Geopolítica

OS BATELÕES DE BRINQUEDO DO ALTO COMANDO NAVAL

… Perigo! As fragatas francesas LA FAYETTE, SURCOUF, COURBET, ACONIT e GUÉPRATTE singram agressivas o Atlântico Sul, todas armadas com vetores balísticos de cruzeiro capazes de bater além dos 1000 KM. E daí? Como os nossos heróicos escoltas da MB vão fazer frente ao inimigo com os rojões joaninos/70 km?


Os primeiros são os navios de escolta, destemidos mas desarmados. Tanto as “7” fragatas e as “3” corvetas que, se imagina, estejam ainda operativas, assim como as  “4/5” corvetas previstas no Programa Classe Tamandaré, por que compará-las a batelões? Para que se tenha uma idéia, tanto as que estão disponíveis, assim como as que vão ser construídas, não estão/estarão aptas a cumprir a missão de defesa da Pátria, na medida em que sua armaria não contempla/contemplará as belonaves com vetores balísticos de cruzeiro capazes de garantir o Atlântico Sul, este que deveria ser o MARE NOSTRUM brasileiro, contra as incursões das grandes potências navais extrarregionais, justo aquelas em condições de nos ameaçar mais menos dias.

É se se perguntar, como o alto comando naval pretende dissuadir estes poderosos oponentes, todos dispondo de vetores balísticos com alcance superior a 1000 Km, apenas com: canhões VICKERS de114mm; canhões OERLIKON 20MM; canhões antiaéreos BOFORS de 40 mm; mísseis antinavio superfície-superfície EXOCET ou MANSUP, limitados a 70 km de alcance; mísseis superfície-ar ASPIDE; lançadores triplos de mísseis antiaéreos de defesa de ponto SEACAT; lançadores de foguetes SCHERMULLY; lançador de mísseis anti submarinos IKARA; morteiros duplos de foguetes SR-BOROC de 37 mm; lançadores triplos STWSMk1 de torpedos A/S de 324 mm; lançadores de torpedos MK-46; lançadores sêxtuplos de mísseis antiaéreos de defesa de ponto Sea Wolf GWS 25; metralhadoras BMARC-OERLIKON GAM BO1 de 20 mm; lançadores de torpedos anti-submarinos Mk.32(3) – 6 x Alliant Techsystems MK-46 mod.5? Faz-se necessário perceber: a inutilidade de uma armaria complementar, para o combate naval da atualidade, esta que só seria utilizada desde que dentro do seu alcance útil; o armamento não dota todas as belonaves de escolta de maneira uniforme, existindo em algumas e faltando em outras.

Atenção! Alerta! Perigo! As fragatas francesas LA FAYETTE, SURCOUF, COURBET, ACONIT e GUÉPRATTE singram agressivas o Atlântico Sul, todas armadas com vetores balísticos de cruzeiro capazes de bater além dos 1000 KM. E daí? Como os nossos heróicos escoltas da MB vão fazer frente ao inimigo com os rojões joaninos/70 km? De que vai adiantar a copiosa armaria complementar sem condições para bater no afastado oponente gaulês? Na posição de sentido e com a mão na pala, é a pergunta que aturdidos brasileiros fazem ao seu alto comando naval.

Em seguida são os “YELLOW SUBMARINES” do PROSUB, agressivos mas sem presas. A diferença do nosso nuclear em relação aos convencionais é que ele poderá ficar muito mais tempo submerso e praticamente indetectável, até durante meses. Só precisa ir à superfície para renovar o estoque de comida dos marinheiros, pois tem combustível e sistema de purificação de ar praticamente ilimitados. A supervalorização desta capacidade, que seja dito, não corresponde à expectativa no espectro dissuasório.

A MB lançou ao mar no ano passado, em Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, o primeiro de uma série de cinco submarinos construídos com tecnologia francesa, um deles será movido a energia nuclear. Com 72 m de comprimento e pesando 18 mil toneladas, o S-40 Riachuelo transporta 35 marinheiros em missões que podem durar até mais de 70 dias seguidos. O submarino também comporta torpedos e mísseis e pode espalhar minas navais no caminho de embarcações. Até aí tudo bem. O Brasil já possui outros cinco submarinos, das classes Tupi e Tikuna, que usam tecnologia de origem alemã. São mais leves e cerca de 10 m menores que a classe Riachuelo, o que lhes dá menor autonomia no mar (cerca de 50 dias). A MB não divulga, porém, informações estratégicas como a profundidade máxima que o Riachuelo conseguirá mergulhar assim como sua velocidade máxima exata. a embarcação atinge, segundo a Marinha, mais de 37 km/h. Por que compará-los a “ŸELLOW SUMARINES”?

O alto comando naval, afinal de contas, deseja submergíveis para que? Enfrentamento de forças navais latino americanas? Se for somente para estas, até que estamos bem servidos. Acontece que o almirantado, a esta altura do promenade naval, não pode mais “tapar o sol com a peneira”! Não são os países de língua espanhola que vão botar banca. Não, não vai ser essa “barbada”. Quem vai nos obrigar a levantar ferros são os “grandes bucaneiros navais”. Só que o farão com alguns submergíveis atômicos que não são “banguelas”. O tempo está passando e não se tem nenhuma notícia sobre se armar decentemente nossa fragilíssima, mas não menos destemida flotilha de “10” submarinos. E dizer que o orçamento para a defesa deste ano é de R$ 8,3 bilhões. Será que se vai continuar jogando dinheiro fora pela escotilha? Na posição de sentido e com a mão na pala, mas a valorização de nossa Força Naval não está a merecer um comprometimento maior por parte do almirantado?

Por um acaso nosso nuclear, o ÁLVARO ALBERTO, pelo menos, será capaz de lançar mísseis, convencionais que sejam, na situação de submerso? Ah! Mas em caso de ataque, sua principal tática será parar no fundo do mar e esperar pela passagem de navios inimigos na superfície, para disparar torpedos e mísseis (como?) ou espalhar minas navais no caminho das embarcações. Além disso, ele pode ficar muito mais tempo submerso e praticamente indetectável, até durante meses, só precisando ir à superfície para renovar o estoque de comida dos marinheiros, pois tem combustível e sistema de purificação de ar praticamente ilimitados. Ë de se perguntar, não está na hora de dotá-los com artefatos termobáricos, aqueles que estão sendo desenvolvidos pela FAB? Ou estamos com medo de desagradar os todo poderosos signatários do “TNP”? Com a palavra o Ministério da Indefesa. Enfim, que seja dito, com “batelões e YELLOW SUBMARINES”, sem nenhum efeito dissuasório, não se vai defender a costa brasileira e as instalações petrolíferas do pré-sal contra eventuais ataques de belonave de grande porte, se desencadeados pelas forças navais dos “grandes predadores militares”.

Fontes:https://www.gazetadopovo.com.br/republica/prosub-submarinos-rumo-programa-tecnologia-militar-brasil/; Copyright © 2021, Gazeta do Povo.

Imagem / fonte: https://pxhere.com/en/photo/704265

Paulo Ricardo da Rocha Paiva – Coronel de Infantaria e Estado-Maior
Revista Sociedade Militar

Revista Sociedade Militar não necessariamente concorda com as opiniões expressas em artigos de colaboradores, a publicação visa enriquecer o debate e expor as diversas visões em torno dos diversos temas tratados pela revista online

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