Forças Armadas

A baixeza das “AUTORIDADES” – PL1645 – Defesa convida parlamentares do PT para reunião no mesmo horário de audiência pública que discute reestruturação

A baixeza das “autoridades” – aos poucos o BRASIL vai descobrindo a verdade sobre o PL-1645 /2019

A audiência pública para discutir o PL1645 na comissão de Direitos Humanos do Senado estava marcada há semanas. Infelizmente o evento contou com a presença de poucos parlamentares já que o Ministério da Defesa promoveu um evento justamente para essa manhã de terça-feira.15 de outubro de 2019. Para vários militares das Forças Armadas que acompanharam a audiência no SENADO não há dúvida de que o convite do Ministério da Defesa para que parte da esquerda participasse de reunião nessa manhã de terça-feira, com um belo almoço em seguida, não passou de uma estratégia para esvaziar a audiência pública.

A atitude foi considerada como golpe baixíssimo por militares que participaram da audiência pública ocorrida agora há pouco no SENADO.

Conversamos agora com um dos palestrantes, o advogado e militar Dr. Cláudio Lino, ele comentou que isso é “estratégia antiga, pessoas de interesse são convidadas para eventos, almoços…”. O advogado comentou também sobre o fato de o Ministério da Defesa, chefiado por um general, estar tentando estreitar laços com a esquerda enquanto muitos graduados tem sido criticados porque tentam angariar apoio de todos os parlamentares, independente de que partido sejam.

Desde o início desse processo legislativo que a defesa se nega veementemente a discutir o assunto com os graduados.

O estudo técnico

Ainda em 8 de outubro a Revista Sociedade Militar publicou em primeira mão um estudo técnico da câmara, enviado a políticos do PSL e DEFESA, mas engavetado e trancado a sete chaves porque criticava pontos nevrálgicos do PL1645/2019, citado pelos generais como a “contribuição dos militares para a previdência”, mas que na verdade aumenta a distância entre cúpula e base das forças armadas.

Nessa terça-feira a Revista Veja praticamente republicou a nota da Revista Sociedade Militar, expondo para toda a sociedade o momento complicado ora vivido pelos militares brasileiros.

O Estadão nessa segunda-feira publicou nota confeccionada com a ajuda de um coronel, onde deixava claro que o governo queria com o PL1645 aumentar a base de apoio entre os que fazem parte da cúpula das Forças Armadas. O artigo aponta também falhas gravíssimas no projeto. Até uma pessoa não familiarizada com termos militares percebe absurdos como a concessão de uma gratificação de representação somente para os generais.

Graduados na reserva, principalmente suboficiais da FAB e MARINHA, além de militares dos quadros especiais e oficiais administrativos, alegam que o PL favorece generais e dá alguns “cala-boca” para algumas categorias da ativa nas graduações mais altas de suas carreiras, justamente para que a insatisfação destes últimos não atrapalhe o andamento dos serviços.

A aproximação com a esquerda

Essa revista online ainda em maio desse ano advertiu a todos de que seria inevitável que a esquerda se apropriasse dessa demanda e se aproximasse dos militares de menor patente, haja vista que os políticos do PSL se comportavam como crianças medrosas com medo de expressar a própria opinião. Em off admitiam que viam erros no PL1645, mas não tiveram coragem de apontar publicamente os problemas do PL1645/2019.

“Reuniões com políticos  – Militares continuam circulando pelo congresso nacional com o intuito de chamar a atenção pra os erros no Pl 1645, chama também a atenção o fato de que representantes de algumas associações de sargentos, chegaram a se reunir com políticos de esquerda, como Gleisi Hoffmann, Érica Kokay e Paulo Pimenta. Tudo indica que esses militares e até mesmo os políticos não tenham sequer noção das implicações histórico-políticas desse fato. Obviamente nesse momento a intelligentsia esquerdista avalia como devem atuar no trato com os militares. As camadas base são mais numerosas, no passado eram mais próximas da esquerda. Por outro lado, as camadas topo apesar de congregar um menor número de militares, são mais influentes e poderosas.

É quase impossível que ninguém tenha percebido a insatisfação dos graduados e que nesse momento uma declaração como “PT se posiciona contra reestruturação que favorece generais e penaliza sargentos”, cairia como uma bomba no colo do governo Bolsonaro.”

Robson Augusto – Sociólogo, jornalista, militar R1.

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar