Forças Armadas

Escudo antimísseis – PORQUE PRIORIZAR MEIOS BALÍSTICOS DE CRUZEIRO AO INVÉS DOS ANTIAÉREOS

Bases dos EUA na América Latina

O Exército foi designado como força líder para aquisição de “escudo antimísseis“, um sistema de artilharia antiaéreo de média altura e médio alcance para as três forças, deve ter, entre outros, os seguintes requisitos: mínimo alcance horizontal de engajamento não superior a 2.000 metros; máximo alcance horizontal de engajamento não inferior a 40.000 metros (40 km); mínimo alcance vertical de engajamento não superior a 50 metros; e máximo alcance vertical de engajamento não inferior a 15.000 metros (15 Km). Em verdade, este escudo não pode ser priorizado antes da condução do processo de obtenção de um Sistema de Artilharia de Foguetes e de Mísseis. Não antecipá-lo seria como “colocar a carroça na frente dos burros”. Sim porque, muito antes de se pensar no fogo antiaéreo batendo aeronaves inimigas por sobre o nosso território, precisamos, pelo menos, procurar alvejá-los em suas próprias bases terrestres e/ou aeródromos, tudo com a finalidade de impedir sua decolagem. Não pensar assim é não ter nenhuma noção sobre “tempo lógico e antecipação do fato”.

Vejamos então as bases dos EUA existentes ao redor de nossas fronteiras terrestres localizadas em países sul americanos: com relação às “2” bases assinaladas no Paraguai, a distância da capital gaúcha até Assunção (824 km) permite inferir que um grupo de ASTROS II em Rio Grande/RS, desde que dotado de com mísseis vdr-1500/2500, possa ameaçar, com real grau de dissuasão, estas instalações “yankees”, podendo causar danos consideráveis em suas estruturas. Que se diga, o Exército precisa levar a sério essas instalações militares extrarregionais e, bem antes de consumada a instalação do grupo/unidade em Rio Grande/RS, fazer deslocar uma bateria de ASTROS II, que seria aquartelada no 6º Grupo de Artilharia de Campanha, sediado naquela cidade, de forma a, no mais curto prazo, disponibilizar um mínimo de meios capazes de intimidação. considerar que, doutrinariamente, um grupo pode enquadrar de três a cinco baterias. Mas por que nesta cidade? Porque dela se pode precaver também, em grande profundidade, com relação às ameaças que por um acaso sejam provenientes do extremo sul do continente (atentar para a base que o então Presidente Magri estaria para ceder aos EUA em Ushuaia na Patagônia).

No seguimento, considerando as bases no semiarco Bolívia (com”2″ bases); Peru (com “4” bases), e as distâncias aéreas Porto Velho – La Paz (977 km) e Porto Velho – Lima (1484 km), é de se pensar que o aquartelamento de um grupo de ASTROS II nas imediações da capital de Rondônia, com material de alcance 1500/2500 km, possa ameaçar, com real grau de dissuasão, estas instalações “yankees”, podendo causar danos consideráveis em suas estruturas. Todavia, bem antes de consumada a criação desta unidade em Porto Velho, no mais curto prazo, é preciso que se desloque para aquela guarnição uma bateria de ASTROS II, que seria embrionária do respectivo grupo, de forma a disponibilizar, no mais curto prazo, um mínimo de meios capazes para intimidação. Atenção! Alerta! Perigo! Não se precaver quanto às bases de “Tio Sam”, neste semiarco, é viabilizar, sem a mínima condição de retaliação, a decolagem de meios aéreos hostis muito bem eixados para Brasília/DF.

Já no semiarco Colômbia/Venezuela/Guianas, os campos de pouso assinalados se inserem no significado ameaçador das suas localizações em países com laços ainda bem fortes com as antigas metrópoles das guianas, estas partícipes da União Europeia/UE, todas integrantes da “OTAN“. Este fato dominante exige o aquartelamento de um grupo de ASTROS II em Boa Vista/RR com material de alcance 2500 km, máxime se atentarmos para o fato de armadas daquela organização que podem, cerrando para o litoral daqueles territórios pelo Mar do Caribe, utilizá-los como excelentes cabeças de ponte para uma intervenção, seja em Roraima seja no Amapá. Para que se tenha uma ideia, se consideradas as distâncias aéreas de Boa Vista/RR: até Bogotá (1548 km), até Caracas (1100 km), até Georgetown (524 km), até Paramaribo (530 km) e até Caiena (956 km), o grupo com material de alcance 2500 km nos permitiria bater inclusive as armadas das grandes potências militares que cerrassem atrevidas para o derrame de meios terrestres em demanda/rumo à nossa calha norte.

 Todavia, bem antes de consumada a instalação desta unidade em Boa Vista/RR, no mais curto prazo, precisa ser aquartelada uma bateria de ASTROS II no 10º GAC de Selva sediado naquela cidade, de forma a disponibilizar um mínimo de meios capazes para intimidação de um provável inimigo que se aproxime do dito semiarco.

Paulo Ricardo da Rocha Paiva / Coronel de infantaria e Estado-Maior

Revista Sociedade Militar

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