Forças Armadas

A defesa do espaço aéreo brasileiro – Texto de Colaborador, coronel de infantaria

PENSANDO A DEFESA DO ESPAÇO AÉREO BRASILEIRO

Revista Sociedade Militar / _ Em verdade, um mapa em inglês revela nossa vulnerabilidade no caso da realização de bombardeios cirúrgicos por parte dos “grandes predadores militares”, existindo outro, na mesma língua, com a localização das sedes de todas as tropas do EB aquarteladas na área do CMA. uma verdadeira profanação de “casa de irene”, exigindo, no mínimo, um planejamento de locais de muda e suplementares para se furtar à uma destruição prematura, tanto dos quartéis como, também, das bases aéreas. 

_ O principal vetor de defesa da FAB, até a chegada dos GRIPEN, é o F5, NORTHROP F-5E TIGER II, modernizado pela EMBRAER com aviônicos israelenses da ELBIT. O F-5E ganhou sobrevida depois de modernizado, mas ainda tem sérias limitações, como pequeno raio de ação com carga bélica e velocidade máxima de apenas MACH 1.6. Sua vantagem reside no seu novo radar e na sua capacidade de engajamento BVR, além do alcance visual, proporcionada pelos mísseis RAFAEL DERBY. Em verdade, este caça está em vias de substituição pelo “GRIPEN” sueco. Sua modernização, todavia, pode ser considerada pela MB posto que, até agora, a FAB ainda nem viu a cor do caça nórdico, isto avaliando que, para a Força Aeronaval, este visual vai custar bem mais ainda, já que precisa sair do chão sem mais delongas, decolando os “F 5” que a FAB for liberando por chegada dos Saab JAS 39.

_ A Base Aérea de Anápolis, no centro do país, para a defesa de Brasília, não abriga mais a uma dúzia de caças MIRAGE 2000, adquiridos de segunda mão da França. Por um acaso estas aeronaves estão sendo vendidos como sucata? Com tecnologia da década de 1980, a vantagem do caça francês sobre os “F 5” estava na velocidade de MACH 2 e na alta performance em combate, similar à do F-16 americano. Os MIRAGE eram deslocados para outras bases em exercícios da FAB e também tinham, como os “F 5”, capacidade de reabastecimento em voo. Aliás, uma das grandes limitações da FAB é o pequeno número de aviões-tanque, outro problema que ainda persiste.

– Já os aviões de ataque A-1 AMX  passam por um programa de modernização semelhante ao F5, podem exercer uma função de defesa aérea marginal, em teatros de baixas ameaças, mas sua capacidade de combate aéreo é apenas para autodefesa. Muito corretamente foram todos concentrados no Rio Grande do Sul, território praticamente de pouca ou nenhuma ameaça, haja vista a realidade vivenciada hoje pela tríade MERCOSUL/UNASUL/CDS.

_ Restam os A-29 super tucano, que são os vetores de defesa aérea na fronteira amazônica, contra voos ilícitos feitos por pequenas aeronaves. Nada contra, todavia é preciso levar em conta não que estas aeronaves não representam absolutamente nada em termos de dissuasão extra regional.

_ O programa F-X 2 é vital para que se possa alcançar um novo patamar de credibilidade na defesa do espaço aéreo brasileiro, já que países vizinhos estão se reequipando com caças muito mais capazes que os nossos. A Venezuela comprou da Rússia o “SUKHOY”. Qual seria a avaliação, por um piloto da FAB, sobre as vantagens e desvantagens deste sobre o “GRIPEN”, tanto em raio de ação, quanto em capacidade de combate?

_  A grande conclusão a que se chega é a de que, hoje, agora, no caso de um raide aéreo pela Venezuela, vamos responder muito mal com nossos meios éreos disponíveis. Já no caso de uma incursão alada por parte de um “grande predador militar”, aí sim, a surra vai causar um “Deus nos acuda”!

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de infantaria e Estado-Maior

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Sociedade Militar