Colaboradores - artigos, estudos, reportagens

CONSTATAÇÕES DO MOMENTO POLÍTICO – Texto de colaborador (Coronel EB REF. Rocha Paiva)

Não surpreende ao cidadão mais atento a conformidade do Congresso em face do protagonismo do STF, este que no legislativo pode ser exemplificado pela ordem de abrir a CPI para investigar a “responsabilidade” do Presidente na epidemia.  Afinal de contas, a falta de ação de comando no combate à pandemia vai sendo comprovada a cada dia.  O rabo preso do Presidente fica cada vez mais evidenciado pelo fraco desempenho de sua “tropa de choque’ na CPI/VIRUS, praticamente sem contabilizar pontos em seu favor pela carência de uma argumentação mais convincente. Em verdade, ainda que existam senadores comprometidos com atos pregressos não republicanos, o Senado tem cumprido seu papel, com a participação dos seus integrantes no grupo chamado de “G7”. Afinal de contas são os que foram alçados pelo nosso voto, cabendo aos mesmos fazer um bom trabalho na comissão, como estão fazendo. Justiça seja feita, muita gente não consegue nem mais dormir. Vamos “dar a Cezar o que é de Cézar”!

Ah! “Mas o Presidente, desde a sua posse, tem as suas medidas desejadas impedidas pelo STF e engasgadas no Legislativo, há um objetivo escamoteado de que sua governança fracasse”. Vamos e convenhamos, mas JMB só tem marcado “gol contra”, inclusive, que ninguém se engane, junto ao seu próprio eleitorado: sua insensibilidade “negacionista” com as perdas humanas, mais de “meio milhão” de brasileiros e brasileiras vitimados pela “gripezinha mal curada”; sua liderança equivocada junto ao segmento militar da sociedade, comprometendo a coesão e a disciplina; a submissão  presidencial ao famigerado “CENTROLÃO do toma lá dá cá”; a sua parceria espúria com velhas raposas políticas, figuras de retóricas mais do que suspeitas, nada mais nada menos do que  os senhores Arthur César Pereira de Lira e Ciro Nogueira Lima Filho.

Ah! Mas ele foi traído pelos seus aliados, Sergio Moro e Henrique Mandetta! Meu Deus do céu, discordar do mal feito, não querer compactuar com desmandos, agora é traição! Quanta indignidade, tem até bolsonarista fanático dizendo que os comandantes das “Desarmadas” Forças, os que foram substituídos, vejam que absurdo, “dedicavam sua lealdade mais à fachada de democracia do que ao bem da Pátria”. Que não se duvide, quem pensa que o atual comandante-em-chefe vai contar com o apoio da opinião pública e que terá o Exército Brasileiro atrás de si se for necessário virar a mesa comete ledo engano. A Força Terrestre não é uma simples “guarda pretoriana” para qualquer político de ambição desmedida, muito menos do quilate de um Lula ou de um Bolsonaro. Nosso “grande mudo”, acima de tudo, pertence só e tão somente à nação de todos nós. O comandante do nosso Exército, aliás, tem repassado o recado!

Paulo Ricardo da Rocha Paiva

Coronel de Infantaria e Estado-Maior

A Revista Sociedade Militar não necessariamente concorda com textos assinados por colaboradores, a publicação integral é parte de nossa política de discussão livre sobre assuntos relacionados às Forças Armadas, geopolítica e instituições de segurança brasileiras.

Deixe um comentário
Compartilhe
Publicado por
Sociedade Militar