Forças Armadas

Graduados da Forças Armadas se preparam para próximas eleições – Um estudo interessante / recebido de colaborador.

Decepcionados com a representação na CÂMARA DOS DEPUTADOS os graduados da Forças Armadas se preparam para próximas eleições – Um estudo interessante / recebido de colaborador.

“A verdade é que o representante se faz escolher pelo eleitor […]… e os únicos que têm alguma chance de vencer são aqueles cujas candidaturas são apoiadas por grupos, por comitês, por minorias organizadas (Mosca, 1939:154).

Até há poucos anos as variáveis que definiam a vitoria em uma eleição eram muito mais concretas e o fator dinheiro era sem sombra de dúvida o mais importante. O dinheiro obviamente não deixou de ser importante, mas no mundo de hoje – e as últimas eleições provam isso – há um fator preponderante para a eleição, podemos chamá-lo de status social.

Decepção com os representantes

Todos os representantes dos militares que proferiram palavras na câmara – sejam eles parlamentares ou mesmo graduados que pediam mudanças no texto – foram bem claros ao declarar que acreditam que a reestruturação deve ocorrer, que ela de fato corrige perdas e que será boa para quem está na ativa. Todavia, é fato incontestável, indubitável, verídico…  que o PL-1645 acabou gerando um sentimento de abandono por parte da categoria que já está na reserva – principalmente aqueles que foram para casa entre 2002 e 2019 e que ficarão com os vencimentos menores do que os companheiros que ainda estão na ativa já que estes últimos têm possibilidade de realizar novos cursos, recém criados.

Ficou também uma má impressão sobre os parlamentares militares, de que eles seriam elitizados, que se acham uma espécie de casta e de que são exageradamente submissos ao partido e nada fieis a seu eleitorado.

Projeção para 2022

Com o uso de dados recebidos da DEFESA cruzados com informações divulgadas pelo TSE esse artigo traça as possibilidades e número possível de candidaturas ligadas a família militar e vencedoras em cada estado da federação.

No gráfico abaixo a primeira coluna de resultados/possibilidades considera apenas UM VOTO por cada núcleo familiar liderado por um militar ou pensionista. A segunda coluna de possibilidades/resultados, mais realista, considera que cada militar e pensionista pode influir na decisão de pelo menos mais duas pessoas, contabilizou-se nesse caso, portanto, 3 votos por militar/pensionista. Levou-se também em consideração que 20% dos eleitores podem se abster de comparecer às urnas e outros 20% podem não tomar conhecimento de que existam candidatos militares ou que apenas decidam não votar nestes.

No Rio de Janeiro estima-se que a família militar das FA é – depois dos policiais/bombeiros e professores – a categoria com maior número de eleitores. O restante da população está dividido em nichos menores e com pouco sentimento de pertencimento/fidelidade a um grupo.

No gráfico abaixo o número de votos usado como referência foi a media obtida pelos 10 últimos eleitos para deputado federal em cada estado da federação no ano de 2018.

O quantitativo de votos utilizado para os cálculos (TOTAL – 40%) se mostra bastante realista na medida em que o voto da família militar é tradicionalmente concentrado em candidatos militares no que diz respeito ao cargo de deputado federal. Em 1998, por exemplo, quando Jair Bolsonaro era ainda eleito quase que exclusivamente com os votos da família militar, o então candidato recebeu 103 mil votos, o equivalente à somo dos votos obtidos por vários deputados federais eleitos com resultados mais modestos.

Um grande problema a combater, de difícil resolução será a questão da concentração de votos em um ou dois candidatos, que poderá por a perder a possibilidade de eleger grande número de representante no Rio de janeiro, mesmo que haja número de eleitores suficiente para a eleição de até 5 parlamentares.

As previsões são as mesmas utilizadas por alguns técnicos e estatísticos que prestam serviços para partidos políticos que possuem eleitores em grupos com alto nível de engajamento partidário em certas unidades da federação, como os profissionais da educação.

Obviamente as possibilidades de cada candidato podem ser maiores ou menores de acordo com seu status, poder de penetração em outros extratos sociais, investimento em campanha, quociente eleitoral, seu círculo de influência, redes sociais etc.

Colaboração de Aristides de Orleans e Silva (*).

*Pseudônimo

Sociedade Militar

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