Forças Armadas

Ato pró-Bolsonaro marcado para 25 de agosto NÃO CONTA com apoio de militares da reserva

Uma reportagem de Chico Alves, do UOL, diz que reservistas das Forças Armadas pretendem se concentrar em Brasília para, no dia 25 de agosto, dia do soldado, realizar ato em apoio ao presidente Bolsonaro. Seria montado um corredor humano do Palácio do Planalto até o comando do Exército Brasileiro.

Diz Chico Alves que o ativista de direita e ex-assessor de Rogéria Bolsonaro, Waldir Ferraz, é quem convoca militares da reserva para apoiar Bolsonaro em Brasília e que há possibilidade de que a multidão conte com mais de 15 mil pessoas.

“um amigo muito próximo de Bolsonaro convocou e cadastrou militares da reserva de todo Brasil que deverão comparecer para demonstrar apoio ao presidente da República…. “

“Agradeço a adesão de todos os reservistas das FFAA (Forças Armadas) que se dispuserem em comparecer (sic) em Brasília no dia 25/08 em apoio ao presidente da República”. W.FERRAZ /  (UOL-CHICO ALVES)

Observando-se o texto nota-se que enquanto Chico Alves usa o termo militares da reserva, o ativista usa o termo RESERVISTAS, que é usado entre militares para designar aqueles cidadãos que fizeram parte do chamado efetivo variável, que serviram às Forças Armadas por meio do serviço militar obrigatório por um ano ou dois, chegando geralmente e no máximo a graduação de cabo, sobre os quais Ferraz tem de fato muita influência no Rio de Janeiro.

Embora os termos sejam semelhantes, militares de carreira são mencionados como militares da RESERVA, e não reservistas.

A imprensa tem mostrado seguidamente “pelotões” de reservistas apoiando Bolsonaro ou pedindo intervenção militar como se fossem militares da reserva remunerada e como se isso indicasse que Bolsonaro conta com o apoio maciço dos militares.

Questionamos militares da reserva remunerada  e não conseguimos encontrar algum que admita que vai participar de atos pró-Bolsonaro em 25 de agosto.

Um Militar ouvido pela revista disse que se tiver gente da reserva serão “gatos pingados“, que já houve mal estar no que diz respeito a isso e que novamente, se houver tal ato, “vão pedir intervenção militar em frente ao Comando do Exército, causando ruídos desnecessários envolvendo as Forças Armadas“.

O presidente Bolsonaro tem sim apoiadores entre os membros da reserva remunerada. Os únicos militares, aliás, que legalmente podem participar de manifestações de cunho político. Todavia, esse pessoal é pouco simpático ao que se chama de militância e é também muito pouco provável que estariam dispostos a deslocamento tão grande como uma viagem até Brasília para manifestações de apoio.

Some-se a isso o fato do quantitativo estar em número cada vez mais reduzido por conta de promessas não cumpridas da parte de Bolsonaro com a tropa na reserva remunerada. A tropa na reserva e pensionistas tem se mostrado cada vez mais insatisfeita, reclamam das consequências do projeto de reestruturação das carreiras e regras do chamado teto duplo, medidas que beneficiaram muito as cúpulas das instituições armadas, deixaram a base abandonada.

Revista Sociedade Militar

 

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Sociedade Militar