Forças Armadas

Em e-mail dramático enviado 3 dias antes de morrer em cela da MARINHA o cabo LUCAS fez seu derradeiro pedido de SOCORRO ao Minist. Público Militar


“A Marinha era o sonho do meu filho e esse sonho foi a causa da sua morte”, Dona Andreia, mãe do Cabo Lucas, falecido em 22 de agosto de 2019.

Em e-mail dramático enviado 3 dias antes de morrer em cela da MARINHA DO BRASIL o CABO LUCAS fez seu derradeiro pedido de SOCORRO. 

A Revista Sociedade Militar teve acesso a documento dramático, enviado pelo cabo Lucas ao MPM em 19 de agosto de 2019, enquanto cumpria prisão simples, apenas 3 dias antes de ser encontrado morto na cadeia da Base Naval do Rio de Janeiro. No documento onde o militar se identifica e descreve o local da prisão – o militar explicou que não estaria em condições mentais para cumprir uma pena de 23 dias porque, entre outras coisas, estaria ingerindo remédios controlados.

“Não tenho a mínima condição de cumprir tal penalidade com o meu problema de saúde, tenho depressão, tomo citalopram e diasepan diariamente, três vezes ao dia… o comandante me deu 8 das de prisão simples, mais 15 dias de prisão Rigorosa ”, disse Lucas.

O militar contou também que não teria permissão para sair da cela para se alimentar. O Ministério Público Militar recebeu pelo formulário o nome completo do militar e o local onde estaria detido, mas optou por aguardar. Em resposta enviada no dia seguinte explicaram que estariam resguardando a integridade do graduado.

o fato narrado por Vossa Senhoria o identifica…”

Veja a resposta do Ministério Público Militar, que chegou no dia seguinte, as 15 horas e 36 minutos.

Resposta do MPM: “… informo que o fato narrado por Vossa Senhoria o identifica, o sigilo se torna inviável, solicito que autorize que seu procedimentos seja analisado sem o sigilo.”

Não se sabe se o militar teve novamente acesso ao seu celular a ponto de saber que não seria atendido pelo MPM, já que antes de ir para o xadrez o equipamento é recolhido (documento abaixo).

Veja o documento completo redigido e enviado pelo Cabo Lucas de seu celular enquanto estava detido na Base Naval do Rio de Janeiro. O envio foi registrado como tendo sido as  23:38 da noite de 19 de agosto de 2019.

Sem responsáveis

A conclusão do Inquérito Policial militar entregue à família não aponta nenhum responsável pela morte do cabo Lucas Gonçalves Da Silva. O militar sofria de problemas psiquiátricos, a família possui registros de internações em instituto de saúde mental e todos os receituários comprovando que o jovem tomava remédios controlados por ordem médica.

Os pais acreditam que na verdade o seu filho foi praticamente sentenciado a morte porque já havia inclusive tentado o suicídio uma vez, fato registrado pela própria Marinha do Brasil.

Parte da conclusão do Inquérito Policial Militar diz que o local era monitorado 24 horas por dia. Em outro trecho o relator diz que não houve omissão do pessoal de serviço e que não há indícios de contravenção ou crime militar. Observando o IPM fica-se com a impressão de que foram avaliadas as ações dos graduados responsáveis pela carceragem.

As ações do comando anteriores à prisão e o fato de se sentenciar um militar com problemas psiquiátricos a mais de 20 dias de prisão (simples e rigorosa) não foram mencionadas no resumo entregue à família.

O que se menciona na conclusão do inquérito são dados como os militares de serviço de guarda do preso, as condições da cela e o “monitoramento 24 horas” que aparentemente não foi eficaz.

Advogado ouvido pela Revista Sociedade Militar comenta que os acontecimentos anteriores ao encarceramento do cabo Lucas, como sua condição física e remédios que ingeria, deveriam também ter sido analisados pelo Inquérito Policial Militar.

Tá dando trabalho a solução é prender

Entre os efeitos colaterais dos remédios ministrados ao Cabo Lucas, por ordem de um médico da Marinha do Brasil, estão vários que podem acarretar problemas que impediram de executar normalmente as atividades do quotidiano de qualquer militar.

Comentário da mãe “é um praça, ta dando trabalho a solução é prender.”

De fato, Observando os registros do cabo Lucas chega a ser assustador o enorme número de punições. Em uma única página da caderneta de assentamentos a que a Revista Sociedade Militar teve acesso foram encontradas nada menos que cinco punições.

Para qualquer um resta obvio que as faltas ao quartel e demais contravenções podem ser fruto dos problemas psiquiátricos, do quadro depressivo. Mas, na visão dos pais, para a MARINHA DO BRASIL, aparentemente, a solução mais adequada foi trancafiar o jovem em uma cela.

A mãe conta que além de ser aconselhada por um oficial a não divulgar o assunto para a imprensa não recebeu nenhum tipo de seguro ou indenização e não sabe se teria direito a isso. O militar deixou um filho e mulher, que foram abrigados por sua família.

Sociedade Militar – Você faz parte, você importa e você se importa.

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar