Forças Armadas

E se os MILITARES intervirem, o que acontece em seguida?

As verdadeiras consequências de uma intervenção militar serão boas ou ruins? Alguns alegam que logo em seguida viria caos, guerrilha, morte de brasileiros e possivelmente até o fim da federação. Outros alegam que os militares são capazes de gerir todos os sistemas para manter o país funcionando normalmente, julgar todos os políticos corruptos, destituir o STF, aplicando lei marcial e tribunal militar…

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Nas últimas semanas o debate político no Brasil cresceu bastante. A batalha entre esquerda e direita ressurge com toda força. Aparentemente, nas vezes em que há alguma crise econômica ou, como é o caso, sanitária, aqueles que se dizem oposição se sentem mais a vontade para criticar quem se assenta as cadeiras mais importantes.

Nesse momento geralmente a tese do quanto pior melhor prevalece.
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Ao mesmo tempo em que se aproxima a data marcada para uma manifestação a favor do governo, a enxurrada de críticas contra o presidente para muitos indica o aumento da possibilidade de acirramento dos ânimos e – consequentemente – um impeachment. Tendo isso em vista alguns parlamentares aliados de Bolsonaro já disparam nas redes sociais textos que deixam implícito que se houver tentativa de golpe contra o presidente as Forças Armadas se movimentariam para impedir. “a onça vai beber água”, foi a imagem postada pelo general-deputado Eliezer Girão.

De fato, o presidente da república está cercado por militares do alto escalão das forças armadas e estes ocupam cargos chave em seu governo. Alguns militares, como o general Ramos e Braga Neto foram retirados de serviço ativo e colocados a disposição do governo Bolsonaro. Apesar de estarem sempre na proximidades do Palácio do Planalto por conta de sua atividade fim, os militares nunca na história do país estiveram tão intimamente ligados ao governo quanto estão nesse momento.

Nem mesmo no regime militar ocuparam tantos cargos e para muitos o fato das forças armadas hoje estarem tão atreladas ao nome de um político pode acabar contribuindo para a queda dos índices de confiança das instituições.

Um dado interessante que advém dessa proximidade já pode ser percebido. Confunde-se a qualidade de instituição de estado com instituição de governo e por isso muitos jornalistas, parte da população e até políticos acreditam que os militares são uma espécie de garantia, um escudo para que Jair Bolsonaro jamais seja deposto por um impeachment.

As teorias que se apresentam são muitas. Uma delas diz que o chamado “partido militar” na verdade foi quem emplacou Bolsonaro como presidente da república e que o próximo passo seria desgastá-lo a ponto de ser substituído por Hamiltom Mourão, que seria reeleito com o apoio maciço das forças armadas e militância de direita.

A militância bolsonarista e os pedidos de intervenção militar 

Parte significativa da militância bolsonarista acredita, desde 2013, na possibilidade de intervenção militar. Eles são sem dúvida a parcela mais ativa de seu eleitorado, são aqueles que se vestem de militares, que usam roupa camuflada, que já acamparam no gramado da Esplanada dos Ministérios, que gritam SELVA quando passa um militar na sua frente e que desde 2014 distribuem panfletos nas ruas do Brasil com frases fora Dilma e Lula ladrão.

Justamente por causa desse grupo, extremamente ativo nas ruas e um verdadeiro exército das redes sociais é que o presidente e seus filhos se sentem constrangidos em falar claramente contra a intervenção militar.

Eles herdaram o pedido de AI-5 do que ouviram de Eduardo Bolsonaro há poucos meses e – não há dúvidas – sem eles no pelotão de frente da militância, Bolsonaro em hipótese alguma teria chegado onde chegou. A grande manifestação planejada para o próximo dia sete de setembro tem entre seus organizadores e formadores de opinião várias pessoas que mencionam de fato coisas como invasão do congresso, fechamento do Supremo Tribunal Federal etc.

A luta por intervenção militar começou faz alguns anos, mas se intensificou nos idos de 2013. A Revista Sociedade Militar tem um registro completo das primeiras movimentações. No dia 22 de março de 2014 milhares de pessoas insatisfeitas com o governo foram às ruas em algumas capitais, em comemoração aos 50 anos da realização da marcha da Família com Deus, que antecedeu a intervenção militar de 31 de março de 1964. Eles reconhecem que a ação dos militares impediu que o país fosse lançado num período de atrocidades e massacres, que ocorreram em todos os países comunistas.

Nessa data muitas pessoas, enfrentando o politicamente correto imposto e as duras críticas da grande mídia foram as ruas declarar sua gratidão aos militares. Esse grupo que se concentrou em São Paulo em 22 de março de 2014 já se autodenominava como DE DIREITA e aquela de fato foi uma das primeiras mobilizações físicas da grande reação popular contra a esquerda.

A Revista Sociedade Militar acompanhou o movimento, publicanos artigo no dia seguinte.

As manifestações obtiveram pouca cobertura da mídia, como já era previsto. Contudo, a mobilização na internet, que precedeu o ato, continuou crescendo absurdamente, a ponto de hoje alguns grupos e comunidades no Facebook contarem com mais de um milhão de membros. Não há como negar que o movimento intervencionista foi significativo para o ressurgimento do verdadeiro debate filosófico no país.

Alguns grupos como o Revoltados Online depois de algum tempo deixaram de pedir intervenção militar e assumiram postura unicamente ANTI-ESQUERDA, sem mencionar os militares. As mobilizações dai por diante ocorreram diversas vezes nos meses e anos subsequentes. Depois de algum tempo os intervencionistas começaram a ser rechaçados duramente por outros grupos que surgiam, como MBL e Vem pra Rua e a maioria das pessoas passou a crer que poder-se-ia mudar o país democraticamente por meio da pressão popular nas ruas e nas redes sociais.

Eles querem um RESET para BRASIL!

Como seria essa “intervenção”, seria realizada legalmente, realmente constitucional, baseada em provas palpáveis e acusações formais contra membros do governo, como Presidente e líderes da Câmara e Senado?

Os militares conseguiriam intervir, fechando o Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal sem disparar um único tiro, ou o sangue de nossos compatriotas – de esquerda, de direita ou sem posicionamento político, mas cooptados por um dos lados – seria derramado em nossa própria terra?

Após o retorno à normalidade democrática os militares seriam preservados, seu trabalho seria reconhecido ou novamente acabariam como os vilões da história?

Ao contrário do contexto existente em 1964, quando o avanço comunista era uma ameaça a própria existência das castas de oficiais generais, patentes que passavam de pais para filhos ao longo de gerações, hoje os oficiais generais possuem um perfil diferente, a maior parte dos que fazem parte da cúpula das Forças Armadas foram promovidos durante os governos de esquerda e serviram fielmente a mandatários como Lula e Dilma, alguns são amigos íntimos de comunistas declarados como Villas Bôas e Aldo Rebelo.

Existiu patriotismo na ação dos militares em 1964? Claro que sim, principalmente por parte das camadas médias das Forças Armadas. Todavia, o sentimento de auto-preservação por parte dos estamentos superiores foi um dos fatores decisivos. Afinal, nenhum general queria ir para “El Paredon brasiliano”. Havia generais comunistas, como o Almirante Aragão e Nelson Werneck Sodré, assim como hoje existe, mas esses são minoria.

Hoje – portanto – é preciso uma motivação muito forte para que a cúpula das Forças Armadas arrisque tudo que possuem. Os oficiais generais possuem cargos políticos, são considerados como fora da tropa e sabem que não importa o viés político do mandatário do país, seu status, seu salário, motoristas, imóveis funcionais e a liderança sobre milhares de soldados permanecerá do mesmo jeito.

Apocalipse Chinês

Ao longo dos últimos anos surgiram líderes carismáticos que orientam grande grupos de intervencionistas em suas ações. Alguns se dizem militares da reserva, ou dizem ter contatos no “alto comando”, mas na verdade foram militares do efetivo variável (serviram o Exército) ou sequer colocaram os pés dentro de um quartel. Eles criaram sites, criaram até rádios online pra divulgar suas idéias. São craques da tecnologia, contratam servidores potentes e caros sistemas que permitem que recebam doações por meio de cartões de crédito. Geralmente espalham mentiras em tom apocalíptico, como a fábula dos milhões de chineses que chegariam no Brasil ou a da construção de uma base russa no interior da Amazônia.

Apresentar cenário apocalíptico e em seguida soluções milagrosas é a fórmula mágica dos grandes charlatões, como Jim Jones e Manson. Assim essas lideranças angariam seguidores fieis, que os obedecem cegamente e vão e vem de acordo com suas ordens. Várias mentiras absurdas desmascaradas não fazem com que deixem de ter milhares de seguidores, percebe-se que se tornaram uma espécie de líder religioso que tem poder hipnótico sobre os discípulos e quem ousa criticá-los ou discordar até em pequenos detalhes é rapidamente adjetivado, escamoteado e tratado como parte do outro lado, um inimigo.

Muitos cidadãos intervencionistas, pessoas que indubitavelmente amam esse país, mas manipulados por essas lideranças, adquiriram postura militar e – como acima mencionado – se vestem como militares, cantam canções militares, usam um linguajar que acreditam ser o usado pelos militares e – o pior – obedecem cegamente, como soldados rasos, as ordens de seus lideres, o que os torna potencialmente perigosos.

Não pode-se deixar de mencionar que nem todos os intervencionistas seguem “líderes de internet”, há grupos extremamente ordeiros e cuidadosos, que evitam criar factoides e se limitam a “conscientizar” a sociedade, executando ações como a distribuição de adesivos e panfletos e a colocação de faixas em locais de grande visibilidade. Eles têm esse direito. Um desses grupos hasteou uma bandeira no paredão do Corcovado no dia do nascimento de Karl Marx. Outros grupos distribuem panfletos, camisetas pró-intervenção, ministram palestras etc. 

Como seria uma INTERVENÇÃO MILITAR

Imaginemos uma situação hipotética, em que algum dos poderes, pressionado pela multidão, por conta uma situação de caos social, de seguidos confrontos nas ruas,  calamidade generalizada etc., convoque as Forças Armadas para agir. Imagine que sejam imediatamente presos os líderes da Câmara e Senado e alguns dos ministros do STF. O que viria a seguir? Serão tempos de paz ou de guerra? Como a sociedade vai reagir? Como a esquerda vai reagir? Quanto tempo vai passar até que seja restabelecida a ordem? 

Abaixo há uma visão panorâmica, obviamente hipotética e superficial, não há como detalhar ações, prazos, efetivos empregados etc. Como seriam os primeiros dias após uma suposta intervenção realizada pelas Forças Armadas.

Intervenção militar

O que aconteceria com o Brasil se as Forças Armadas resolvessem intervir?

Após uma reunião a portas fechadas entre os três comandantes militares, o chefe do Estado Maior conjunto e o Ministro da Defesa, ficaria acertado quem seria o líder do processo. A seguir os comandantes se reuniriam com seus subordinados diretos. O Exército reuniria o ALTO COMANDO, a Marinha o Almirantado e a Força Aérea reuniria o Alto Comando da Aeronáutica. Até então todas as ações e informações seriam reservadas apenas aos oficiais generais e seu estado maior. Nas reuniões seria definido quais seriam as primeiras medidas e – diante da exposição das exaustivas análises prospectivas já existentes – se definiria como seria enfrentado o inevitável quadro caótico em que seria atirado o país por um período indefinido.

Ninguém sairia satisfeito dessas reuniões, todos são cidadãos brasileiros, todos são chefes de família e – sobretudo – mais do que ninguém, os militares sabem muito bem o poder das armas, o poder dos exércitos e as imprevisíveis reações dos insatisfeitos.

Comandantes e soldados teriam em comum a total impossibilidade de prever o tempo que se levaria para reajustar o país. Poderia ser um período muito breve, talvez semanas, mas poderia-se também ter de enfrentar anos de crise intensa.

A história mostra que não são raros os casos de crises internas que se estenderam para outros países. Portanto, essa preocupação passa também pela mente daqueles que tem o poder de decidir. Uma intervenção militar no Brasil poderia desestabilizar toda a América Latina, levando-se em consideração que países periféricos já vivem em um estado de anomia social, cita-se Venezuela e Bolívia.

Provavelmente, como uma das primeiras ações, uma tropa de elite do Exército ou da Marinha silenciosamente entraria nas residências dos líderes do Senado, Câmara e STF e os colocaria sob custódia. Eles seriam transportados para um local afastado, um quartel ou talvez um navio, para evitar manifestações, tentativas de resgate, contato etc.

Provavelmente em poucas horas um deles proporia um acordo, em troca de salvo-conduto ou exílio viria a público expressar a concordância com a ação das Forças Armadas, proporia uma delação premiada gigantesca. Contudo, pelo seu envolvimento com a corrupção generalizada os militares rechaçariam qualquer negociata desse tipo.

Alguém avisaria a imprensa do “desaparecimento” dos líderes, diria que viu “homens de preto” entrar nas residências oficiais e a notícia se espalharia como um rastilho de pólvora. A grande rede entraria em polvorosa.

Uma síntese das intenções das Forças Armadas já previamente preparada seria imediatamente veiculada em rede nacional para que toda a sociedade ficasse ciente da motivação e das ações em curso. 

Os primeiros países a se manifestar seriam Venezuela e Cuba, que emitiriam notas de indignação e insistiriam para que a ONU, OEA e os Estados Unidos se posicionassem contra o novo governo instaurado provisoriamente no Brasil. Os americanos iriam aguardar um pouco, observar o viés do governo provisório e se poderiam tirar alguma vantagem da situação.

Uma espécie de “êxodo político” ocorreria. Centenas de parlamentares, federais e estaduais, com envolvimento em ações ilícitas –  aterrorizados ante a perspectiva de julgamentos rápidos e rigorosos – tentariam sair do país o mais rápido possível. Embaixadas e Venezuela e Cuba se colocariam a disposição para receber os “refugiados”. 

Força Nacional

Haveria a princípio uma tentativa, por parte de algum parlamentar, de mobilizar a Força Nacional a enfrentar as Forças Armadas. Contudo, a própria Força Nacional, que intervencionistas dizem que é “comunista”, hoje, além dos policiais dos estados, possui militares das Forças Armadas e é comandada por um general, seria incorporada às forças do governo provisório.

Alguns estados da federação que possuem governos de esquerda inevitavelmente acionariam prontamente suas polícias militares e estas, colocadas de prontidão, guardariam as instituições públicas, como palácios dos governos estaduais, prefeituras e Assembleias Legislativas. Mas, oficiais entrariam em contato com o comando das corporações e, acredita-se, após constatar que a situação é irreversível e com um fim justificado, muitos comandantes hesitariam em se manter fieis aos governos locais.

Estados com governos mais a esquerda como Bahia e Maranhão poderiam ser um problema. Provavelmente os governadores fariam promessas de recompensas ilimitadas para os líderes das corporações.

É – infelizmente – quase certo que haverá alguma insatisfação e quebra de hierarquia em várias instituições de forças auxiliares. Contudo, diante do já observado viés conservador da maior parte dos militares estaduais, acredita-se que em pouco tempo as polícias seriam “pacificadas”, aderindo a ação das Forças Armadas. 

É esperado que em menos de uma semana a relação com as Forças Auxiliares esteja 98% pacificada. As polícias civis e guardas prisionais podem ser um problema a enfrentar. Mas, as lideranças seriam rapidamente chamadas para conversar. A princípio os secretários de segurança dos estados, se fieis ao governo provisório, seriam mantidos, para evitar mudanças muito bruscas na gestão da segurança das unidades federativas.

Governo Provisório, Polícia Federal

A policia federal, que já trabalha em estreita ligação com as Forças Armadas, cuidadosamente informada de tudo poucos minutos antes da primeira ação, se manteria afastada por dois ou três dias. Após isso acataria, assim como a justiça federal, a instalação do governo provisório, formado por militares e parlamentares de conduta comprovadamente ilibada.

É provável que parte do judiciário discordasse da ação das Forças Armadas. Portanto, seria necessário grande realocação de magistrados, escolha de novos ministros e membros de colegiados. A justiça militar da União não tem hoje capacidade de julgar os crimes que seriam imputados a todos os políticos corruptos do país, só no Congresso Nacional são existe mais de 200  parlamentares possivelmente envolvidos em corrupção e os ministros do SM são juízes leigos.

Outros órgãos e agências, nos níveis Federal, Estadual e Municipal, se farão presentes dentro da nova estrutura de emergência e atuarão segundo os princípios previstos para as atuais operações de Garantia da Lei e Ordem. Desta forma, será fundamental o estabelecimento de um centro de informações Inter-agências, que deve ter como sede a Agencia Brasileira de Inteligência.

Todos os cargos chave da ABIN, que hoje é subordinada a um general, mas possui centenas de agentes civis, concursados, de vários vieses políticos, seriam preenchidos por militares dos serviços de informação das Forças Armadas e/ou auxiliares.

Os procedimentos para interligação de todos os serviços de inteligência das forças auxiliares/segurança pública seriam iniciados e colocados em prática imediatamente. Ainda no primeiro dia seria criado um CCOp (Centro de Coordenação das Operações), este deve ser organizado como um Estado-Maior militar, no qual serão agregados representantes de outros órgãos de segurança.

A interação dos integrantes do CCOp se dará de acordo com os princípios norteadores de uma operação interagências e para que não se incorra em erros ocorridos no passado, deverá obrigatoriamente existir as seguintes seções.

Inteligência/contrainteligência – Assuntos Civis – Comunicação Social (imprensa, mídia, tv, internet, redes sociais) – Comunicações (incluindo Guerra Eletrônica e Defesa Cibernética) – Assessoria Jurídica e Operações Psicológicas.

Após dois ou três dias os sindicatos fieis ao governo deposto, junto com movimentos sociais, certamente cruzarão os braços e paralisarão meios de transporte, refinarias e sistemas de comunicação. A dura batalha na questão da infra-estrutura e logística deve então se iniciar na questão energética / transportes.

É obvio que as Forças Armadas não teriam pessoal suficiente para suprir essas lacunas nas primeiras semanas após uma intervenção, o caos poderia começar por aí.

Para frear o país não é preciso quebrar nada, fazer piquetes ou queimar pneus, basta que uma categoria essencial como caminhoneiros, funcionários da hidrelétricas, eletricitários… cruze os braços, e não será tão fácil achar quem os substitua rapidamente, militares não são especialistas em tudo.

Logo – por ação de sindicatos ligados a esquerda – certamente faltaria transporte público e alguns itens básicos para a sociedade.  A população seria aconselhada pelos militares a permanecer em casa e somente membros de serviços essenciais, como hospitais e centrais de água e esgoto, permaneceriam trabalhando.

O Movimento dos Sem Terra, Sem Teto, CUT e partidos radicais como o PSTU, fieis ao governo esquerdista, se levantarão e em alguns pontos conseguirão por em prática suas táticas de guerrilha urbana há muito estudadas no manual de Mariguella e outros similares. Estudantes das universidades federais filiados aos Diretórios estudantis se alinhariam aos militantes de esquerda e marcharão nas grandes cidades, promovendo estrondoso vandalismo e quebradeira.  

Perto dos grandes centros as redes de distribuição seriam assumidas por militares, mas seria impossível fazer isso a nível nacional. Portanto, nas áreas rurais usinas hidrelétricas e redes de energia seriam sabotadas com o objetivo de desestabilizar o governo provisório.

Instituições públicas e hospitais certamente interromperiam seus serviços por causa disso.

O caos estaria ainda no início.

Obviamente, os militares apresentariam, acompanhados de alguns juízes federais e desembargadores de grande credibilidade, uma lista detalhada e incontestável de provas palpáveis contra os políticos retirados de seus cargos. listariam ainda os prejuízos que seus atos causaram ao país. Na medida em que fossem coletados mais dados, o procedimento de informar a sociedade dos fatos seria feito diariamente em todos os grandes veículos de comunicação de massa. Mas, pela grande rede, a esquerda e os aliados do governo deposto fariam campanha emocionada, intensa e mentirosa contra o governo militar.

Com isso, outras medidas rígidas e impopulares, como restrição do uso da internet, censura e fechamento de emissoras de rádio e TV, sem dúvida ocorreriam para evitar que a esquerda se organize e novamente manipule a sociedade.

É obvio que algumas pessoas teriam sim que ser vigiadas de perto. Logo alguns seriam presos preventivamente e interrogados. As acusações de “desaparecimentos” e “tortura” voltariam e seriam usadas para desacreditar a operação em andamento. 

A oposição então usaria artifícios como rádios pirata e impressões clandestinas, e em declarações sentimentais e nostálgicas, evocando os anos 70, diria ao povo que os militares “deram o golpe” novamente, que “fizeram o mesmo que em 1964”. Convocariam a sociedade para “fazer parte da história” e ir à luta pela “liberdade e democracia”.

Os líderes dos movimentos apelariam para a emotividade, criando nos jovens, facilmente manipulados, um sentimento de que são uma espécie de resistência democrática, similar ao que a esquerda diz que foi no passado. Cantariam “hinos” como: “Caminhando contra o vento…” e ‘Bem vamos embora que esperar não é saber…”

Seria como um replay dos anos 60/70

É possível que, por conta do caos generalizado, carência de itens básicos, falta de informações e intensa propaganda ideológica, parte da população, ainda nos primeiros dias, demonstre insatisfação contra os militares e se some àqueles que se posicionam contra a ação das Forças Armadas, engordando mais ainda as manifestações nos grandes centros urbanos.

Revista Sociedade Militar – https://sociedademilitar.com.br

As forças armadas reprimiriam as manifestações da maneira menos violenta possível. Há sempre o risco de enfrentamento contra  policiais avulsos e agentes de segurança ainda fieis aos governos em meio aos insatisfeitos. Infelizmente poderia ocorrer violência, feridos e mortos de ambos os lados.

Caos generalizado

É quase certo que o Brasil enfrentaria um longo período de gigantesco caos generalizado, talvez por muitos meses, ou anos. Pelas proporções continentais do país, é impossível prever os desdobramentos dessa questão. Seria um momento complicado. Exportações seriam prejudicadas por algum tempo, produção e transporte de carne, leite e outros itens também. Atendimento nos hospitais também seria prejudicado, cirurgias canceladas, pessoas precisando de atendimento urgente morreriam por conta do momento complicado, isso é inevitável.

Alguns que hoje pedem uma ação mais radical logo sentirão o peso de suas decisões e tentarão então convencer os militares a recuar, acusando-os de arbitrários e, depois de algum tempo, chamando-os de golpistas, truculentos.

A princípio os militares não acionariam reservistas, eles seriam um grande risco dentro da caserna, haja vista que uma parcela significativa da juventude brasileira – por meio de um processo lento e contínuo – se tornou insubmissa e avessa a tudo que se baseie em hierarquia e disciplina. Não haveria tempo para adestramentos, treinamentos e seleções.

Muitos jovens de hoje enxergam desertores e terroristas do passado, que lutaram contra seu próprio país, como figuras em quem se espelhar. Por conta disso é muito mais seguro que, em um primeiro momento, o reforço no efetivo seja feito por militares profissionais transferidos para a reserva nos últimos 5 anos.

Nos primeiros dias os militares das Forças Armadas teriam que assumir parte das funções de segurança pública em muitos locais, a tropa precisaria se concentrar nos grandes centros. Ainda que o poderio militar do Brasil seja bastante superior ao de seus vizinhos bolivarianos, é possível que quartéis do Exército situados no extremo norte tenham que reforçar o contingente.

É provável que aliados tradicionais da esquerda desloquem tropas para áreas fronteiriças dentro de seus países – não com a intenção inicial de combater –  mas ainda assim estrategicamente isso nos obrigaria a manter grandes efetivos nessas regiões.

Pode haver até tentativas de solução de continuidade da federação. Estados podem requerer sua independência. Se o comando militar do SUL, junto com as unidades da MB e FAB não ocuparem imediatamente espaços nas principais cidades da região, alguns aproveitadores podem tentar iniciar um processo de separação, algo que já é ensaiado ha algum tempo. 

Combatentes de Cuba, Venezuela e Bolívia vão ingressar clandestinamente no país e se aliar ao exército de insatisfeitos. Aqui seriam exaltados e até comandariam aqueles que perderam a “boquinha” e que tentarão a qualquer custo retomar o poder.

Líderes como Maduro veriam no caos uma nova chance de criar a utópica “pátria grande” bolivariana.

Da mesma forma que no passado, militantes de esquerda se organizariam em grupos de guerrilha urbana. Certamente usariam até nomes de grupos do passado, como MR8 etc. Com ataques surpresa e ações do gênero os grupos espalhariam o terror nas noites das grandes cidades, sem se preocupar se estarão fazendo vítimas inocentes, como é de seu feitio. Hoje há maior facilidade em se adquirir armamento portátil, sem contar as armas que já existem nas mãos do crime organizado, isso tornaria as coisas mais difíceis ainda para as Forças Armadas.

Inimigos que surgem em guerras intestinas normalmente não respeitam convenções internacionais, uniformes e tipos ideais de armamento. Militantes de esquerda armados sempre se escondem em meio à multidão, expropriam propriedade alheia, se mantém à paisana e usam artefatos e métodos ilegais como bombas caseiras,  veneno, incêndios criminosos e sequestros.

Muitas pessoas inocentes morreriam.

O enfrentamento seria bastante complicado e, como no passado, os tribunais revolucionários voltariam, qualquer militante que desistisse da luta ou colaborador que se negasse a pegar em armas seria executado pelos “companheiros”.

As mortes, obviamente, seriam “jogadas nas costas” dos militares. Pessoas mortas “apareceriam” perto dos quartéis e alguém diria que viu um militar atirando.

Nas análises prospectivas constatou-se fortes indícios de que o crime organizado se aproveitaria da desorganização generalizada para saquear indiscriminadamente a sociedade e que possivelmente decidiria por apoiar indiretamente o governo deposto, realizando atentados contra militares e forças de segurança, haja vista que militares – por meio das GLO – ha algum tempo já vem causando dificuldades aos criminosos comuns, atuando nos grandes centros com rigor e reforçando as fronteiras para reprimir o tráfico de entorpecentes e armas.

Alguns acreditam que a esquerda também usaria um exercito de estudantes secundaristas – menores inimputáveis e facilmente manipulados – para atacar com violência e em grupo as forças de segurança fieis ao governo. Se reprimidos duramente logo a esquerda espalharia boatos dizendo que “Militares torturam e prendem estudantes menores de idade”.

Alguns “apareceriam” mortos, seriam colocados também na conta das Forças Armadas.

Pressões externas e ameaças de sanções econômicas poderiam ocorrer, a depender da espécie de apoio que o novo governo vier a celebrar com as lideranças mundiais. Contudo, esse problema seria talvez um dos menores, vencido rapidamente, devido a enorme relevância de nossa mercado em nível mundial e consciência por parte da maioria dos países de que os últimos governos do Brasil foram terrivelmente corruptos. 

Muitas pessoas têm dito nos campos para comentários aqui da Revista Sociedade Militar que um governo corrupto mata muito mais do que uma guerra civil, que o desvio de dinheiro que poderia ser aplicado em saúde e saneamento acaba por ceifar milhares de vidas. Sem contar a criminalidade que ceifa dezenas de pessoas todos os dias.

Sim, provavelmente isso é verdade. Mas, ainda assim devemos a todo custo procurar uma solução pacífica para as questões que nos afligem.

Enquanto existirem vias democráticas a sociedade deve buscar o protagonismo político. 

Paramos por aqui com essa descrição fictícia, mínima diante da quantidade enorme de variáveis possíveis. Cremos que foi possível ter uma pequena ideia de que uma “intervenção” é um processo extremamente complexo, não é uma ação isolada, não é algo simples. Os acontecimentos acima descritos, e milhares de outros detalhes que um livro médio não comportaria, afetariam o TODO da sociedade brasileira, cerca de 200 milhões de pessoas por um período que pode ultrapassar 10 anos e com consequências inimagináveis.

A intervenção pode acontecer? 

É claro que sim, tanto no Brasil quanto em qualquer nação onde exista uma força armada comandada por homens. Contudo, é improvável. Há consequências imediatas e duras para todos os envolvidos. E aqueles que tem o poder de decidir certamente levam isso em consideração, além de terem a certeza que serão responsabilizados se as coisas não derem tão certo quanto preverem.

As apurações Comissão Nacional da Verdade indiscutivelmente tem um grande poder dissuasório contra qualquer tentativa de insurreição por parte dos militares, e mostram que o povo pode sim ser atirado contra membros do grupo que o socorreu.

Nosso país é gigantesco, complexo, pluripartidário, repleto de ONGS e Grupos de esquerda que, como foi dito, provavelmente apoiariam inimigos internos e externos de nosso país. Seria uma situação complexa, muita gente sofreria, principalmente os mais humildes, crianças e idosos.

Há grande risco de que a população, já pré-condicionada a crer que militares são autoritários e “torturadores”, se volte contra as próprias Forças Armadas. Essa possibilidade aumentaria na medida em que cresceria a insatisfação e insegurança geradas pela interrupção de serviços essenciais como telecomunicações, energia etc.

A cobrança pelos resultados será instantânea.  “Os militares deram o golpe”, diriam. “os militares estão demorando a restabelecer a energia”, “os militares censuraram a internet”, “os militares não aumentaram meu salário”, “os militares não deram um jeito na segurança pública…”, “estou sem trabalhar ha uma semana, por causa dos militares”… 

E assim o numero de insatisfeitos com os já não tão simpáticos militares vai aumentando. Inevitavelmente em poucos dias muitas pessoas já se aglomeram na frente dos quartéis gritando “fora militares”.

Ficam alguns milhares de questionamentos. Entre eles: Ao final dos processos legais, que poderiam durar anos, todos os membros do partido majoritário seriam condenados? Ou sobraria alguém para reergue-lo da cinzas? Em pleno séc. XXI poder-se-ia bani-los do país?

A sociedade civil ajudaria os militares a aguentar a pressão interna/externa? Legalmente os partidos de esquerda poderiam ser extintos? Seus membros teriam os diretos políticos cassados ou depois de alguns anos retornariam com mais força e status de injustiçados, inaugurando uma nova onda de revanchismo?

No momento atual uma interrupção no processo democrático seria muito vantajoso para a esquerda. Sairiam com o status de heróis da democracia, derrubados por um golpe militar e coisas do gênero. Em poucos anos retornariam e receberiam gordas indenizações.

Ninguém, seja militar ou civil, tem permissão para falar em nome das Forças Armadas. Contudo, é preciso lembrar que as instituições militares não dormem nunca. Se de fato houver risco iminente à Soberania Nacional, sabemos muito bem que cada um cumprirá com o seu dever.

A paz queremos com fervor, a guerra só nos causa dor. Porém…

A maior parte dos intervencionistas atua, ainda que em uma utopia, de forma pacífica. Eles realmente enxergam as FA como única opção e lutam por isso. Com seus acampamentos e manifestações tentam convencer os militares de que já é o momento de agir.

Mas, a questão é mais complexa do que parece. 

É honesto tentar instigar outros a correr riscos e cometer ilícitos em nosso lugar? Irresponsavelmente, a maioria dos que agem assim permanece escondida dentro de seus quartos, apenas se manifestando por meio de seus teclados. Não estariam de forma covarde e omissa tentando jogar o país no caos generalizado? O que muito provavelmente custaria a vida de muitas pessoas.

Por fim, os militares sabem muito bem que uma ação precipitada e ilegal do tipo que se pede acabaria dando aos políticos da atualidade a oportunidade de ser reconhecidos novamente como vítimas de um golpe militar. Seriam de novo chamados de heróis da democracia e os que já estão presos por corrupção logo pegariam uma carona e ganhariam sua anistia bem remunerada.

Quanto aos militares “golpistas”, seriam presos, condenados e expulsos das Forças Armadas. Certamente com o apoio da própria sociedade, mais uma vez manipulada, iriam parar na cadeia como criminosos comuns. 

Caso um governo derrotado em eleições ou deposto por um impeachment se recuse a abandonar o Planalto e algum grupo ouse tentar usar a força para mantê-lo no poder, o que geraria uma situação perigosa, seria concebível cogitar a ação das Forças Armadas para o restabelecimento da ordem. Resolveriam o problema e em poucos dias entregariam a coisa pronta para o “herdeiro” político legalmente constituído. Contudo, não é isso que no momento ocorre no país.

Muitos falam sobre “TRIBUNAL MILITAR” para políticos. Recentemente um membro do próprio Superior Tribunal Militar declarou que intervenção militar não existe em nosso ordenamento jurídico e que o artigo 142 deve ser interpretado sob a luz de toda a legislação atual. 

Veja: O que o SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR PENSA SOBRE INTERVENÇÃO MILITAR.

O artigo que diz que todo poder emana do povo seria mais plausível e aplicável da forma que imaginam os intervencionistas?

Se o povo realmente for para as ruas em massa pedir exoneração de um ministro ou de um político a sua vontade inevitavelmente será obedecida. Mas, isso não significa que a coisa será feita pelos militares.

É um equívoco gigantesco defender o que chama-se de “intervenção militar” se amparando no Art. 142 da Constituição Federal. Aqueles que assim procedem deveriam pegar suas Constituições e consultá-las. Se assim o fizerem, atestarão que está bastante obvio que a convocação dos militares federais para garantir a lei e ordem deve partir de um dos poderes constitucionais

Primeiro: Deve haver risco à lei e ordem. Segundo: As Forças Armadas devem ser convocadas por um dos poderes. O que estiver fora disso será contra a lei. O militar que se aventurar a fazer isso age contra regulamentos militares e contra a própria lei, e pode ser preso.

Nos últimos 10 anos se tentou de todas as formas possíveis cooptar os militares para o que chamam de intervenção militar. Muitos agiram levianamente dizendo que general tal falou tal coisa e que a intervenção seria na semana que vem, amanhã… Outros diziam que generais pediram manifestações em frente de quarteis, até acamparam em frente a organizações militares. As FA não esmoreceram, não agiram contra a CF1988 e pelo que se constata ao longo dos últimos anos os militares esperam que a sociedade cresça politicamente sem precisar da ajuda de um “irmão mais velho” todas as vezes que está insatisfeita com a situação.

Não haverá intervenção militar, isso é ponto pacífico entre os oficiais da cúpula das 3 Forças Armadas. 

Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
Robson Augusto, Militar R1, jornalista,
Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar