Em seu relatório de gestão Ernesto Araújo fala sobre as conquistas durante o período a frente do MRE
Entre todas as menções destacamos a menção à China e repreensões julgadas necessárias contra intromissões do embaixador, aproximação com a OTAN e a referência à mudança de discurso na ONU e outros fóruns internacionais onde, segundo Ernesto Araújo, o Brasil passou a defender “o direito à vida, a liberdade de pensamento e de expressão, a liberdade religiosa, as liberdades democráticas”.
Mantive relações produtivas com a China evitando atritos em torno das questões de Hong Kong, Taiwan e uigures, que hoje opõem a maioria dos países democráticos do mundo à China. Organizei a visita presidencial à China e o recebimento pelo Presidente Bolsonaro da visita do Presidente Xi ao Brasil, com resultados palpáveis para o Brasil. Mantive interlocução fluida com o Chanceler chinês. Jamais surgiu nesse período qualquer problema comercial com a China com raízes políticas, tanto assim que as exportações brasileiras para a China aumentaram em 2019 e 2020. Obtivemos acesso a novos produtos agrícolas no mercado chinês. O Brasil foi – como reconheceram autoridades chinesas – o país do mundo que mais recebeu vacinas e insumos de vacinas contra a Covid fabricados na China.
… em diferentes oportunidades, tive de exigir da Embaixada chinesa em Brasília o respeito ao Brasil e suas leis, após ofensas dirigidas pelo Embaixador da China ao Presidente da República e questionamentos da liberdade de expressão vigente do Brasil, inclusive com ameaças contra cidadãos brasileiros que proferissem ideias consideradas prejudiciais à China – comportamento absolutamente inaceitável por parte de um representante diplomático e pelo qual, em circunstâncias análogas, governos de vários países têm também repreendido, duramente, Embaixadores chineses.
Sob minha gestão à frente do Itamaraty, o Brasil foi eleito para o Conselho de Direitos Humanos da ONU com votação superior à da última eleição desse tipo. Naquele Conselho e em todos os foros, também por minha iniciativa, o Brasil passou a defender abertamente o direito à vida, a liberdade de pensamento e de expressão, a liberdade religiosa, as liberdades democráticas, convicto de que esses elementos fundamentais da dignidade humana (inscritos na Declaração Universal dos Direitos Humanos) não são simplesmente uma “pauta de costumes”.
” Promovi a aproximação do Brasil com a OTAN, elemento potencialmente fundamental para nossa recapacitação na área de defesa e para a projeção de poder, indispensável a um país democrático e soberano das dimensões e responsabilidades do Brasil.”
“Após concluir a negociação de um acordo comercial histórico entre o Mercosul e a União Europeia, cujas negociações não avançavam há 20 anos, dediquei-me intensamente a abrir com os europeus negociações de um instrumento adicional que permita levar à ratificação do Acordo, garantindo sempre o total engajamento do Brasil em cooperar em toda a temática ambiental de interesse mútuo.”
O relatório completo está no site pessoal do ex-chanceler