Por menos que no Brasil se fale sobre esse assunto, uma verificação rápida em sites de comércio online mostra que, assim como ocorre com os sistemas de segurança residencial e proteção patrimonial, o comércio oficial e paralelo de equipamentos de investigação como escutas ambientais, minigravadores, detectores de escuta, microfone parabólico, gravador espião, rastreadores, micro câmeras etc., está em alta em quase todas as partes do mundo.
A coisa chama a atenção também porque há no mercado internacional, aparentemente sem qualquer tipo de controle, equipamentos de altíssima complexidade, capazes não só de de vasculhar aparelhos telefônicos, mas também de burlar aplicativos de mensagem e até vasculhar a nuvem, onde todo mundo hoje guarda seus dados.
Ao contrário do que pode-se acreditar e até do que diz a grande mídia não são só as agências de segurança pública e instituições ligadas às Forças Armadas que têm condições de adquirir equipamentos de altíssima tecnologia como o Universal Forensic Extraction Device (Dispositivo Forense Universal de Extração), conhecido como UFED.
O UFED, foi usado recentemente para auxiliar a desvendar o caso Henry no Rio de Janeiro.
O whatsapp é um aplicativo complicado no que diz respeito à recuperação de mensagens por via judicial, para acessar os servidores da empresa normalmente se precisa mais do que a autorização de um juiz ou desembargador.
O UFED CELEBRITE, a depender do aparelho que se pretende vasculhar, pode resolver o problema muito rapidamente.
O UFED é vendido pela empresa Cellebrite por cerca de 6 mil dólares. Para adquiri-lo de forma oficial é necessário se cadastrar no site da empresa, uma das primeiras questões colocadas para o atendimento é a verificação da atividade, é preciso ser militar, policial ou atuar em inteligência corporativa.
Se você estiver interessado na extração de dados digitais a empresa vai te oferecer algumas opções, começando pelo UFED. Todavia, há equipamentos para rastrear a nuvem, para facilitar rastreamento e seleção de fotografias e dados específicos etc.
O equipamento é definido pela empresa da seguinte forma:
“capaz de burlar os bloqueios mais difíceis para extrair provas com mais velocidade e precisão. O UFED Ultimate permite acessar a mais ampla variedade de dispositivos móveis, aplicativos e plataformas de rede social de domínio público para produzir insights significativos rapidamente.”
O UFED tem capacidade de acessar dados de dispositivos digitais com bloqueios de criptografia, conteúdo excluído de hds etc. O equipamento tem suporte para vasculhar mais de 31 mil perfis de dispositivos e tem ampla cobertura de dispositivos dos principais fornecedores de Android e da Apple. A Cellebrite, segundo a própria empresa, poderia ter fornecido seu equipamento para o FBI, e assim feito a agência economizar cerca de 900 mil dólares que pagou para uma empresa criar um software para vasculhar um iphone de propriedade de um terrorista.
O UFED tem como uma de suas principais características a fácil operacionalidade, com isso pode ser operado pelo pessoal que normalmente está no front, não requer um alto nível de sofisticação técnica justamente para que possa fornecer respostas rápidas as demandas forenses.
Apesar de possuir um alto custo de aquisição quando novo, o mercado hoje está abarrotado de UFEDs usados a venda. Os equipamentos podem ser adquiridos por valores menores que 1 mil reais no ebay, com entrega na casa do seu amigo lá nos estados Unidos ou talvez até no Brasil, já que a empresa hoje envia produtos pra cá.
A Amazon vende um manual com instruções sobre a exatidão dos dados coletados pelo UFED, o link para aquisição é esse Test Results for Mobile Device Data Acquisition Tool: CelleBrite UFED Logical Analyzer 1.1.8.6
Usuários de todo o planeta podem oferecer seus lances e comprar direto um UFED usado da Cellebrite, o equipamento é oferecido no Ebay por leilão com lance inicial de R$ 228,00. Outros equipamentos do tipo foram encontrados a venda, com preços um pouco maiores, para qualquer um que deseja comprar em países como Inglaterra, França e Estados Unidos.
Na próxima semana mais um ARTIGO sobre equipamentos de “espionagem”
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