Forças Armadas

Bolsonaro e a marcha da insensatez – Artigo de colaborador / Coronel, artilharia

PRESIDENTE BOLSONARO, A MARCHA DA INSENSATEZ

Infelizmente eu votei no capitão. Parodiando meu velho pai, o General-de-Exército Paulo Campos Paiva, falecido, que dizia: – “Meu filho, o último político que me enganou foi um tal de Jânio Quadros”, eu digo, sem medo de errar: – “O último político que me enganou foi um tal de Jair Messias”. Mas, por quais motivos? Lamentavelmente, para mim, não faltam razões. A marcha da insensatez, palmilhada pelo atual chefe da nação, está pontilhada de inúmeros fatos deploráveis, estes que são apresentados em sequencial patético:

– aluguel de nossa soberania em Alcântara/MA, emoldurada com frase nada condizente com a postura de um oficial do EB formado em Agulhas Negras: –“Alcântara é p’ra vocês (americanos):

– forma omissa como estão sendo tratadas as vulnerabilidades atinentes à Defesa Nacional, posto que ainda não denunciou os tratados que “nos impedem dissuadir ao invés de lutar”:

– apoio a uma “prole” constituída por pupilos fanatizados por “bruxo ideólogo e americanófilo de carteirinha”, crias enciumadas do pai com os militares de sua alta assessoria e mais do que enrolados com as “rachadinhas da vida”; 

– vista grossa quando da contestação, por seus filhos, ao “modus operandi” de oficiais-generais, inclusive com ofensas pessoais, injustas, de baixíssimo nível, sem que o paterno presidente consiga, pelo menos, comandar “sentido” no seio familiar, de modo a não criar mossas que, fatalmente, estão a prejudicar desde então, o exercício a contento de uma liderança satisfatória junto aos militares, posto que os pretere sempre quando se trata da prole mal criada ou do seu guru e conselheiro de cabeceira, o bruxo Olavo de Carvalho;

– anúncio de mudança de embaixada anunciada (macaquice de imitação para agradar a Donald Trump), que ficou no “seja … seja”, desagradando tanto palestinos como israelenses

– desarranjo com a China, obrigando o vice-presidente a viajar para aquele país, de forma a acertar os ponteiros por uma declaração estapafúrdia, de graça, apenas para “dar uma de bacana” e agradar ao novo inquilino “yankee” na (ainda nossa?!) Amazônia Legal;

– atrelamento militar automático do Brasil como aliado preferencial extra OTAN de “Tio Sam”, outro desatino de quem faz questão de ignorar o descarado abandono, em plena Guerra das Malvinas, de um país irmão da SULAMÉRICA, jogando o “TIAR” para o alto em favor de um aliado europeu imperialista, de língua inglesa, desta mesma organização.

– proferição de sandices sem pé nem cabeça, tais como: impropérios e grosserias gratuitas; ameaças públicas a ministros, sem ou com farda; demissões que, ao invés de rotineiras, ganharam foros de “bota fora” sofridos, indigestos, sem nenhum cuidado com a dignidade/cerimônia de cargo que exige, no mínimo, jogo de cintura capaz de impressionar pelo exercício sereno da autoridade, na justa medida que se espera de um chefe de poder executivo.

– o ‘pouco caso” do presidente, sem nenhum comentário de desagravo em favor do  GSI, como só em ser em situações semelhantes, com relação ao imbróglio criado por entorpecente descoberto no FORÇA AÉREA 1, instigado pelo filhote chamado de NÚMERO 2, que é apoiado posteriormente pelo mano Eduardo, aliás um “AHUE, por coincidência, contra o próprio GSI que, sem responder ao seu detrator (?), é defendido por outro general em nome da camaradagem tradicional que une “irmão em armas”;

– como se não bastasse, resolve passar borracha na aura até então evidenciada e que ainda restava de moralidade com a administração pública, advogando nomeação de “filhote”, não capacitado, sem nenhum verniz de formação diplomática, para o segundo cargo de maior relevância para graduados no famoso (reconhecido inclusive mesmo fora do País) Instituto Rio Branco, uma instituição que só faculta acesso aos de nível universitário, e isto somente após aprovação em bateria de exames que dura em torno de “5 a 6″‘ meses;

 – mas, o festival de sandices não cessa: ilações descabidas sobre “trabalho infantil”; quem disser que no Brasil se passa fome está mentindodaqueles governadores de paraíba, o pior é o do Maranhão; chama injusta e idiotamente, de “melancia”, ao general que se tornou o paladino inconteste na defesa dos militares quando da famigerada Comissão da “Inverdade”; convida ex-vice presidente dos EUA para exploração conjunta da Amazônia; ofende os maranhenses; humilha oficiais-generais, cuspindo no preto verde-oliva que comeu; procrastina, politizando, vacinas em desenvolvimento; banaliza mortes de brasileiros; canta vitória em cima de falecido e, como se não bastasse, ainda dá uma de fraco e abusado, ameaçando com pólvora os EUA.

Que Deus nos acuda! Quanta tolice! Aos seus algozes da GLOBOLIXO é sempre oferecido um banquete para a oposição sentar o porrete! Quanta gente indignada com o engodo de moralidade que, espalhafatosamente, seu candidato, vencedor nas últimas eleições para a mais alta magistratura do País, pregava para meio mundo em sua campanha, moralidade que foi inapelável e lamentavelmente lançada no espaço sideral, decepcionando muita gente boa, crédula e desesperadamente esperançosa. Que não se duvide, a continuar a sequência de desatinos, sua candidatura precoce à reeleição vai para o brejo em muito pouco tempo.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva
Coronel de infantaria e Estado-Maior

REVISTA SOCIEDADE MILITAR

Obs: Os artigos publicados com assinatura não traduzem necessariamente a opinião da Revista Sociedade Militar. Sua publicação tem a intenção de estimular o debate sobre o quotidiano militar/político/social e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo.

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