Forças Armadas

COMO DISSUADIR PARA NÃO LUTAR

Na posição de sentido e com a mão na pala, mas o Ministério, até agora, da “Indefesa”‘ precisa mostrar ao que veio, articulando uma artilharia de foguetes e mísseis com vetores balísticos de cruzeiro com alcance de 1500/2500 km, sem limite de carga, de forma a dissuadir para não lutar, confrontando aos nossos mais do que prováveis, já declarados e poderosos oponentes, todos encastelados de forma permanente no CS/ONU. Aos acomodados que se limitam a criticar ao invés de chamarem à razão aos que, por dever e direito, precisam providenciar uma chance de vitória para nossos filhos e netos que usam uniformes, enfatizo: – ” É desperdício não conhecer o pensamento pessoal de profissionais da reserva em quem a Nação investiu mais de trinta anos em preparação contínua. Projetos de defesa nacional, por sua relevância, não devem ficar subordinados a interpretações retrógradas do que sejam hierarquia e disciplina intelectual, sendo por demais importante se valer da experiência e da cultura profissional de antigos e reconhecidos instrutores das escolas militares de formação, aperfeiçoamento e comando e estado-maior (Artigo 18 do “Código de Honra Quatro Estrelas”). Em sendo assim, alerto quanto à urgência e emergência da articulação do cinturão defensivo alado como o visualizado/sugerido nos moldes da proposta em seguimento.

PRIMEIRO SETOR: TABATINGA/AM – SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA/AM, confrontando com prioridade o arco noroeste amazônico, bate a América Central

-Distância em linha reta: 557 km; extremos: a bateria de TABATINGA e outra em SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA; recobrimento do setor pelas baterias: total

SEGUNDO SETOR: SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA/AM – BOA VISTA/RR, confrontando com prioridade o arco norte amazônico, bate também o Mar do Caribe

– Distância em linha reta: 784 km; extremos: a bateria de SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA e outra em BOA VISTA; recobrimento do setor pelas baterias: total

TERCEIRO SETOR: BOA VISTA/RR – MACAPÁ/AP, complementando o arco norte amazônico, bate também a foz do Rio AMAZONAS e o Mar do CARIBE

– Distância em linha reta: 1112 km; extremos: a bateria de BOA VISTA e outra em MACAPÁ; recobrimento do setor pelas baterias: total

QUARTO SETOR: BOA MACAPÁ/AP – BELÉM/PA, complementando o arco norte amazônico, bate para além da foz do Rio Amazonas e o Mar do Caribe

– Distância em linha reta: 330 km; extremos: a bateria de MACAPÁ e outra em BELÉM; recobrimento do setor pelas baterias: total

QUINTO SETOR: BELÉM/PA- SÃO LUÍS/MA, confrontando para além da foz do Rio Amazonas, bate o acesso ao Atlântico Sul pelo Mar do Caribe

– Distância em linha reta: 483 km; extremos: a bateria de BELÉM e a outra em SÃO LUÍS; recobrimento do setor pelas baterias: total

SEXTO SETOR: SÃO LUÍS/MA – FORTALEZA/CE, bate  toda a extensão do acesso ao Atlântico Sul e o além mar do saliente nordestino

– Distância em linha reta: 651 km; extremos: a bateria de SÃO LUÍS e a outra em FORTALEZA; recobrimento do setor pelas baterias: total

SÉTIMO SETOR: FORTALEZA/CE _ NATAL/RN, bate com prioridade toda a extensão do além mar ao saliente nordestino

– Distância em linha reta: 436 km; extremos: a bateria de FORTALEZA e a outra em NATAL; recobrimento do setor pelas baterias: total

OITAVO SETOR: NATAL/RN- ARACAJÚ/SE, bate com prioridade toda a extensão do além mar do saliente nordestino

– Distância em linha reta: 605 km; extremos: a bateria de NATAL e a outra em ARACAJÚ; recobrimento do setor pelas baterias: total

NONO SETOR: ARACAJÚ/SE-SALVADOR/BA, bate o além mar do saliente nordestino e os contrafortes da bacia do pré sal

– Distância em linha reta: 278 km; extremos: a bateria de ARACAJÚ e a outra em SALVADOR; recobrimento do setor pelas baterias: total

DÉCIMO SETOR: SALVADOR/BA – VITÓRIA/ES, confrontando com prioridade a bacia do pré sal

– Distância em linha reta: 839 km; extremos: a bateria de SALVADOR e a outra em VITÓRIA; recobrimento do setor pelas baterias: total

DÉCIMO PRIMEIRO SETOR: VITÓRIA/ES – RIO DE JANEIRO/RJ, confrontando com prioridade a bacia do pré sal

– Distância em linha reta: 416 km; extremos: a bateria de SALVADOR e a outra em VITÓRIA; recobrimento do setor pelas baterias: total

DÉCIMO SEGUNDO SETOR: RIO DE JANEIRO/RJ- SANTOS/SP, confrontando com prioridade a bacia do pré sal

– Distância em linha reta: 340 km; extremos: a bateria do RIO DE JANEIRO e a outra em SANTOS; recobrimento do setor pelas baterias: total

DÉCIMO TERCEIRO SETOR: SANTOS/SP – FLORIANÓPOLIS/SC, confrontando com prioridade o litoral/costa sul

– Distância em linha reta: 461 km; extremos: a bateria em SANTOS e outra em FLORIANÓPOLIS; recobrimento do setor pelas baterias: total

DÉCIMO QUARTO SETOR: FLORIANÓPOLIS/SC – RIO GRANDE/RS, confrontando o litoral/costa sul

– Distância em linha reta: 601 km; extremos: a bateria em FLORIANÓPOLIS e a outra em RIO GRANDE; recobrimento do setor pelas baterias: total

OBSERVAÇÕES:

_ OS “14” setores importam na mobilização de “15” baterias, estas que, dotadas de “15” VPTF, vão impor a montagem de “225” (15 baterias X 15 viaturas), bem menos do que as “2044” VBTP Guarany previstas, viaturas com potencial de fogo sem nenhum significado para o planejamento e alcance do, mais do que vital, estágio de dissuasão extrarregional.

_ O recobrimento total entre os setores é obtido na medida em que as distâncias em linha reta, entre seus extremos, são menores do que o alcance do VDR 1500/2500 KM, vetor que precisa ter seu desenvolvimento priorizado para ontem, substituindo o AVM-300 Km, este tiranicamente limitado em alcance/carga, sem nenhum efeito dissuasório extrarregional.

_ As baterias (embrionárias de futuros grupos) precisariam ser estacionadas/sediadas/aquarteladas, no mais curto prazo, em OM existentes nas localidades previstas, ficando subordinadas administrativamente às mesmas, devendo, quando instaladas, iniciarem de pronto o adestramento na ocupação das suas zonas de posição principal, de muda e suplementares, tendo em vista a contrabateria que o inimigo vai desencadear após nossos primeiros disparos.  Considerar que o meio de campo, entre TABATINGA/AM E RIO GRANDE/RS, seria coberto pelos dois grupos de artilharia de foguetes e mísseis aquartelados em BRASÍLIA/DF, fechando o círculo da defesa vetorial alada do território brasileiro.

_ As baterias que protegem o arco norte amazônico (TABATINGA/SÃO GABRIEL DA CACHOEIRA/BOA VISTA/MACAPÁ/BELÉM) deveriam ser priorizadas, seguindo-se as defrontantes da bacia do pré-sal (VITÓRIA/RIO DE JANEIRO/SANTOS); as adjacentes aos setores prioritários teriam prioridade “2”; as demais teriam prioridade “3” para o recebimento da pletora de meios ASTROS II. As 15 baterias poderiam ser agrupadas em “5” grupos a “3” subunidades cada, estes que seriam subordinados operacionalmente a um comando geral de artilharia de foguetes e mísseis, grande comando que enquadraria, também, os grupos/GAFM sediados em FORMOSA/GO.

_ Nesta proposta verifica-se o recobrimento/sobreposição total em todos os setores de tiro, obtendo-se alcance no mínimo 5 (cinco) vezes maior ao do AVM-300 km, mantendo-se distância segura do “branco dos olhos do inimigo”, alvejando o oponente ainda bem distante da linha de fronteiras e do litoral/costa, em toda a extensão destas lonjuras, como só pode fazer a “poderosa” arma de artilharia, quando no cumprimento nobre de sua missão de apoio precípua.

– Essas ações/providências de “ordem preparatória”, em absoluto, não dependem da disponibilidade do VDR-1500/2500 km. Este que precisa ser desenvolvido pela AVIBRAS o quanto antes, para ontem, sob pena de ficarmos “ao Deus dará” mais dia menos dia face aos inimigos poderosos que, com certeza, vão nos confrontar. Esta etapa, que se diga, é apenas a inicial, devendo ser dito que ela, em absoluto, não prescinde da evolução, gradativa com o passar do tempo, das baterias em grupos em todas as localidades previstas/visualizadas.

_ Que não se duvide, para a dissuasão extrarregional, uma bateria ASTROS II-1500/2500 Km representa muito mais do que uma Companhia de Fuzileiros Mecanizada ou um Esquadrão CC, sendo de máxima prioridade a fabricação deste material de artilharia antes do de qualquer viatura blindada de transporte de pessoal ou carro de combate, sob pena de se continuar chafurdando na MESMICE “ad aeternum”. Desta forma, não há como fugir deste desiderato claro, indiscutível e insofismável: – “Para a dissuasão extrarregional, no caso do Brasil, a arma decisiva é a artilharia”. Para quem ainda não aceita o fato, deve ser dito: – “Não adianta tapar o sol com a peneira, o pior cego é aquele que não quer ver”.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva / Coronel de infantaria e Estado-Maior

Revista Sociedade Militar

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