Forças Armadas

Quem os MILITARES vão apoiar em 2022. Temores e possíveis consequências para as Forças Armadas caso o PT retorne ao governo

A maior parte dos oficiais generais das três Forças Armadas em atividade alcançaram o “generalato” durante o governo Lula e Dilma.

Alguns desses militares, mesmo na ativa, proferiram palavras duras contra o governo DILMA ROUSSEFF e em seguida ingressaram de peito aberto, junto com companheiros da reserva, em uma campanha bastante intensa para que JAIR BOLSONARO fosse eleito presidente do Brasil.

O atual vice-presidente é um dos oficiais que quando estavam na ativa criticaram duramente a então presidente Dilma. Políticos de esquerda cobraram do Exército uma punição, mas ela não veio e o oficial general acabou alcançando cargo de maior expressão. Mourão ainda na ativa assumiu a Secretaria de Finanças da força terrestre.

Como se percebeu nos tuites do general Villas boas, construídos pela cúpula do Exército, as Forças Armadas tentaram de fato influir no curso da política brasileira pouco antes das eleições de 2018.

Veja: PUNIÇÃO do GENERAL MOURÃO – Já tentaram uma vez. Veja cópia de documento

– convencer a população de que a esquerda tinha a intenção de transformar o país em um caos generalizado e que uma das consequências desejadas seria facilitar a criação da chamada pátria grande, sob o comando do Foro de São Paulo.

– mostrar a sociedade que o Partido dos Trabalhadores é comandado por políticos corruptos que desejam se perpetuar no poder ao mesmo tempo em que enriquecem a custa do empobrecimento da população.

Não se pode esquecer que em eleições anteriores o CLUBE MILITAR direcionou seus associados a apoiar AÉCIO NEVES, considerado pela direção da instituição o candidato “menos pior” para disputar contra DILMA ROUSSEFF.

Lula, PT, Ciro Gomes e o pleito de 2022

Às vésperas de ano eleitoral tudo indica que o PT retornará a disputa. O partido tentará, depois de “fortificar” o discurso de fraude processual, golpe etc., unificar a esquerda ao redor do nome de Lula. Alguns já vislumbram a possibilidade de que Luis Inácio tenha como seu vice, Ciro Gomes, um dos principais nomes do pleito passado.

Ciro Gomes, por sua vez, tem divulgado falas direcionadas às camadas baixas e médias das Forças Armadas. Durante todo o ano de 2019, durante a tramitação do projeto de Reestruturação das Carreiras, o pedetista disse que só a Cúpula, os generais, estariam se beneficiando com as ações de Jair Bolsonaro.

Parlamentares do PDT, PSOL e PT apoiaram militares graduados que lutavam contra privilégios para os generais durante a tramitação da REESTRUTURAÇÃO DAS CARREIRAS.

O próprio PT divulgou textos nessa mesma linha, o que mostra que não só o Partido dos Trabalhadores, mas a esquerda como um todo pode tentar cooptar as camadas médias e baixas das Forças Armadas ainda nesse período pré-eleitoral.

Já há pretensos-candidatos militares para deputado federal em vários estados adotando discurso anti-bolsonarista com base nos prejuízos que a reestruturação das Carreiras e Salários (Lei 13.954/2019) trouxe para grande parte dos militares e pensionistas.

Falam muito também no “cabide de emprego” para generais em que teria se transformado Jair Bolsonaro.

Entre a alta cúpula impera sim certa apreensão. Jair Bolsonaro é tratado como “um de nós” e de forma franca faz política usando o nome das FA, tendo ministros que inclusive são oficiais ainda na ativa, como Eduardo Pazzuelo. Isso acabou dando a impressão de que as instituições militares deixaram de ser instituições de estado, se transformando em uma extensão do governo Bolsonaro.

De fato, desde o início desse governo que as Forças Armadas não deixam de ser citadas quase que diariamente nas páginas dos grandes jornais, contrariando o que Villas Bôas relatou em seu livro sobre o protagonismo dos militares no que diz respeito a ser responsáveis por crises.

“… desde a redemocratização, o Exército não foi responsável por nenhum problema para o país, por mínimo que seja … “

O próprio general foi o responsável por um tuite que para muitos mudou o destino do Brasil, no que diz respeito a uma demanda que poderia ter permitido que Lula fosse o adversário de Bolsonaro nas eleições passadas. Sobre a postagem ele diz que nesse momento o exército passou bem perto de extrapolar as suas funções.

“… a consciência de estarmos realmente tangenciando o limite da responsabilidade institucional do Exército… não se tratou de ameaça, mas, sim, de um alerta… ”

Bem recentemente o Ministério da Defesa inaugurou uma seção de comunicação social, um dos motivos óbvios é dissipar rapidamente crises causadas por membros das forças armadas junto ao governo.

Militares, oficiais e praças, diuturnamente se confraternizam com o presidente da república como se fossem amigos íntimos e isso vai contra conselhos há muito ouvidos na caserna, que dizem que MILITAR E POLÍTICA NÃO SE MISTURAM.

Na visão de vários militares a coisa somente ainda não se tornou um tanto pior porque o presidente atualmente não tem partido, se assim fosse as FA seriam inevitavelmente associadas ao partido A ou B.  

Questionamos militares da ativa e reserva sobre o assunto e sobre possíveis consequências de uma eleição de Lula em 2022

 “o Alto Comando do Exército Brasileiro e parte dos generais de divisão deveria renunciar… ”

Um militar ouvido pela REVISTA disse que: depois do que o general Villas Bôas revelou, se Bolsonaro perder as próximas eleições…

 “… todo o Alto Comando do Exército Brasileiro e parte dos generais de divisão deveria renunciar para a própria proteção da Força terrestre, que sofrerá represálias salariais e materiais que inevitavelmente virão do novo presidente da república. Alguém acha que Lula confiaria em homens que lutaram para que não conseguisse sequer se candidatar? Primeira dificuldade deve ser salarial e quem tende a mais sofrer são as camadas médias e baixas… a não ser que se aliem à esquerda nas eleições, mas isso não tende a ocorrer ”

Outro militar, na reserva remunerada e com bom trânsito no Congresso Nacional, disse que:

“… Lula vai se blindar um pouco… Mas quem manda estará do lado dele. A amizade, no caso deles, geralmente esta do lado do poder. Muitos generais que estão na ativa hoje foram promovidos durante o governo Lula, Dilma… então, eles vão estar lá, com certeza vão oferecer lealdade e em troca vão ser agraciados… eu não acho que terá revanchismo, mas ele vai se precaver mais.”

Outras respostas

“ … isso é jogada ensaiada, as próprias FA vão dar fim no Bolsonaro”

“… espero que sim (represálias), mas que seja seletiva, exatamente do jeito que o Bolsonaro fez”

“… Não acho que o Lula vai ganhar, mas se acontecer certamente haverá represália, ele vai mandar trocar a cúpula do Exército.”

Robson Augusto – Revista Sociedade Militar

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Sociedade Militar