Forças Armadas

O coronelismo do século XXI! 99 menções a nomes de coronéis em um só depoimento

Hoje na CPI da COVID, no Senado, as menções a comissionamento, propina e pixuleco só não suplantaram as menções aos “coronéis” da reserva das Forças Armadas Brasileiras. São coronéis que chefiam “institutos” que estimulam pedidos de intervenção militar pelas redes sociais, são coronéis acusados de intermediar contratos de compra de vacina com empresas já consagradas pela participação em falcatruas, inclusive em outros países, outros que estimulariam acordos complicados em nome do Ministério da Saúde com “representantes” sem credenciamento de laboratórios… Enfim, foram 99 menções à palavra coronel.

Ainda não se sabe se esse “espetáculo” tocado por “apresentadores” talvez da mesma laia que aqueles que protagonizam ações de má índole em meio ao caos mundial, terá algum resultado prático e benéfico para o país. Mas, pelo menos nos depoimentos de hoje, com dados aparentemente comprovados por uma perícia no telefone do depoente, senhor CRISTIANO ALBERTO HOSSRI CARVALHO, há indícios de que na negociação entre a empresa Davati e o Ministério da Saúde alguns “peixes graúdos” lotados no Ministério tentaram se aproveitar da pandemia para embolsar dinheiro.

Infelizmente – para as Forças Armadas – que outrora zelavam para manter-se bem afastadas de imbróglios políticos e negociatas escusas, houve 99 menções aos nomes de pelo menos 5 oficiais superiores no último posto da carreira regular.

Os nomes citados foram: Coronel Blanco, Coronel Glaucio Guerra, Coronel Helcio Bruno, Coronel Boechat, Coronel Pires e Coronel Elcio Franco.

Alguns dizem que atitudes de membros das Forças Armadas na reserva e agindo isoladamente pouco poder têm para macular o nome das instituições militares. Todavia, até que ponto pode-se dizer que tantas menções, tantos casos, tantas declarações tortas em um mesmo governo já não extrapolaram o que poder-se-ia chamar de atitudes isoladas?

A legislação que regula o comportamento dos militares tem regras básicas para quem exerce cargo ou atividade de natureza civil na reserva. Entre elas está a proibição do uso das designações hierárquicas, que são os “prenomes” coronel, general, tenente, sargento etc. 

Todavia, ao que parece o status de general ou coronel abre portas e por isso para alguns se torna difícil cumprir a norma. Nos depoimentos de vários inquiridos observa-se que os militares não abrem mão de se apresentar como coronel fulano, tenente coronel cicrano etc.

Estatuto dos Militares: Art. 28. O sentimento do dever, o pundonor militar e o decoro da classe impõem, a cada um dos integrantes das Forças Armadas, conduta moral e profissional irrepreensíveis, com a observância dos seguintes preceitos de ética militar: (…)  XVIII – abster-se, na inatividade, do uso das designações hierárquicas:         a) em atividades político-partidárias;     b) em atividades comerciais;      c) em atividades industriais…       e) no exercício de cargo ou função de natureza civil, mesmo que seja da Administração Pública…

Ao final do depoimento o senador Marco do Val foi bastante feliz em sua colocação, defendendo Bolsonaro.

“pessoas querem assaltar um banco. Contudo, em razão dos procedimentos de segurança e de fiscalização não conseguem e diante desse cenário fictício autoridades tentam imputar a responsabilidade ao “presidente do banco central” pela tentativa de assalto. Aparentemente é isso que está acontecendo nessa CPI, onde tentam imputar responsabilidade ao PRESIDENTE …” Senador Marcos do Val @marcosdocal

Revista Sociedade Militar

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