Forças Armadas

Escola Superior de Guerra patrulha opinião de militares e funcionários. Medo da censura?

Nas redes sociais de militares das Forças Armadas nessa manhã de sexta-feira um dos assuntos principais é a notícia publicada no site do MONTEDO, que indica que a Escola Superior de Guerra cogita punir militares e civis do corpo docente que ousem emitir opiniões que discordem da visão de mundo que possui o presidente da república, mesmo em simpósios e palestras. 

Das duas uma, ou o Almirante WLADMILSON BORGES DE AGUIAR, comandante da instituição realmente acredita que as opiniões do Presidente da República devem ser integralmente acatadas e apoiadas por qualquer funcionário da instituição ou está tentando desesperadamente evitar que a instituição seja fechada ou sofra alguma sanção já que a última instituição militar ligada a pesquisa e ensino que ousou emitir – o Centro de Estudos Estratégicos do Exército – opiniões foi CENSURADA e até hoje não pode retornar para a grande rede, permanecendo então sem distribuir o conhecimento gerado para o púbico externo.

Artigo no MONTEDO

“A Escola Superior de Guerra enviou ofício à Advocacia Geral da União, em março, questionando a consultoria jurídica a respeito da possibilidade de punir servidores docentes do órgão que teçam críticas ao presidente Jair Bolsonaro em simpósios e palestras, em suas redes sociais privadas e mesmo estando de licença, folga ou férias. Na consulta, a ESG quer que possíveis punições se deem quando as críticas “possam contrariar as linhas de pesquisa e o escopo de atividades da instituição de ensino”.

A escola diz que deve ser analisado se o servidor pode manifestar, mesmo nessas circunstâncias alheias ao exercício de sua função, sua “opinião política” sobre o presidente, pelo fato de ser “subordinado a este”, já que o presidente é o chefe das Forças Armadas.

Na consulta, a ESG questiona a AGU a respeito de quais medidas seriam cabíveis nessa situação, sem discriminar nenhum caso concreto em que tais críticas teriam acontecido.

No parecer, a advogada da União Juliana Falleiros Carvalheiro opina pela improcedência de qualquer possibilidade de punição nos casos pretendidos pela Escola Superior de Guerra. Reconhece que a liberdade de expressão, embora assegurada pela Constituição, tem limites previstos na própria Carta, mas que caberia ao presidente, caso se sentisse ofendido em sua honra, processar criminalmente servidores, e não à escola.

“A princípio, não há irregularidade na conduta de servidor que, no âmbito de sua vida privada, tece críticas a atos do presidente da República”, diz a advogada.” (Texto publicado no MONTEDO, de autoria de Vera Magalhães.)

Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar