Forças Armadas

A RAPA DO TACHO NO ALMOÇO COM AS ESTRELAS/2020

Dia 09 de dezembro, o presidente, comandante-em-chefe das FFAA, almoça com seu alto comando. Parece que estou vendo, um coquetel de abertura, oficiais-generais em meio ao buffet sussurrando ressabiados pelo engolido “à fórceps” por companheiros, aqueles que agora viraram “carta fora do baralho”. Sim, os alvejados militares de escol que foram preteridos quando dos imbróglios maquinados por uma prole presidencial inconsequente, rebentos que, volta e meia, estão a confabular com um “bruxo ideólogo” de forma a indispor o supremo mandatário com os militares de sua alta assessoria.

Como não podia deixar de ser, os que não contam mais, aqueles que foram postos de lado, ah, esses ficaram de fora. Tanto melhor deve pensar o presidente em meio ao caviar! Afinal de contas, essa estória de “manda quem pode, obedece quem precisa” já vai sendo admitida sem muitas tergiversações e “em time que está ganhando a gente não meche”. Um e outro, já subjugados, aqueles absolutamente indiferentes ao desgaste das “Desarmadas Forças”, só desejam que “LA NAVE VA” e que a “esclerosada reserva raivosa” peça desculpas pelo tresloucado posicionamento de repúdio aos desatinos perpetrados por um governante desgovernado, investigado, suspeito e insensível ao sofrimento de brasileiros desorientados, desalentados e sacrificados por uma ocasional “gripezinha mau curada”.

Mas eis que os convidados se dirigem para suas mesas, as estrelas refulgindo o constrangimento e as suspeitas, as medalhas resplandecendo algumas dezenas de tempo de serviço O sobrecenho daqueles profissionais “estrelados”, porém, que não se duvide, está mais sobrecarregado do que no ano passado. Corrói sobremodo os generais-de-exército o fato da constante/permanente incapacidade dos sistemas operacionais das grandes unidades/brigadas da Força Terrestre; incomoda a realidade de uma governança que não disponibiliza recursos para equipar sua artilharia de foguetes e mísseis com vetores balísticos condizentes e capazes de dissuadir aos “grandes predadores militares” que, hoje, mais do que nunca, ameaçam colocar por terra o legado maior do Duque de Caxias, qual seja, o da integridade do território nacional.

Almirantes, generais e brigadeiros, todos de “quatro estrelas”, que patético, se entreolhando preocupados. Nas comissões do congresso apenas mendigam, não exigem as providências para a dotação de meios defensivos dissuasórios, máxime em termos de poder de fogo, estes de vital importância para equipar suas forças no mais curto prazo, cientes que estão de que, no momento presente, nosso aparato militar não representa absolutamente nada para enfrentar, quiçá dissuadir, ameaças tiranicamente reais por parte dos inquilinos permanentes do CS/ONU. sobremodo e particularmente, em face à grande região norte e a Amazônia Azul.

Parece que estou a ouvir durante o repasto a conversa sobre o que está rolando na INTERNET, volta e meia com pedidos de explicação da parte de militares da reserva, mas, também, de civis. Um zumzum à boca menor mas que é audível por um Ministro da Defesa desconfiado, até agora estranhamente calado, sem ter apresentado nenhuma diretriz concreta, eficiente, de clarividente e reconhecia eficácia para o alcance do tão almejado “estágio de dissuasão extrarregional”. A propósito, será que o presidente estaria sendo alertado na “mesa da santa ceia”, por quem de direito e dever, de que a bravata dirigida a Joe Biden entrou por um ouvido e saiu pelo outro. Sim, porque seria acreditar ainda e muito em Papai Noel! O presidente, com certeza, se engasgaria entre uma garfada e outra se lhe segredassem ao pé do ouvido: que suas FFAA vão ficar “no mato sem cachorro” se os grandes “mercadores da morte” fecharem as torneiras da munição, que seja dito, aquela sua pólvora que ainda compramos no exterior. Com certeza seria provocada uma indigestão!

No contexto do desgaste da Força Terrestre, generais desnorteados, ainda alarmados pela falácia presidencial à boca pequena comentam, entre outras guloseimas, o descabido convite feito a um ex-vice-presidente de “TIO SAM” para uma exploração conjunta da Amazônia pelos dois países. Engasgue-se com um caroço desses!

Parece que estou vendo o momento da sobremesa. Entre um docinho e outro não houve como fugir da dura realidade: a calda adocicada se misturou ao fel do vil despreparo de nossas Instituições desarmadas, Forças irmãs na fragilidade, na incapacidade e no temor de não lograrem cumprir a contento com a sua missão maior de defesa da Pátria. Que não se duvide! Sim, conjeturaram: que ainda se vai testemunhar, em futuro não muito distante, uma rendição ao inimigo todo poderoso; que, em nome da tão invocada “disciplina”, devem engolir sem remorso o cenário de infortúnios que se descortina em negros horizontes, máxime para os nossos filhos e netos que usam uniformes!

Por fim, não se pode deixar de imaginar o “papo no cafezinho”, aquele sorver amargo, servido com a cobertura insossa do tom das ameaças feitas pelo presidente eleito dos EUA e por Emmanuel Macron em face da imagem predatória repassada com destemperança pela atual governança no trato das momentosas e recorrentes questões ambientais. Irmãos em armas, que se diga: até sobejas provas em contrário, seria válido instituir uma loteria, porque não dizer, um “bolão” de apostas: quem vai declarar o “mea culpa” do Ministério da Defesa, pelo fato das Instituições Militares do País permanecerem incapazes de cumprir a missão maior que lhes é conferida pelos brasileiros, de defesa da Pátria e manutenção incólume da sua soberania plena? Brasileiros, arrisquem seus palpites, será um general-de-exército, um almirante-de-esquadra ou um tenente -brigadeiro? Quem viver verá!

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

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Publicado por
Sociedade Militar