Segundo a revista norte americana TIME, governadores e líderes ambientalistas brasileiros estariam tentando dissuadir ou no mínimo influir em condições dos possíveis acordos ambientais a ser celebrados entre o presidente Joe Biden e seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro.
Alegam que Bolsonaro não seria confiável e alguns sugerem que os acordos – caso realizados – incluam os governadores como uma espécie de intermediários, com poder de fiscalização e até de administração sobre os recursos porventura recebidos.
Flavio Dino, governador do Maranhão, é um dos que quer ter direito de gestão sobre os recursos.
“… Infelizmente, o governo federal não mantém um diálogo com os estados sobre questões-chave – não existe um processo normal de consultas internas em que o governo federal fala com os estados e depois faz cooperação internacional. É por isso que precisamos ser incluídos também. ” (Flávio Dino)
Diz a TIME
“Governadores estaduais, líderes indígenas e grupos ambientalistas no Brasil estão enviando um forte aviso ao presidente Joe Biden para não confiar em seu homólogo brasileiro Jair Bolsonaro, enquanto os EUA tentam chegar a um acordo com o líder de extrema direita para acabar com o desmatamento na Amazônia.”
Membros do governo brasileiro tentam acordos com o norte americanos e a questão envolveria inclusive metas ambientais. Bolsonaro enviou ao presidente dos EUA uma carta com 7 páginas em 14 de abril, onde se comprometeu em até 2030 eliminar o desmatamento ilegal – que é responsável por cerca de 95% da destruição de florestas no Brasil.
Para a revista TIME o governador João Doria, do estado de São Paulo disse o seguinte:
“Bolsonaro demonstrou total desrespeito pela agenda ambiental e não fez nada que sugerisse que tivesse qualquer intenção de mudar seu comportamento.”
Doria é um dos 23 governadores de estado (de um total de 27) que planejam enviar uma carta a Biden durante a cúpula. Sem mencionar o Bolsonaro ou o governo federal, a carta , que já foi divulgada, traça uma potencial parceria entre o governo dos Estados Unidos e os estados brasileiros para proteger a Amazônia e outros ecossistemas brasileiros de importância ecológica. Assinala que os estados têm “fundos e mecanismos… disponíveis para o uso seguro e transparente dos fundos internacionais, garantindo resultados rápidos e verificáveis”.
Analistas internacionais, segundo a revista, acreditam que esse momento em que Bolsonaro estaria politicamente abalado por questões relacionadas ao gerenciamento da pandemia é bom para a realização de acordos e estabelecimento de metas ousadas.
“Apesar dos riscos, agora pode ser a melhor chance de Biden de envolver o governo Bolsonaro no meio ambiente. O presidente brasileiro sofreu graves reveses políticos nos últimos meses, incluindo o manejo incorreto da pandemia COVID-19 – classificada como a pior resposta do governo no mundo pelos Médicos Sem Fronteiras – que agora é objeto de um inquérito no Senado e da reviravolta de acusações de corrupção contra o principal rival eleitoral de 2022, o ex-presidente de esquerda Luís Inácio Lula da Silva.”
O artigo na time pode ser lido em https://time.com/5956519/brazil-biden-climate-change/
Deixe um comentário