a apagar.

Um comandante tem a autoridade para endurecer ou flexibilizar as palavras frias de um regulamento. Pois sempre é possível encontrar um agravante ou um atenuante.

Nesse caso o digno observa o interesse da instituição.
O indigno observa a vontade do seu Ego.

Diante de uma incerteza o digno para.
O indigno avança.

As diferenças entre os tipos poderiam avançar por páginas e páginas, mas como o objetivo é falar sobre o suicídio do Cabo Lucas ocorrido na Base Naval do Rio de Janeiro no dia 22 de agosto de 2019, vamos ao ponto.

Toda regra tem uma exceção e se é impossível diferenciar um problema psiquiátrico verdadeiro de um falso, aqui está a exceção: suicídio.

O suicídio é a prova de uma enfermidade psiquiátrica.
O problema é que a enfermidade pode ser curada. O suicídio não.

O vagabundo faz de tudo para provar sua enfermidade, inclusive pode até forjar uma tentativa de suicídio, mas concluir o ato nunca!

O vagabundo, ao contrário do enfermo, gosta de viver!
O vagabundo gosta de lesar, enganar, se dar bem e curtir a vida.

O enfermo é enfermo dentro e fora do quartel.
O vagabundo é gatinho no quartel e leão do lado de fora.

Cabo Lucas foi julgado vagabundo. Como possuidor de problema psiquiátrico falso.
Depois de morto ele recebe outro diagnostico: possuidor de problema psiquiátrico verdadeiro.

Mas agora ele está liberto. O problema foi passado para a família.

Quem responderá por sua vida?

Vinícius Feliciano Machado foi militar do Exército Brasileiro, reside nos Estados Unidos da América

Publicado em Revista Sociedade Militar

VEJA: “A MARINHA condenou meu filho a morte. Igual a um tribunal do tráfico”, diz mãe do Cabo LUCAS, morto na Base Naval do Rio de Janeiro enquanto estava sob custodia.

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