Política Brasil

COMENTANDO “EUA ACENAM COM PARCERIA NA OTAN, EM TROCA DO VETO A HUAWEI” …

Segundo matéria da Folha de São Paulo: o Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, em visita ao Brasil, ofereceu ao governo de JMB para que o País se torne sócio global da OTAN, em troca do veto à participação de empresas chinesas no 5G brasileiro; a entrada do país no programa de cooperação dentro da aliança militar foi discutida com Sullivan e o ministro da ‘Indefesa’, General Braga Netto, na semana passada em Brasília”. Atenção! Que não se duvide, subjugar-se a “Tio Sam” nunca foi uma boa pedida. Esta cooperação, se implicar em colocar-se sob o guarda-chuva protetor do irmão Caim do Norte, será por demais nociva para uma manutenção incólume da soberania nacional, em particular e principalmente, no que concerne a autonomia do poder militar do País.

“Na oportunidade ficou patente o interesse da política oficial de Washington contrária à presença de fornecedores considerados não confiáveis, como a Huawei e outras empresas chinesas, em redes de comunicação de quinta geração, fato que seria impeditivo do aprofundamento na cooperação de defesa e segurança”. Alerta! Que defesa e segurança são estas? Sim, porque se forem do mesmo naipe das prestadas ao Vietnã do Sul face ao VIETKONG, a Argentina na Guerra das Malvinas, aos curdos no conflito com o Estado Islâmico e, mais recentemente, ao Afeganistão contra o TALIBÃ, no final das contas, vai ser o mesmo que “trocar o nada por coisa nenhuma”. Os exemplos históricos de “roer a corda” são flagrantes e estão aí olhos vistos para ninguém desmentir, maldizendo os aliamentos automáticos.

A mesma fonte se reporta a que: “o acesso do Brasil ao programa da OTAN só seria possível sem a participação dos chineses no 5G brasileiro; em tese, segundo um interlocutor, a adesão do Brasil na parceria dependeria do aval de outros membros da OTAN, mas o apoio americano é considerado determinante”. Que se diga, na realidade somos, já faz algum tempo, “a bola da vez”. Será que alguma alta autoridade do atual governo, quem sabe um “alto coturno”, já percebeu o momento decisivo que se está a vivenciar para o futuro da nação brasileira? Não há como fugir da realidade, a capacidade para “dissuadir ao invés de lutar” impede que continuemos a depender das sucatas de material bélico, seja de quem quer que seja. Aliás, o que as FFAA colombianas lograram até hoje com essa “sociedade global”?

Ainda na mesma matéria consta que: “ao acenar com a possível entrada do Brasil num projeto de cooperação da aliança, o governo Joe Biden tenta angariar o apoio da ala militar do governo de JMB nos esforços contra a presença da Huawei nas redes de 5G; a eventual ascensão do Brasil como “sócio global” da OTAN permitiria aos militares condições especiais para a compra de armamentos de países que integram a organização; que também abriria mais espaço para a capacitação de pessoal militar nas bases da aliança ao redor do mundo. SHAZAN! Chegou a hora “H” da opção! E esta se impõe que seja de absoluto descomprometimento. Mas que sócio global é esse?

Será que o Ministério da “Indefesa” ainda não percebeu a manobra solerte e rasteira? O esperto “pulo do gato”? E os exercícios militares em nome da “sagrada aliança” dos todo poderosos na (ainda nossa?) grande região norte? Isto sem falar na possiblidade, mais do que certa, do rompimento do ajuste, se a “comunidade internacional” (leia-se “grandes potencias militares’) intensificar seus protestos contra o desmatamento ilegal e queima da floresta, um imbróglio ainda não solucionado e agravado pela atual governança.

Mas o pior mesmo, o lamentável, o criminoso, é não se encomendar os vetores de respeito VDR-1500/2500 KM, sem limite da carga, a AVIBRÁS, uma providência que clama seja tomada pelo Ministério da “Indefesa”, o quanto antes, de forma a desencorajar e a neutralizar toda e qualquer pressão dominante no campo militar do poder. Apenas essa iniciativa já serviria, a exemplo da Coréia do Norte e do próprio Irã, para dispensar, fosse qual fosse, o tipo de guarda-chuva defensivo”’ oferecido por qualquer dos todo poderosos países integrantes do CS/ONU.   

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

A RSM não necessariamente concorda com os textos de colaboradores, a publicação visa enriquecer o debate e expor as diferentes visões em torno dos diversos temas tratados pela revista online

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Sociedade Militar